EUA têm culpa por violência do tráfico no México, diz Hillary
Hillary disse que sede dos EUA por drogas é parte do problema
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou nesta quarta-feira, no México, que os Estados Unidos devem reconhecer sua parcela de culpa no crescimento da violência relacionada ao tráfico de drogas no país latino-americano.
"Nossa demanda insaciável por drogas ilegais sustenta o comércio de drogas", disse Hillary, que iniciou nesta quarta-feira uma visita ao México.
"Nossa inabilidade em evitar que armas sejam contrabandeadas através da fronteira para armar esses criminosos causa a morte de oficiais da polícia, soldados e civis. Sinto muito que sejamos corresponsáveis."
Na terça-feira, a Casa Branca anunciou um plano de US$ 700 milhões para combater o tráfico de drogas no México, sendo que a maior parte do dinheiro será investida em um aumento no policiamento na fronteira.
"Música"
De acordo com o analista da BBC Emilio San Pedro, os comentários de Hillary são "música para os ouvidos" das autoridades mexicanas, que repetidas vezes nas últimas semanas pediram que Washington assumisse sua responsabilidade pelo problema.
A visita da chanceler americana ao México antecede a do próprio presidente americano, Barack Obama, que deve ir ao país em abril - na que deve ser sua primeira viagem como presidente à América Latina desde que assumiu o poder, em janeiro.
Em uma coletiva na terça-feira, Obama já havia dito que os Estados Unidos "precisam fazer mais para garantir que armas ilegais e dinheiro não cheguem aos cartéis".
Além da luta contra o tráfico, comércio e imigração devem estar na pauta das reuniões de Hillary Clinton com autoridades mexicanos nos dois dias de visita.
Veneno na fronteira
Também nesta quarta-feira, a guarda de fronteira dos Estados Unidos anunciou que está adiando a implementação de um plano que prevê o lançamento de veneno em um trecho da fronteira com o México, a fim de deter imigrantes ilegais.
A ideia era lançar um poderoso herbicida, o imazapyr, em parte das margens do Rio Grande, na fronteira entre o Estado americano do Texas e o México.
O herbicida mataria a vegetação, permitindo encontrar os imigrantes ilegais mais facilmente.
O lançamento do veneno, que iria ser feito nesta semana, foi adiado depois que autoridades mexicanas manifestaram preocupação com a possibilidade de o herbicida contaminar a água usada pela população local para beber.
As autoridades americanas alegam que o imazapyr é seguro, mas pretendem ter mais discussões com representantes do México antes de implementar o plano.
quinta-feira, 26 de março de 2009
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