sexta-feira, 27 de março de 2009

Quem faz uma nação...

L Valentin
É o povo que faz uma nação? Nesse tempo de crise, os olhos do mundo se voltam para o Brasil. Não para o seu povo, mas para o país geográfico, que é depositário das maiores riquezas naturais do planeta. Aliás, também olham para seu povo, mas planejando como destruí-lo ou, na pior hipótese, anulá-lo. Temos ouro e outros metais preciosos. Temos substâncias estratégicas – como urânio, bauxita, nióbio - de valor incomensurável para a alta tecnologia dominada pelo primeiro mundo. Como ninguém se alimenta delas, temos a maior área de terras agricultáveis do planeta. Se usadas, podem matar a fome do mundo. Temos água potável à vontade e inesgotável, pois os aqüíferos são abastecidos pela água de chuva. Enquanto chover com abundância nos seus sítios, eles têm sua reserva de água reposta. Temos a reserva florestal amazônica, fator de equilíbrio climático mundial. Não temos vulcões, terremotos, ciclones e outras ameaçadoras catástrofes naturais. Não tivemos guerras para demolir nossas cidades, não temos pragas bíblicas de gafanhotos nem de doenças devastadoras. O mundo todo observa este lugar, preocupando-se em encontrar um modo de explorar seus recursos em proveito próprio. A antiga ordem mundial ensinava tomar as riquezas alheias pela guerra, que tinha que ser breve. Isso era conseguido aniquilando o inimigo. A nova ordem é conseguir riquezas de modo “soft”; em outras palavras, se houver resistência na empreitada, aniquilá-la de outro modo que não seja pela guerra. Depois da II Guerra Mundial os Estados Unidos saltaram à frente em tecnologia e riqueza. Foi um salto tão imenso que nenhuma nação conseguiu acompanhar. A criação da ONU foi a resposta do resto do mundo para contrabalançar seu poderio. Hoje, o principal objetivo da ONU é destruir a noção de nacionalismo dos habitantes do planeta, semeando simultaneamente os conceitos de um “governo mundial” que controlaria as riquezas e recursos de todos. Nos seus planos existe um organograma que deixa bem claro quem serão os líderes desse governo, uma espécie de comunismo planetário. Os detentores de riquezas do primeiro mundo não abrem mão de estar entre esses e se empenham para que o plano se concretize. A coisa nada tem de especial, sendo, pelo contrário, muito simples. Estão usando a tática milenar, que foi sucesso entre os romanos - divide ut imperes - divide e reine, ou conquiste. Uma nação nacionalista tem, no coeso senso patriótico de seu povo, uma barreira impenetrável. Ao ser destruído, a nação se acaba. Esse foi o caminho tomado. Aproveitando-se das ondas de imigração de pobres para países mais ricos, resolveram criar uma luta de etnias, incentivando, principalmente, o ódio religioso entre os autóctones e os estrangeiros. A constatação da eficiência dessa estratégia para minar o nacionalismo fez com que fosse aplicada a outros lugares com determinadas variantes. Passaram a financiar pesadamente as drogas, o nacionalismo indígena, os movimentos sociais destrutivos, o terrorismo e os movimentos separatistas. Esse coquetel está arrasando o nacionalismo, deixando vulnerável o conceito de nação e sua própria integridade física. Essas ações de lesa-pátria não poderiam ser implementadas mansamente até meados do século passado, pois as populações ainda não tinham passado pelo processo de lavagem cerebral feito pela TV e reagiriam violentamente. A primeira providência para se evitar a reação é o desarmamento civil. A mídia foi a ferramenta que permitiu a quebra do nacionalismo sem reação, a segunda providência. Os futuros dirigentes mundiais se espantaram com a eficácia da TV em produzir zumbis e colocaram todo o seu peso sobre ela. Em nenhum local o estrago da TV foi mais drástico que no Brasil. Nos séculos que se seguiram ao descobrimento, os colonizadores da América do Norte lutavam para construir uma nação para si e os seus. No Brasil, os colonizadores lutavam para retirar riquezas e VOLTAR com elas para a Europa, deixando a terra saqueada aos índios, degredados e corsários. Mesmo no século XVIII, os governadores destacados por Portugal para vir habitar o Brasil, consideravam isso uma punição e moviam céus e terra na Corte para serem recambiados a Portugal. Era uma terra que ninguém queria para viver. Foi desse sentimento que a alma do povo brasileiro foi moldada. Com o passar dos decênios, algum nacionalismo começou a aparecer reforçado por patranhas, como Tiradentes, Santos Dumont, D. Pedro I, entre outros. Mas, cambaleante, não conseguiu firmar-se diante do assédio da TV e da corrupção. Os futuros dominadores estão à vontade. Para causar divisão, introduziram o politicamente correto, o racismo, o indigenismo, o feminismo, a luta armada no campo e financiaram o tráfico de drogas, o terrorismo, a corrupção dos poderes e o crime organizado. Simultaneamente, se apoderaram da mídia. Solertemente, a TV lavou os cérebros por cinco décadas e segundo os especialistas, quem tem o cérebro lavado jamais nota nem admite isso. Então estamos chegando ao ano 2010 com uma população abúlica. Na Argentina os “panelaços” são freqüentes e são dissolvidos à custa de pancadas pelos capangas dos Kirchners. Aqui desapareceu o clamor público. Sem horizontes, taciturnas, as pessoas trabalham, se preocupam e se desgastam em encontrar um modo de se esconderem, de fugir da realidade, de não se preocupar com mais nada. Não se importam se metade de seu trabalho some com impostos e que os impostos sumam nas mãos dos políticos. Não se importam que a sociedade - que lhes provê os meios de existirem, trabalharem, conseguirem algum bem ou conforto - esteja afundando. Não atinam que, quando a sociedade acabar, seu estilo de vida também acaba. Acreditam que dispor da outra metade de seus ganhos, somente para conseguir passar os fins de semana com cerveja e churrasco já é tudo o que podem conquistar e o que a pátria pode lhes conceder. Não conseguem ver o potencial do país - que é visto com ganância lá fora – nem conseguem perceber que ele está mudando de dono. Enfim perderam a capacidade de raciocinar, de discernir, de reagir, e, principalmente, de progredir. A capacidade de progredir é a mola mestra que moveu a humanidade para sair das cavernas e chegar à Lua. Sem ela, seríamos ainda australopithecus vagando pelas savanas africanas. Paradoxalmente, a nação que ostenta ordem e progresso em sua bandeira, vive em um mortal e silencioso caos e num deprimente retrocesso sócio-econômico-emocional-cultural. Parodiando o escritor Stanislaw J Lee (“seria talvez progresso, o canibal usar garfo e faca?”) pergunta-se: Seria talvez progresso receber “bolsas” família, maternidade, estudo, moradia, etc? Seria progresso arranjar um emprego público para ganhar algo, trabalhar pouco e produzir nada? Seria progresso arrasar quem produz alimentos colocando em seu lugar vagabundos que se sustentam de impostos dos que trabalham duro? Seria progresso ter Zumbi, Chico Mendes e Santos Dumont como heróis nacionais? Seria progresso destruir a brilhante indústria bélica do país, queimar os planos do submarino atômico, humilhar as forças armadas, fazendo-as até passar fome e entregar territórios a ONGs estrangeiras? Seria progresso escorchar a aposentadoria dos velhos, sustentar a desenfreada corrupção dos poderes, pagar indenizações a terroristas, gradear as casas para se proteger do crime e morrer, sem atendimento, no chão de hospitais imundos? Seria progresso apoiar direitos humanos de bandidos, formar, em faculdades caça-níqueis de políticos, professores que nada sabem, advogados néscios e médicos insipientes? Seria progresso eleger analfabetos, ladrões e bandidos para governarem e fazer leis para o país? Seria progresso ter TV em alta definição, para assistir futebol, BBB, novelas e ter a mente lavada pela propaganda falaciosa de um governo degenerado? Enfim, seria progresso ganhar a copa do mundo de futebol, eleger o Cristo Redentor como “maravilha do mundo”, liberar as drogas e lutar contra o “aquecimento global”? Será isso o “progresso brasileiro” ou realmente não sabemos mais identificar o que é progresso? “Está tudo bem” diz a propaganda mentirosa e tirânica da TV. “Nunca neste país” cada um esteve tão só e tão desamparado em sua solidão. Conseguiram destruir não só nosso minguado patriotismo e nossa débil nacionalidade como também nosso senso de progresso, e com ele, a chama vivificante de nosso espírito. “Nunca neste país” um slogan foi tão acertado e tão profético: “Brasil um país de todos”. De todos, mesmo, principalmente dos estrangeiros, que o querem muito mais que nós próprios, pois, para quem não sabe o que é pátria, o chão que se pisa nada vale. “O brasileiro é um povo que se ofende quando lhe dizem a verdade”, disse na TV um americano que estava se aclimatando ao Brasil. Não, meu caro. Ele se ofende por descobrir que não consegue diferenciar a verdade da mentira. Se soubesse, estaria progredindo, estaria vivo.

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