sábado, 28 de março de 2009

Menos radicalismo

Diplomatas do Irã e da Otan se encontram pela primeira vez em 30 anos

Representantes do Irã e da Otan se encontraram há duas semanas

O secretário-assistente para Questões Políticas da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Martin Erdmann, confirmou ter encontrado o embaixador do Irã para a União Europeia, Ali-Asghar Khaji, para negociações informais há pouco mais de duas semanas.

Esta foi a primeira vez em 30 anos que um diplomata iraniano se encontra com um oficial da Otan.
"Este é mais um bom passo para que o Irã volte à comunidade internacional", disse Erdmann.
"Tenho certeza de que acontecerão outros encontros", completou.
Segundo um porta-voz da Otan, James Appathurai, as conversas entre os dois diplomatas se concentraram na questão do Afeganistão.
Apesar de terem divergências sobre o programa nuclear de Teerã, tanto o Irã como os países da Otan têm interesse na estabilidade do Afeganistão.
Conferência
Demonstrando este interesse na estabilidade da região, o Irã também confirmou que participará de uma conferência sobre o Afeganistão apoiada pelos Estados Unidos, que acontece na próxima terça-feira em Haia, na Holanda.
Participam da rodada de negociações o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, e negociadores de mais de 80 países.
"O fato de o Irã ter decidido participar é uma boa notícia e também constitui um novo passo", afirmou o porta-voz Appathurai.Em Washington, um porta-voz do Departamento de Estado, Gordon Duguid, também comemorou a decisão de Teerã de participar das negociações em Haia.
"Os iranianos estarão na mesa (de negociações) e nós ouviremos seus pontos de vista, assim como eles ouvirão nossas opiniões sobre o Afeganistão", disse.
Algumas fontes sugerem que os países da Otan que mantêm forças na Afeganistão teriam interesse em usar o Irã como uma rota para o transporte de suprimentos.
Correspondentes também notam que a abertura no diálogo entre o Irã e a Otan acontece em um momento em que o presidente dos EUA, Barack Obama, estabeleceu novas prioridades no Afeganistão e sinalizou uma vontade de revitalizar as relações com Teerã.
Os Estados Unidos cortaram as relações diplomáticas com o Irã após a Revolução Islâmica no país, em 1979.

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