sábado, 28 de março de 2009

Afrouxando as amarras

Rússia pode acabar com restrições de segurança na Chechênia

Para Medvedev, vida na Chechênia está voltando ao normal

O presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, afirmou nesta sexta-feira que a vida na república da Chechênia está "voltando à normalidade" e que seu governo está estudando o fim das restrições de segurança impostas à região.

Estas restrições, que incluem toques de recolher, bloqueios de estradas e buscas nas casas de suspeitos de serem militantes islâmicos, foram impostas há quase dez anos, com a segunda grande ofensiva russa contra movimentos separatistas.
"A situação na Chechênia está normalizada em um alto grau", afirmou Medvedev em um discurso transmitido pela televisão.
"Nós poderemos criar novas possibilidades de investimentos e empregos (na região)", disse o presidente russo.
As declarações foram dadas depois de uma reunião com o chefe do Serviço de Segurança russo, Alexander Bortnikov.
Mas, embora os dois tenham defendido a suavização das restrições na Chechênia, Medvedev também afirmou que a luta contra o que ele classificou como "grupos terroristas" não será interrompida.
Segundo correspondentes, Medvedev poderia estar se referindo aos conflitos nas repúblicas da Ingushétia e do Daguestão.
Violência
Desde o colapso da União Soviética, as forças russas lançaram duas grandes ofensivas contra militantes separatistas na Chechênia.
O atual governo da Chechênia, liderado por Ramzan Kadyrov, um ex-rebelde que agora é favorável ao governo russo, é acusado por grupos de direitos humanos de abusos contra seus opositores, que incluem sequestros, tortura e assassinatos.
Na última quarta-feira, Kadyrov afirmou à imprensa que as restrições impostas à república seriam finalizadas no final de março. Mas, até o momento, não houve confirmação oficial do governo russo a respeito deste prazo.
Segundo o correspondente da BBC em Moscou, Rupert Wingfield, há anos não são registrados episódios de violência de grande escala na república da Chechênia, que está sendo reconstruída após duas guerras.
Wingfield salienta que, no entanto, a "violência não terminou, mas foi transferida para as repúblicas muçulmanas da Ingushétia e do Daguestão".
Na semana passada, 21 pessoas morreram em três dias de enfrentamentos entre tropas russas e rebeldes nas montanhas do Daguestão.

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