sábado, 28 de março de 2009

"ENTRE ASPAS"

UMA HISTÓRIA DE DOIS RIOS: O AMAZONAS E O NILO


Conceito

Esta é a história dos dois maiores rios do mundo. Dois rios com características peculiares, mas nem sempre dessemelhantes; que dominaram ecossistemas diferentes mas onde ocorre fauna e flora ocupando nichos parecidos. Dois rios que determinaram todo o modo de vida das populações que se estabeleceram ao longo de seus cursos.

O Nilo corta verticalmente o continente africano, e é o berço da civilização humana. Com 6.700 quilômetros, é o mais longo curso d´água do mundo. Banha nove países e é formado por três componentes – o Nilo Branco, o Arbara e o Nilo Azul.

O Amazonas atravessa transversalmente a América do Sul, e, embora mais curto que o Nilo, compreende a maior bacia hidrográfica do mundo, com 17 afluentes gigantescos, e descarrega 75 vezes o volume de água do rio africano. Atravessa as fronteiras de seis nações, e nasce da junção dos rios Ucayali e Marañon. Ao se falar do rio Amazonas, referimo-nos, por extensão, à Bacia Amazônica.

Os dois rios apresentam interessantes paralelos quanto à formação, a biodiversidade e o papel que desempenham junto às comunidades humanas das regiões que banham. Ambos formam grandes deltas na foz, e sustentam consideráveis contingentes humanos.

Esta exposição compara e contrasta esses dois gigantes fluviais quanto à natureza de que fazem parte, e à presença do homem em seus domínios.


1. O rio e o ambiente

A história geológica da Amazônia e do Vale do Nilo. Particularidades do curso desses rios, seus afluentes e bacias hidrográficas, hoje e no passado. Os ecossistemas do Amazonas e do Nilo. Igapós e lamaçais marginais.
Recursos expositivos: mapas, fotos, maquetes, possivelmente filmes.


2. Flora e fauna

Árvores gigantescas e a floresta tropical úmida da Amazônia. Matas ciliares do Alto Nilo, palmeiras e caniços da parte desértica. Animais que ocupam nichos ecológicos parecidos nas duas bacias: acarás e tilápias, jacarés e crocodilos, jararacas e najas, íbis e garças, leopardos e onças – animais parecidos mas diferentes, desempenhando papéis semelhantes na cadeia alimentar.
Recursos expositivos: fotos e exemplares taxidermizados.


3. O homem e o rio

Os primeiros ocupantes, caçadores-coletores da América do Sul e do nordeste africano. A formação de núcleos humanos e o princípio da civilização. Organização, economia, crenças, práticas. Cultura marajoara, diferentes épocas na história do Antigo Egito. Paralelos: pinturas rupestres e hieróglifos, muiraquitãs e amuletos de escaravelhos, urnas funerárias e sarcófagos, artefatos vários – travesseiros de cestaria e de madeira, embarcações de casca de árvore e papiro, armas e adornos de materiais diversos.
Recursos expositivos: artefatos arqueológicos de diversos períodos históricos (esta é a maior parte da exposição).


4. Influências modernas

A história da exploração ocidental dos dois rios (Pinzon, Orellana, Wallace, Bates; Napoleão, Speke, Burton). Imagens: a Amazônia como “inferno verde” ou “paraíso perdido”, o Vale do Nilo como “o berço da civilização”. Influência árabe na Amazônia em tempos históricos. O problema da tilápia, espécie nilótica introduzida no Brasil e que se espalhou pela Amazônia. As grandes obras humanas: represas de Tucuruí e de Assuã, seu impacto na natureza e nas populações.
Recursos expositivos: mapas, textos, fotos, possivelmente filmes.


Realização

Museu Paraense Emílio Goeldi, em parceria com o Museu do Cairo
Curadoria museográfica: Coordenação de Museologia do Museu Paraense Emílio Goeldi e departamento afim da instituição parceira
Curadoria científica: pesquisadores das instituições envolvidas


Esta é uma mostra de cunho científico e didático, e deve priorizar esses aspectos sobre quaisquer outros interesses.


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