terça-feira, 31 de março de 2009
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Vale a pena Ler de novo
Mesa farta para todos
João Ubaldo Ribeiro
Leio no Guinness que o francês Michel Lotito, nascido em 1950, come metal e vidro desde os 9 anos de idade. Um quilo por dia, quando está disposto. Informa-se ainda que, de 1966 para cá, ele já comeu dez bicicletas, um carrinho de supermercado, sete aparelhos de televisão, seis candelabros e um avião Cessna leve — este ingerido em Caracas, embora o livro não revele por quê. Sim, e comeu um caixão de defunto, com alça e tudo, a fim de garantir um lugar na História como o primeiro homem a ter um caixão de defunto por dentro, e não por fora.Se é chute, não sei, mas não deve ser, levando em conta o rigor do Guinness. E esse tipo de coisa é menos raro do que se pensa. Nunca participei de comilanças de cacos de telha ou de torrões de barro, mas muitos amigos meus, na infância; às vezes traçavam até um tijolinho. E um outro amigo, poeta etíope que conheci nos Estados Unidos, me contou que, na tribo dele, os Galinas, todas as famílias tinham pelo menos um maluco, de quem se orgulhavam muitíssimo, porque maluco é visto como uma pessoa superior. Na sua própria família, havia diversos, embora um primo fosse favorito, pelo seu alto nível.— Qual é a maluquice dele?— Ah, ele come qualquer coisa. Você bota um troço na frente dele, ele pergunta se é para comer, você diz que é e ele come. Ele come comida normal também, mas se, depois de ele esvaziar o prato, você diz que pode comer o prato, ele come o prato. Come pneu, chifre, couro, madeira, qualquer coisa, nunca decepcionou.Um certo Dr. Buckland, inglês do século XIX, ficou, digamos, famoso por sua determinação em comer amostras de todo o reino animal. Morava perto do zoológico de Londres e, quando um animal adoecia, entrava em prontidão. Se o bicho morria, ele comia e dizem que, certa feita, durante uma ausência dele, um leopardo morreu e ele, ao regressar,. não vacilou: desenterrou o leopardo e comeu um filezinho. Afirmava que o pior sabor era o da toupeira, mas depois mudou de idéia, porque achou a mosca-varejeira pior.Em algum lugar do mundo ou outro (geralmente a China não há quem tenha ido à China e não traga uma história culinária provocante), são itens do passadio, ou finas iguarias, lagartas, larvas, sangue fresco, banha derretida, gafanhotos, ovos de cobra com cobrinhas dentro, caça em decomposição, fígado de foca cru, baba de andorinha, ovo podre e assim por diante. Para não falar nos esforços de cientistas mais ou menos renomados, que se bateram seriamente contra os tabus alimentares. Mero preconceito, manter excelentes fontes de proteína escandalosamente ignoradas, a exemplo de ratos, baratas e gente morta de causas não contagiosas, como propôs outro inglês, cujo nome agora esqueci. Na Bahia, não faz muito tempo, apareceu um japonês com amostras de vinho de — como direi? —, é isso mesmo, vinho de cocô. Segundo ele, era coisa da melhor qualidade, da mesma forma que bife de cocô, cuja tecnologia ele já dominava. Depois de higienizado e processado, o bife, garantia ele, era mais nutritivo e gostoso do que muita picanha aí. Besteira desperdiçar tanta comida boa por causa de uma ojeriza sem fundamento científico.Por aí vocês vêem as dificuldades que o povo causa. Se fôssemos um povo de mente mais aberta, não existiria o problema da fome, que tantos embaraços traz aos nossos governantes em conferências internacionais. Temos ratos, baratas, piolhos, capim (outro japonês sugeriu capim, que também dá um bife de truz), temos tudo em abundância, notadamente a matéria-prima daquele vinho. Meu único receio é que, se der certo. tabelem o rato, a barata e o capim, cobrem IPI e ICM de todo mundo que for ao banheiro e regulamentem a captura de moscas com fins alimentícios. Mas vamos ter fé nos homens. Talvez eles livrem a cara do pequeno produtor, o que já é um grande passo e mostra sensibilidade para com os problemas da maioria do bravo povo brasileiro. Agora, sem boa vontade para colaborar e aceitar alguns pequenos sacrifícios, não se resolve nada.
João Ubaldo Ribeiro
Leio no Guinness que o francês Michel Lotito, nascido em 1950, come metal e vidro desde os 9 anos de idade. Um quilo por dia, quando está disposto. Informa-se ainda que, de 1966 para cá, ele já comeu dez bicicletas, um carrinho de supermercado, sete aparelhos de televisão, seis candelabros e um avião Cessna leve — este ingerido em Caracas, embora o livro não revele por quê. Sim, e comeu um caixão de defunto, com alça e tudo, a fim de garantir um lugar na História como o primeiro homem a ter um caixão de defunto por dentro, e não por fora.Se é chute, não sei, mas não deve ser, levando em conta o rigor do Guinness. E esse tipo de coisa é menos raro do que se pensa. Nunca participei de comilanças de cacos de telha ou de torrões de barro, mas muitos amigos meus, na infância; às vezes traçavam até um tijolinho. E um outro amigo, poeta etíope que conheci nos Estados Unidos, me contou que, na tribo dele, os Galinas, todas as famílias tinham pelo menos um maluco, de quem se orgulhavam muitíssimo, porque maluco é visto como uma pessoa superior. Na sua própria família, havia diversos, embora um primo fosse favorito, pelo seu alto nível.— Qual é a maluquice dele?— Ah, ele come qualquer coisa. Você bota um troço na frente dele, ele pergunta se é para comer, você diz que é e ele come. Ele come comida normal também, mas se, depois de ele esvaziar o prato, você diz que pode comer o prato, ele come o prato. Come pneu, chifre, couro, madeira, qualquer coisa, nunca decepcionou.Um certo Dr. Buckland, inglês do século XIX, ficou, digamos, famoso por sua determinação em comer amostras de todo o reino animal. Morava perto do zoológico de Londres e, quando um animal adoecia, entrava em prontidão. Se o bicho morria, ele comia e dizem que, certa feita, durante uma ausência dele, um leopardo morreu e ele, ao regressar,. não vacilou: desenterrou o leopardo e comeu um filezinho. Afirmava que o pior sabor era o da toupeira, mas depois mudou de idéia, porque achou a mosca-varejeira pior.Em algum lugar do mundo ou outro (geralmente a China não há quem tenha ido à China e não traga uma história culinária provocante), são itens do passadio, ou finas iguarias, lagartas, larvas, sangue fresco, banha derretida, gafanhotos, ovos de cobra com cobrinhas dentro, caça em decomposição, fígado de foca cru, baba de andorinha, ovo podre e assim por diante. Para não falar nos esforços de cientistas mais ou menos renomados, que se bateram seriamente contra os tabus alimentares. Mero preconceito, manter excelentes fontes de proteína escandalosamente ignoradas, a exemplo de ratos, baratas e gente morta de causas não contagiosas, como propôs outro inglês, cujo nome agora esqueci. Na Bahia, não faz muito tempo, apareceu um japonês com amostras de vinho de — como direi? —, é isso mesmo, vinho de cocô. Segundo ele, era coisa da melhor qualidade, da mesma forma que bife de cocô, cuja tecnologia ele já dominava. Depois de higienizado e processado, o bife, garantia ele, era mais nutritivo e gostoso do que muita picanha aí. Besteira desperdiçar tanta comida boa por causa de uma ojeriza sem fundamento científico.Por aí vocês vêem as dificuldades que o povo causa. Se fôssemos um povo de mente mais aberta, não existiria o problema da fome, que tantos embaraços traz aos nossos governantes em conferências internacionais. Temos ratos, baratas, piolhos, capim (outro japonês sugeriu capim, que também dá um bife de truz), temos tudo em abundância, notadamente a matéria-prima daquele vinho. Meu único receio é que, se der certo. tabelem o rato, a barata e o capim, cobrem IPI e ICM de todo mundo que for ao banheiro e regulamentem a captura de moscas com fins alimentícios. Mas vamos ter fé nos homens. Talvez eles livrem a cara do pequeno produtor, o que já é um grande passo e mostra sensibilidade para com os problemas da maioria do bravo povo brasileiro. Agora, sem boa vontade para colaborar e aceitar alguns pequenos sacrifícios, não se resolve nada.
Biografia - Lampião - Gente que mudou a História
Lampião(Cangaceiro brasileiro)4-6-1898, Vila Bela (PE) 28-7-1938, Angicos (SE)
"Premero de tudo, querendo Deus, Justiça! Juiz e delegado que não fizer justiça só tem um jeito: passar ele na espingarda! (...) Vem logo as estradas para automóvel e caminhão! (...) O Governo só faz estrada pra botar persiga em cima de mim. Mas eu fazia estrada para o progresso do sertão. Sem estrada não pode ter adiantamento, fica tudo no atraso. (...) Vem depois as escolas e eu obrigava todo mundo a aprender, querendo Deus. (...) Botava, também, muito doutor (médico) para cuidar da saúde do povo. (...) Para completar tudo, auxiliava o pessoal do campo, o agricultor e o criador, para ter as coisas mais barato, querendo Deus." (Frederico Bezerra Maciel, em Lampião, seu Tempo e seu Reinado.) Esta foi a conversa entre Lampião, que pretendia ser governador do sertão, e seu refém Pedro Paulo Magalhães Dias, inspetor da Standar Oil Company, que ficou surpreso com seu conhecimento da situação política da região. Misto de bandido e justiceiro, assassino e herói, Virgolino Ferreira da Silva, nascido na fazenda Ingazeira, no municipio de Vila Bela (atual serra Talhada), em Pernambuco, foi o mais famoso cangaceiro do sertão nordestino, fascinando milhares de pessoas. Habitante da caatinga, grande estrategista militar e ótimo atirador, Lampião foi para o cangaço aos 21 anos, disposto a fazer justiça pessoalmente depois que sua família fora perseguida e seu pai morto por coronéis, em Água Branca, no Estado de Alagoas. Em suas andanças pelos Estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia e Sergipe, lutou contra as injustiças e o poder dos coronéis latifundiários, mas semeou o terror e implantou o banditismo como profissão. Recusou-se a combater a Coluna Prestes, em 1926, mesmo recebendo do governo a patente de capitão honorário das forças legais, além de armamento e munição. Conheceu Maria Bonita, que abandonou o marido sapateiro para acompanhar Lampião no cangaço. Em 1938, Lampião, Maria Bonita e 11 cangaceiros de seu bando, não mais que 50 pessoas, foram mortos numa emboscada na fazenda Angicos, em Sergipe. Suas cabeças foram decepadas e expostas ao público em uma vila da região.
"Premero de tudo, querendo Deus, Justiça! Juiz e delegado que não fizer justiça só tem um jeito: passar ele na espingarda! (...) Vem logo as estradas para automóvel e caminhão! (...) O Governo só faz estrada pra botar persiga em cima de mim. Mas eu fazia estrada para o progresso do sertão. Sem estrada não pode ter adiantamento, fica tudo no atraso. (...) Vem depois as escolas e eu obrigava todo mundo a aprender, querendo Deus. (...) Botava, também, muito doutor (médico) para cuidar da saúde do povo. (...) Para completar tudo, auxiliava o pessoal do campo, o agricultor e o criador, para ter as coisas mais barato, querendo Deus." (Frederico Bezerra Maciel, em Lampião, seu Tempo e seu Reinado.) Esta foi a conversa entre Lampião, que pretendia ser governador do sertão, e seu refém Pedro Paulo Magalhães Dias, inspetor da Standar Oil Company, que ficou surpreso com seu conhecimento da situação política da região. Misto de bandido e justiceiro, assassino e herói, Virgolino Ferreira da Silva, nascido na fazenda Ingazeira, no municipio de Vila Bela (atual serra Talhada), em Pernambuco, foi o mais famoso cangaceiro do sertão nordestino, fascinando milhares de pessoas. Habitante da caatinga, grande estrategista militar e ótimo atirador, Lampião foi para o cangaço aos 21 anos, disposto a fazer justiça pessoalmente depois que sua família fora perseguida e seu pai morto por coronéis, em Água Branca, no Estado de Alagoas. Em suas andanças pelos Estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia e Sergipe, lutou contra as injustiças e o poder dos coronéis latifundiários, mas semeou o terror e implantou o banditismo como profissão. Recusou-se a combater a Coluna Prestes, em 1926, mesmo recebendo do governo a patente de capitão honorário das forças legais, além de armamento e munição. Conheceu Maria Bonita, que abandonou o marido sapateiro para acompanhar Lampião no cangaço. Em 1938, Lampião, Maria Bonita e 11 cangaceiros de seu bando, não mais que 50 pessoas, foram mortos numa emboscada na fazenda Angicos, em Sergipe. Suas cabeças foram decepadas e expostas ao público em uma vila da região.
"ENTRE ASPAS"
Conheça as atividades da Al-Qaeda no mundo islâmico
EUA atacaram a Al-Qaeda no Afeganistão em 2001
Osama Bin Laden e sua rede Al-Qaeda ganharam fama mundo afora depois dos atentados de 11 de setembro.A organização, acusada de ter promovido os ataques, tem forte atuação no mundo islâmico. Conheça mais sobre suas atividades em alguns dos principais países muçulmanos:Arábia SauditaFoi na Arábia Saudita que nasceu Osama Bin Laden. E não só. Segundo as autoridades americanas, 15 dos 19 seqüestradores de 11 de setembro são cidadãos do país.Parte do crescimento da Al-Qaeda na Arábia Saudita decorre de suas difíceis relações com os Estados Unidos, interessados em preservar seus interesses no país, líder mundial em produção de petróleo.A presença de bases aéreas e forças americanas na Arábia Saudita era inicialmente a principal razão da campanha da Al-Qaeda contra alvos americanos.Bin Laden é bastante popular no país, apesar de ter sido destituído da cidadania saudita. Acredita-se que a Al-Qaeda receba apoio financeiro de organizações sauditas.O governo do país colaborou com as investigações sobre os atentados de 11 de setembro. Suas autoridades confirmaram a identidade dos seqüestradores e detiveram centenas de suspeitos de envolvimento nos ataques.Entretanto, agora o governo teme que a aproximação com os Estados Unidos lhe cause problemas em decorrência da crescente oposição interna aos ataques americanos contra o Afeganistão.EgitoAlguns dos seqüestradores de 11 de setembro eram cidadãos egípcios. É o caso de Mohammed Atta, apontado como líder do grupo, e Ziad Jarrah. Também no Egito centenas de acusados de envolvimento com a Al-Qaeda foram detidos.O país é o berço da Jihad Islâmica egípcia, grupo praticamente inseparável da Al-Qaeda. Seu líder, Ayman Al-Zawahiri, é muitas vezes apontado como braço-direito de Bin Laden.MarrocosSete supostos integrantes da Al-Qaeda foram presos no país, acusados de planejar um atentado contra navios americanos e britânicos no estreito de Gibraltar. Eles negam as acusações.Segundo a promotoria, o grupo de três sauditas e quatro marroquinos também planejava explodir alguns ônibus e uma mesquita no centro de Marrakesh.Também foram detidos no Marrocos vários outros suspeitos de integrar a Al-Qaeda. Acredita-se que um deles seja o saudita Abu Zubair, apelidado de Urso, que é suposto integrante do alto escalão da organização e suspeito de planejar ataques contra alvos ocidentais no país.Outro importante membro da rede, o cidadão alemão Mohammed Haydar Zammar, também foi detido pelas autoridades marroquinas. Acredita-se que ele tenha sido extraditado para a Síria.PaquistãoO Paquistão responsabiliza a Al-Qaeda por uma série de atentados a bomba no país e pelo assassinato do jornalista americano Daniel Pearl.As forças de segurança paquistanesas vêm perseguindo, capturando e prendendo militantes da Al-Qaeda.Mas nem sempre foi assim. Até os atentados de 11 de setembro, o serviço secreto paquistanês fornecia armamentos e apoio financeiro e logístico ao regime do Talebã, acusado pelos Estados Unidos de abrigar a Al-Qaeda e Osama Bin Laden.Depois do início dos ataques aéreos americanos contra o Afeganistão, muitos militantes da Al-Qaeda e do Talebã fugiram para o noroeste do Paquistão. Na região já viviam milhares de refugiados afegãos da etnia patane, o mesmo grupo étnico da maioria dos integrantes do Talebã.Entre os fugitivos afegãos detidos pelas autoridades paquistanesas está Abu Zubaydah, tido como colaborador próximo de Osama Bin Laden.
EUA atacaram a Al-Qaeda no Afeganistão em 2001
Osama Bin Laden e sua rede Al-Qaeda ganharam fama mundo afora depois dos atentados de 11 de setembro.A organização, acusada de ter promovido os ataques, tem forte atuação no mundo islâmico. Conheça mais sobre suas atividades em alguns dos principais países muçulmanos:Arábia SauditaFoi na Arábia Saudita que nasceu Osama Bin Laden. E não só. Segundo as autoridades americanas, 15 dos 19 seqüestradores de 11 de setembro são cidadãos do país.Parte do crescimento da Al-Qaeda na Arábia Saudita decorre de suas difíceis relações com os Estados Unidos, interessados em preservar seus interesses no país, líder mundial em produção de petróleo.A presença de bases aéreas e forças americanas na Arábia Saudita era inicialmente a principal razão da campanha da Al-Qaeda contra alvos americanos.Bin Laden é bastante popular no país, apesar de ter sido destituído da cidadania saudita. Acredita-se que a Al-Qaeda receba apoio financeiro de organizações sauditas.O governo do país colaborou com as investigações sobre os atentados de 11 de setembro. Suas autoridades confirmaram a identidade dos seqüestradores e detiveram centenas de suspeitos de envolvimento nos ataques.Entretanto, agora o governo teme que a aproximação com os Estados Unidos lhe cause problemas em decorrência da crescente oposição interna aos ataques americanos contra o Afeganistão.EgitoAlguns dos seqüestradores de 11 de setembro eram cidadãos egípcios. É o caso de Mohammed Atta, apontado como líder do grupo, e Ziad Jarrah. Também no Egito centenas de acusados de envolvimento com a Al-Qaeda foram detidos.O país é o berço da Jihad Islâmica egípcia, grupo praticamente inseparável da Al-Qaeda. Seu líder, Ayman Al-Zawahiri, é muitas vezes apontado como braço-direito de Bin Laden.MarrocosSete supostos integrantes da Al-Qaeda foram presos no país, acusados de planejar um atentado contra navios americanos e britânicos no estreito de Gibraltar. Eles negam as acusações.Segundo a promotoria, o grupo de três sauditas e quatro marroquinos também planejava explodir alguns ônibus e uma mesquita no centro de Marrakesh.Também foram detidos no Marrocos vários outros suspeitos de integrar a Al-Qaeda. Acredita-se que um deles seja o saudita Abu Zubair, apelidado de Urso, que é suposto integrante do alto escalão da organização e suspeito de planejar ataques contra alvos ocidentais no país.Outro importante membro da rede, o cidadão alemão Mohammed Haydar Zammar, também foi detido pelas autoridades marroquinas. Acredita-se que ele tenha sido extraditado para a Síria.PaquistãoO Paquistão responsabiliza a Al-Qaeda por uma série de atentados a bomba no país e pelo assassinato do jornalista americano Daniel Pearl.As forças de segurança paquistanesas vêm perseguindo, capturando e prendendo militantes da Al-Qaeda.Mas nem sempre foi assim. Até os atentados de 11 de setembro, o serviço secreto paquistanês fornecia armamentos e apoio financeiro e logístico ao regime do Talebã, acusado pelos Estados Unidos de abrigar a Al-Qaeda e Osama Bin Laden.Depois do início dos ataques aéreos americanos contra o Afeganistão, muitos militantes da Al-Qaeda e do Talebã fugiram para o noroeste do Paquistão. Na região já viviam milhares de refugiados afegãos da etnia patane, o mesmo grupo étnico da maioria dos integrantes do Talebã.Entre os fugitivos afegãos detidos pelas autoridades paquistanesas está Abu Zubaydah, tido como colaborador próximo de Osama Bin Laden.
Ivan Lessa
Brazil com z
Ivan Lessa - Colunista da BBC Brasil
A bandeira do Brasil tem, em seu círculo central, um símbolo maçônico.
Ivan Lessa - Colunista da BBC Brasil
A bandeira do Brasil tem, em seu círculo central, um símbolo maçônico.
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O brasão do Brasil é uma AK-47 encimando o slogan “Matando capitalistas desde 1947”. Embaixo as instruções para seu uso. 1. Aponte. 2. Atire.
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Lema do país: “Não é culpa nossa!”
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Hino nacional: A Garota de Ipanema (em elevadores e lojas de departamentos), Raízes, Sangrentas Raízes (canção marcial. Nota deste redator: é um dos grandes sucessos da banda Sepultura)
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A capital do Brasil é o Rio de Janeiro (no verão), Buenos Aires (no inverno).
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A maior cidade do país é Timbuktu.
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Língua oficial: Um estranho dialeto espanhol chamado português.
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Governo: orgia.
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Amigo de Bono: Luiz Inácio Lula da Silva.
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Heróis nacionais: Blanka, Sean, Carlos.
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Declaração de Independência: E algum de nós é verdadeiramente livre?
***
Moeda corrente: reféns.
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Religião: New Age, vodu, evangelistas fundamentalistas.
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População: Estimativa por alto: 60% bronzeados, 20% turistas vindos do Kansas,10% de “conquistadores” bem, mas bem perdidos mesmo. 5% de “Os Garotos do Brasil”. 2% de jogadores de futebol, 2% de estátuas de Jesus, 1% de Sam Lowry (Nota do tradutor: é aquele personagem vivido por Jonathan Pryce no filme Brazil, de Terry Gilliam).
***
Principais exportações: música, borracha, álibis, bauxita, panfletos explicando o que é a bauxita.
***
Principais importações: fugitivos, peças de Vokswagen.
***
O Brasil é um paraíso para piratas que virou país no dia 7 de setembro de 1822.
O Brasil é mais conhecido por sua história de canibalismo, seus topless (para travestis, bumbumless para mulheres), sua cultura chique de ausência de roupas, seu lendário hooliganismo no futebol e outras atividades criminosas.
***
Quem está preocupado com o texto visto acima – e é apenas uma amostragem –, e, louco furioso de ódio, disposto a matar alguém (possivelmente a mim), contenha-se. Se possível for, se contenção houver. É tudo sacanagem.
Sacanagem da grossa. Claro. Para quem tiver o mínimo necessário de humor, procure entrar no site uncyclopedia.wikia.com/wiki/Uncyclopedia. Para quem não tiver humor, esquece. Tente mandar prender, escreva para uma autoridade, denuncie aos devidos poderes, chame o guarda.
Só que o site é impagável. E você, ilustre leitor e passageiro, pode contribuir, acrescentar, mostrar suas credenciais de redator pago da Casseta e Planeta.
Se ficou chateado com o verbete (são 14 páginas que eu vou te contar, minha gente), dê uma chegada àquele dedicado aos Estados Unidos da América do Norte, por sinal ainda em trabalhos, talvez devido à recente posse de Barack Obama. E já que está por lá, taque no engenho de busca “Barack Obama”. Oba. Consideremo-nos a nós, brasileiros, com sorte. Livraram nossa cara, por assim dizer.
Na segunda-feira, dia 2, quando a nevasca nos prendeu a nós, londrinos, em casa, em vez de ficar jogando meu poquerzinho cibernético com dinheiro de mentirinha, passei um bom par de horas no computador rindo alto sozinho com diversas entradas.
Depois fui ver um DVD de filme do Almodóvar que eu tinha perdido (A Flor do Meu Desejo). Façam o mesmo. Quer dizer, deixem o filme do homem para lá, embora seja das melhores coisas do divino espanhol. O que eu estou querendo sugerir é para que vocês folheiem aquilo que, por conta e risco próprio, traduzi como Desenciclopédia.
Para encerrar, uma última das entradas mais desaforadas no item “Brazil” da Desenciclopédia, só para deixar a todos com um gostinho ou de mel ou de fel na boquinha.
Lá está, ao lado da ilustração a cores do clássico Zé Carioca, que Walt Disney criou para nós, estendendo a mão da amizade continental: “Zé Carioca é um dos mais famosos cáftens brasileiros”.
Terra de ninguém
Cerca de US$ 23 bi desapareceram do Iraque após guerra
Jane Corbin - Da BBC em Londres
Para parlamentar dos EUA, dinheiro foi desperdiçado no Iraque
Uma investigação da BBC aponta que uma quantia estimada em US$ 23 bilhões foi perdida, roubada ou simplesmente deixou de ser registrada no Iraque.
Pela primeira vez, o tamanho dos lucros de empreiteiros privados conseguidos com o conflito e a reconstrução do país foram pesquisados, a partir de fontes dos governos dos Estados Unidos e do Iraque, pelo programa de televisão Panorama, exibido pela BBC na Grã-Bretanha.
Uma ordem judicial nos Estados Unidos proíbe a discussão das alegações. A ordem se aplica a 70 casos judiciais contra algumas das maiores companhias americanas.
A oposição democrata americana continua pressionando o governo a respeito dos lucros conseguidos no Iraque.
"O dinheiro que foi desperdiçado, que fez parte de fraudes ou abusos sob estes contratos, é escandaloso, é chocante", diz Henry Waxman, presidente do Comitê de Vigilância e Reforma Governamental da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. "Pode ser o maior lucro com guerra da história."
Concorrência
Enquanto George W. Bush permanecer na Presidência americana é improvável que a ordem judicial que proíbe as discussões seja suspensa.
Até o momento, nenhum grande empreiteiro americano enfrenta julgamento por fraude ou má administração no Iraque.
Antes da invasão do país, uma das mais importantes autoridades responsáveis pelas aquisições do Pentágono levantou objeções a um contrato de valor potencial estimado em US$ 7 bilhões dado à Halliburton, companhia texana que era liderada por Dick Cheney antes de ele assumir o cargo de vice-presidente americano.
Diferente do que normalmente ocorre, apenas a Halliburton disputou e venceu a concorrência.
Desvio
Para o juiz Radhi Al-Radhi, corruptos são 'criminosos'
A busca pelos bilhões desaparecidos também levou a reportagem da BBC a uma casa em Acton, no oeste de Londres, onde Hazem Shalaan viveu até ser indicado para o cargo de ministro da Defesa pelo novo governo iraquiano em 2004.
Shalaan e seus associados são acusados de desviar cerca de US$ 1,2 bilhão do ministério.
Eles teriam comprado equipamentos militares antigos da Polônia e alegado que eram equipamentos de última geração, com o objetivo de desviar o dinheiro para suas próprias contas.
Shalaan foi condenado a duas penas de prisão, mas fugiu do Iraque. Ele afirmou que é inocente e que as acusações fazem parte de um plano contra ele de parlamentares iraquianos que são pró-Irã.
Existe uma ordem de prisão para Shalaan, da Interpol, mas ele permanece fugindo pelo mundo a bordo de um jato particular.
Shalaan ainda é proprietário de imóveis comerciais na área de Marble Arch, uma região cara de Londres.
O juiz Radhi Al-Radhi, da Comissão para Integridade Pública do Iraque, investigou o caso. "Creio que estas pessoas são criminosas", disse à BBC.
"Eles não reconstruíram o Ministério da Defesa e, como resultado, a violência e derramamento de sangue continuaram", acrescentou. "O assassinato de iraquianos e estrangeiros continua, e eles têm responsabilidade", acrescentou.
Jane Corbin - Da BBC em Londres
Para parlamentar dos EUA, dinheiro foi desperdiçado no Iraque
Uma investigação da BBC aponta que uma quantia estimada em US$ 23 bilhões foi perdida, roubada ou simplesmente deixou de ser registrada no Iraque.
Pela primeira vez, o tamanho dos lucros de empreiteiros privados conseguidos com o conflito e a reconstrução do país foram pesquisados, a partir de fontes dos governos dos Estados Unidos e do Iraque, pelo programa de televisão Panorama, exibido pela BBC na Grã-Bretanha.
Uma ordem judicial nos Estados Unidos proíbe a discussão das alegações. A ordem se aplica a 70 casos judiciais contra algumas das maiores companhias americanas.
A oposição democrata americana continua pressionando o governo a respeito dos lucros conseguidos no Iraque.
"O dinheiro que foi desperdiçado, que fez parte de fraudes ou abusos sob estes contratos, é escandaloso, é chocante", diz Henry Waxman, presidente do Comitê de Vigilância e Reforma Governamental da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. "Pode ser o maior lucro com guerra da história."
Concorrência
Enquanto George W. Bush permanecer na Presidência americana é improvável que a ordem judicial que proíbe as discussões seja suspensa.
Até o momento, nenhum grande empreiteiro americano enfrenta julgamento por fraude ou má administração no Iraque.
Antes da invasão do país, uma das mais importantes autoridades responsáveis pelas aquisições do Pentágono levantou objeções a um contrato de valor potencial estimado em US$ 7 bilhões dado à Halliburton, companhia texana que era liderada por Dick Cheney antes de ele assumir o cargo de vice-presidente americano.
Diferente do que normalmente ocorre, apenas a Halliburton disputou e venceu a concorrência.
Desvio
Para o juiz Radhi Al-Radhi, corruptos são 'criminosos'
A busca pelos bilhões desaparecidos também levou a reportagem da BBC a uma casa em Acton, no oeste de Londres, onde Hazem Shalaan viveu até ser indicado para o cargo de ministro da Defesa pelo novo governo iraquiano em 2004.
Shalaan e seus associados são acusados de desviar cerca de US$ 1,2 bilhão do ministério.
Eles teriam comprado equipamentos militares antigos da Polônia e alegado que eram equipamentos de última geração, com o objetivo de desviar o dinheiro para suas próprias contas.
Shalaan foi condenado a duas penas de prisão, mas fugiu do Iraque. Ele afirmou que é inocente e que as acusações fazem parte de um plano contra ele de parlamentares iraquianos que são pró-Irã.
Existe uma ordem de prisão para Shalaan, da Interpol, mas ele permanece fugindo pelo mundo a bordo de um jato particular.
Shalaan ainda é proprietário de imóveis comerciais na área de Marble Arch, uma região cara de Londres.
O juiz Radhi Al-Radhi, da Comissão para Integridade Pública do Iraque, investigou o caso. "Creio que estas pessoas são criminosas", disse à BBC.
"Eles não reconstruíram o Ministério da Defesa e, como resultado, a violência e derramamento de sangue continuaram", acrescentou. "O assassinato de iraquianos e estrangeiros continua, e eles têm responsabilidade", acrescentou.
Naufrágio na costa da Líbia
Pelo menos 21 pessoas teriam morrido depois que um navio que levava imigrantes para a Europa afundou na costa da Líbia.
O incidente, que foi noticiado nesta segunda-feira, teria ocorrido no domingo.
Segundo informações da imprensa da Líbia e do Egito, a embarcação apresentou problemas logo depois de sair de Sidi Bilal, perto da capital da Líbia, Trípoli.
Um funcionário do Ministério das Relações Exteriores do Egito informou que 20 pessoas foram resgatadas pelos serviços líbios, mas teme-se que dezenas de outras tenham se afogado.
Segundo o oficial egípcio, citado pela agência Mena, a embarcação teria afundado a cerca de 30 km da costa da Líbia. O motivo do acidente seria uma perfuração no casco do navio.
"Os serviços de busca e resgate da Líbia conseguiram recuperar alguns corpos. Entre os mortos estão dez egípcios", disse o oficial egípcio à agência Mena.
Calcula-se que a embarcação levasse mais de 250 pessoas a bordo.
Uma fonte do Ministério do Interior da Líbia confirmou que pelo menos 21 pessoas morreram no acidente. Ainda não se sabe ao certo quantas pessoas estão desaparecidas.
As nacionalidades dos outros imigrantes que estavam no barco ainda são desconhecidas.
Informações ainda não confirmadas transmitidas pela rede de TV CNN dão conta de que um segundo navio também teria afundado nos últimos dias.
No total, 600 pessoas estariam a bordo das duas embarcações, de acordo com a CNN.
Imigração
A Líbia é um importante ponto de partida para pessoas que tentam entrar ilegalmente na Europa.
A correspondente da BBC no Cairo, Yolande Knell, afirma que muitas dessas pessoas vêm do Egito, país que tem altas taxas de desemprego entre a população jovem. O destino da maioria destes imigrantes costuma ser a Itália.
Yolande Knell lembra que, em junho do ano passado, pelo menos 40 pessoas morreram em um naufrágio em circunstâncias semelhantes.
O governo italiano já anunciou que dará início em breve a patrulhas conjuntas com a Líbia para tentar deter o fluxo de imigrantes ilegais para o país.
Dezenas de milhares de africanos tentam alcançar a Europa pelo mar todos os anos.
Segundo informações da imprensa da Líbia e do Egito, a embarcação apresentou problemas logo depois de sair de Sidi Bilal, perto da capital da Líbia, Trípoli.
Um funcionário do Ministério das Relações Exteriores do Egito informou que 20 pessoas foram resgatadas pelos serviços líbios, mas teme-se que dezenas de outras tenham se afogado.
Segundo o oficial egípcio, citado pela agência Mena, a embarcação teria afundado a cerca de 30 km da costa da Líbia. O motivo do acidente seria uma perfuração no casco do navio.
"Os serviços de busca e resgate da Líbia conseguiram recuperar alguns corpos. Entre os mortos estão dez egípcios", disse o oficial egípcio à agência Mena.
Calcula-se que a embarcação levasse mais de 250 pessoas a bordo.
Uma fonte do Ministério do Interior da Líbia confirmou que pelo menos 21 pessoas morreram no acidente. Ainda não se sabe ao certo quantas pessoas estão desaparecidas.
As nacionalidades dos outros imigrantes que estavam no barco ainda são desconhecidas.
Informações ainda não confirmadas transmitidas pela rede de TV CNN dão conta de que um segundo navio também teria afundado nos últimos dias.
No total, 600 pessoas estariam a bordo das duas embarcações, de acordo com a CNN.
Imigração
A Líbia é um importante ponto de partida para pessoas que tentam entrar ilegalmente na Europa.
A correspondente da BBC no Cairo, Yolande Knell, afirma que muitas dessas pessoas vêm do Egito, país que tem altas taxas de desemprego entre a população jovem. O destino da maioria destes imigrantes costuma ser a Itália.
Yolande Knell lembra que, em junho do ano passado, pelo menos 40 pessoas morreram em um naufrágio em circunstâncias semelhantes.
O governo italiano já anunciou que dará início em breve a patrulhas conjuntas com a Líbia para tentar deter o fluxo de imigrantes ilegais para o país.
Dezenas de milhares de africanos tentam alcançar a Europa pelo mar todos os anos.
Quando 2020 chegar...
Petróleo e etanol devem dar novo status ao Brasil até 2020
Alessandra Corrêa
Da BBC Brasil em São Paulo
Novas descobertas de petróleo devem tornar Brasil exportador até 2020
O potencial energético do Brasil, ampliado com as recentes descobertas de petróleo e gás na camada pré-sal e a produção de etanol, deverá transformar o país em exportador de energia até 2020.
A mudança de status deverá colocar o Brasil em posição de destaque no cenário mundial.
Entre os grandes emergentes que formam o grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), somente os russos, que têm grandes reservas de gás e petróleo, são exportadores líquidos de energia.
Um relatório com projeções até 2030 elaborado em conjunto pela consultoria Ernst & Young Brasil e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) indica que o consumo doméstico de energia poderá crescer a uma média de 3,3% ao ano, ante um aumento médio de 4,2% na produção, o que geraria excedente de petróleo e etanol para o mercado externo.
De acordo com esse estudo, novos investimentos em refino de petróleo no Brasil também deverão resultar em um combustível de condições técnicas adequadas às exigências do mercado internacional.
"Grandes volumes de gasolina brasileira devem ser exportados", diz o relatório, "chegando a 9,3 bilhões de litros em 2030".
Déficit
Atualmente, o Brasil já exporta petróleo. Segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), em 2008 o Brasil exportou 158,1 milhões de barris, com receita de US$ 13,6 bilhões. Mas também importou 147,9 milhões de barris, ao custo de US$ 16,3 bilhões.
No entanto, o déficit na balança ocorre porque o petróleo exportado pelo Brasil é do tipo pesado, de menor valor de mercado, e o país ainda precisa importar o petróleo leve, que é mais caro.
A transformação do Brasil em grande exportador marca uma grande evolução em relação a um passado não muito distante."Na década de 70, duas fontes dominavam a matriz energética brasileira: lenha e petróleo", diz Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
A grande dependência de uma fonte fez com que em 1973 o primeiro choque do petróleo afetasse fortemente o país. Uma das razões do avanço do país no setor nas últimas décadas foi o investimento na diversificação.
"O Brasil tem hoje uma das matrizes mais renováveis do mundo - 46% é de fontes renováveis. A média mundial é de 13%", afirma o presidente da EPE.
Etanol
Uma das grandes apostas do governo brasileiro, o etanol vem ganhando destaque no cenário mundial em meio a discussões sobre mudanças climáticas, a crescente demanda internacional por fontes de energia mais limpas e a preocupação dos países em reduzir sua dependência de petróleo.
Ao contrário, por exemplo, dos Estados Unidos, que produzem etanol à base de milho, também utilizado para alimentação, o Brasil usa como matéria-prima a cana-de-açúcar, considerada mais eficiente por especialistas e com maior poder de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa.
Estados Unidos e União Européia têm programas para promover o consumo de biocombustíveis e deverão aumentar a mistura de etanol nos próximos anos.
Segundo o relatório da Ernst & Young, as exportações brasileiras do produto deverão crescer 8,9% ao ano.
O etanol tem ainda o desafio de se tornar uma commodity global.
As barreiras enfrentadas pelo produto no mercado internacional, como tarifas de importação, "deverão ser reduzidas gradualmente", segundo a projeção da Ernst & Young .
Além disso, avanços tecnológicos nos próximos 10 anos, como o etanol de segunda geração, produzido a partir de materiais hoje descartados, como sobras de colheita ou palha e bagaço de cana, deverão permitir aumentar a produção sem necessidade de ampliação de área.
A previsão do governo brasileiro é de aumentar a produção de etanol em mais de 150% até 2020.
Mesmo com todos os avanços, porém, o mercado de etanol ainda é pequeno. Calcula-se que todos os biocombustíveis não representem nem 1% do peso do petróleo.
Segundo o presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Marcos Jank, imaginar que o crescimento do etanol significa uma substituição do petróleo "é besteira".
Pré-sal
Com a descoberta de enormes reservas na camada pré-sal, que se estende por 800 quilômetros entre Espírito Santo e Santa Catarina, o Brasil deve ganhar uma posição de destaque também no mercado internacional de petróleo.
Ainda não há um cálculo preciso sobre o volume dessas reservas, mas algumas estimativas chegam a apontar que a camada pode abrigar, no total, até 100 bilhões de barris, o que deverá consolidar o Brasil como potência energética.
Há dificuldades, porém. As reservas estão a uma profundidade de 7 quilômetros abaixo do leito do mar, e a tecnologia de exploração é cara.
"A viabilidade de exploração depende não só encontrar reservas, mas de viabilizar as reservas em função dos aspectos econômicos da sua exploração e produção e também dos aspectos tecnológicos", diz José Carlos Pinto, sócio da Ernst & Young.
Segundo ele, é necessário um preço de mercado que seja superior ao custo de produção, além de capacidade tecnológica para viabilizar a produção e a extração.
Há cálculos que indicam necessidade de investimentos de até US$ 1 trilhão para explorar a camada pré-sal. O governo já afirmou que a exploração é viável com o preço do barril em torno de US$ 40.
"Há tendências que indicam que os custos de exploração e produção estão se reduzindo substancialmente, talvez também impactados pela crise", afirma o representante da Ernst&Young. "O que também reduz o patamar mínimo em que o preço de mercado do petróleo viabilizaria (a exploração do pré-sal)."
Alessandra Corrêa
Da BBC Brasil em São Paulo
Novas descobertas de petróleo devem tornar Brasil exportador até 2020
O potencial energético do Brasil, ampliado com as recentes descobertas de petróleo e gás na camada pré-sal e a produção de etanol, deverá transformar o país em exportador de energia até 2020.
A mudança de status deverá colocar o Brasil em posição de destaque no cenário mundial.
Entre os grandes emergentes que formam o grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), somente os russos, que têm grandes reservas de gás e petróleo, são exportadores líquidos de energia.
Um relatório com projeções até 2030 elaborado em conjunto pela consultoria Ernst & Young Brasil e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) indica que o consumo doméstico de energia poderá crescer a uma média de 3,3% ao ano, ante um aumento médio de 4,2% na produção, o que geraria excedente de petróleo e etanol para o mercado externo.
De acordo com esse estudo, novos investimentos em refino de petróleo no Brasil também deverão resultar em um combustível de condições técnicas adequadas às exigências do mercado internacional.
"Grandes volumes de gasolina brasileira devem ser exportados", diz o relatório, "chegando a 9,3 bilhões de litros em 2030".
Déficit
Atualmente, o Brasil já exporta petróleo. Segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), em 2008 o Brasil exportou 158,1 milhões de barris, com receita de US$ 13,6 bilhões. Mas também importou 147,9 milhões de barris, ao custo de US$ 16,3 bilhões.
No entanto, o déficit na balança ocorre porque o petróleo exportado pelo Brasil é do tipo pesado, de menor valor de mercado, e o país ainda precisa importar o petróleo leve, que é mais caro.
A transformação do Brasil em grande exportador marca uma grande evolução em relação a um passado não muito distante."Na década de 70, duas fontes dominavam a matriz energética brasileira: lenha e petróleo", diz Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
A grande dependência de uma fonte fez com que em 1973 o primeiro choque do petróleo afetasse fortemente o país. Uma das razões do avanço do país no setor nas últimas décadas foi o investimento na diversificação.
"O Brasil tem hoje uma das matrizes mais renováveis do mundo - 46% é de fontes renováveis. A média mundial é de 13%", afirma o presidente da EPE.
Etanol
Uma das grandes apostas do governo brasileiro, o etanol vem ganhando destaque no cenário mundial em meio a discussões sobre mudanças climáticas, a crescente demanda internacional por fontes de energia mais limpas e a preocupação dos países em reduzir sua dependência de petróleo.
Ao contrário, por exemplo, dos Estados Unidos, que produzem etanol à base de milho, também utilizado para alimentação, o Brasil usa como matéria-prima a cana-de-açúcar, considerada mais eficiente por especialistas e com maior poder de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa.
Estados Unidos e União Européia têm programas para promover o consumo de biocombustíveis e deverão aumentar a mistura de etanol nos próximos anos.
Segundo o relatório da Ernst & Young, as exportações brasileiras do produto deverão crescer 8,9% ao ano.
O etanol tem ainda o desafio de se tornar uma commodity global.
As barreiras enfrentadas pelo produto no mercado internacional, como tarifas de importação, "deverão ser reduzidas gradualmente", segundo a projeção da Ernst & Young .
Além disso, avanços tecnológicos nos próximos 10 anos, como o etanol de segunda geração, produzido a partir de materiais hoje descartados, como sobras de colheita ou palha e bagaço de cana, deverão permitir aumentar a produção sem necessidade de ampliação de área.
A previsão do governo brasileiro é de aumentar a produção de etanol em mais de 150% até 2020.
Mesmo com todos os avanços, porém, o mercado de etanol ainda é pequeno. Calcula-se que todos os biocombustíveis não representem nem 1% do peso do petróleo.
Segundo o presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Marcos Jank, imaginar que o crescimento do etanol significa uma substituição do petróleo "é besteira".
Pré-sal
Com a descoberta de enormes reservas na camada pré-sal, que se estende por 800 quilômetros entre Espírito Santo e Santa Catarina, o Brasil deve ganhar uma posição de destaque também no mercado internacional de petróleo.
Ainda não há um cálculo preciso sobre o volume dessas reservas, mas algumas estimativas chegam a apontar que a camada pode abrigar, no total, até 100 bilhões de barris, o que deverá consolidar o Brasil como potência energética.
Há dificuldades, porém. As reservas estão a uma profundidade de 7 quilômetros abaixo do leito do mar, e a tecnologia de exploração é cara.
"A viabilidade de exploração depende não só encontrar reservas, mas de viabilizar as reservas em função dos aspectos econômicos da sua exploração e produção e também dos aspectos tecnológicos", diz José Carlos Pinto, sócio da Ernst & Young.
Segundo ele, é necessário um preço de mercado que seja superior ao custo de produção, além de capacidade tecnológica para viabilizar a produção e a extração.
Há cálculos que indicam necessidade de investimentos de até US$ 1 trilhão para explorar a camada pré-sal. O governo já afirmou que a exploração é viável com o preço do barril em torno de US$ 40.
"Há tendências que indicam que os custos de exploração e produção estão se reduzindo substancialmente, talvez também impactados pela crise", afirma o representante da Ernst&Young. "O que também reduz o patamar mínimo em que o preço de mercado do petróleo viabilizaria (a exploração do pré-sal)."
Dependência sufocante para a economia
Fernanda Nidecker
Enviada especial da BBC Brasil a Moscou
Setor energético responde por 60% das exportações da Rússia
A Rússia terá que diversificar sua economia, hoje altamente dependente dos recursos energéticos, para voltar a crescer na próxima década, afirmam analistas ouvidos pela BBC Brasil. O país é o que mais sofre com os efeitos da crise financeira internacional entre os países do grupo BRIC.
Para Jim O'Neill, economista da Goldman Sachs que cunhou o termo BRIC, a alta dependência do país por petróleo e gás tornou a Rússia o mais vulnerável entre os quatro integrantes do BRIC às turbulências externas.
"A Rússia definitivamente terá que mudar. Esta crise demonstrou que o país é dependente demais do petróleo e que precisa se afastar disso", disse O'Neill em entrevista à BBC Brasil.
Dona da maior reserva de gás natural do mundo e da segunda maior de petróleo, a Rússia tem 60% de suas exportações sustentadas pelo setor energético. O país também é grande produtor de outras matérias primas, como metais e madeira, tendo se beneficiado, como o Brasil, da alta no preço das commodities nos últimos anos.
Um dos maiores efeitos da crise global foi a redução da demanda pelas commodities, levando os preços de vários produtos a despencar no mercado internacional. O barril de petróleo, que chegou a custar US$ 140 em julho de 2008, no final de março estava sendo cotado a menos de US$ 53.
Competitividade
Segundo especialistas, um dos primeiros passos para o Kremlin diversificar a economia será aumentar seu leque de investimentos dentro do setor energético, baseado principalmente na extração de petróleo e gás.
"Se a Rússia quer se especializar em energia, terá que investir no potencial tecnológico de outras áreas relacionadas ao setor, como fontes alternativas de energia, conservação e processamento", avalia Dmitri Trenin, diretor do instituto Carnegie Centre, em Moscou.
O analista reforça que para poder competir com outros países e se destacar no cenário econômico internacional, a Rússia ainda precisará canalizar recursos para outras áreas, como inovação tecnológica, informação e tecnologia aeroespacial.
Um ranking de competitividade industrial elaborado pela Agência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido, na sigla em inglês), colocou a Rússia em 66º lugar em uma lista de cem países. O país ocupou a pior colocação entre os BRIC, ficando bem atrás de China (26º), Brasil (39º) e Índia (40º).
O próprio Kremlin já reconheceu que para continuar crescendo até 2020, a Rússia terá que sair da inércia do desenvolvimento baseado nos recursos energéticos e outras commodities.
Em um discurso para o Conselho de Estado russo pouco antes de deixar a Presidência e ocupar o cargo de primeiro-ministro, em março do ano passado, Vladmir Putin disse que a posição da Rússia como exportador mundial de commodities pode, no futuro, "deixar o país atrás das maiores potências econômicas e de fora do grupo dos maiores líderes mundiais".
Durante os anos de prosperidade econômica, o Kremlin aumentou sua atuação no setor de energia, estatizando várias empresas. Como resultado, acumulou dívidas gigantescas e fez poucos investimentos na exploração de novas reservas.
Na opinião de especialistas, o futuro da Rússia como potência energética vai depender da vontade do Kremlin de abrir as portas para os investimentos estrangeiros.
"A grande questão para a próxima década será saber se o país vai se abrir para os investimentos externos no setor energético. Do contrário, será muito difícil desenvolver aquilo que constituiu o bem mais poderoso da Rússia, que são as commodities", afirma a cientista política Masha Lipman.
Efeitos da crise
A crise financeira internacional expôs as vulnerabilidades da economia russa a turbulências externas. Um dos efeitos mais perversos tem sido o desemprego, que no mês passado chegou a 8% da população ativa, atingindo seis milhões de trabalhadores.
A produção industrial caiu 20% nos últimos seis meses. O rublo, a moeda local, se desvalorizou pela metade, aumentando a inflação, que segundo números oficiais chega a 13,9%.
Em 2007, a economia cresceu 8,1%, o melhor desempenho da década, seguido pela aceleração, já freada pela crise, de 6% em 2008.
Para 2009, projeções do Banco Mundial indicam que a economia russa vai encolher 3% e, para 2010, o crescimento deverá ser de 0%. Mais otimista, o governo russo aposta em uma contração de 2,2% para este ano.
Os anos de crescimento econômico da última década encheram os cofres do governo, que hoje está canalizando cerca de US$ 600 bilhões em reservas para salvar empresas em dificuldades.
Alguns analistas duvidam da capacidade da Rússia de sobreviver à crise. Para opositores do Kremlin, o futuro do país é cercado de incertezas.
"Eu não acredito que diante das atuais dificuldades financeiras, a Rússia pode ter um papel político e econômico importante nos próximos anos antes que encontre uma solução para a crise", afirma Vladmir Milov, que integra o movimento político oposicionista ‘A Outra Rússia' e preside o think-tank russo Institute of Energy Policy.
Sem planos,penalidades...
Obama estabelece prazos restritos para montadoras se restruturarem
Para Obama a indústria automobilística é um símbolo americano
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deu prazo restrito para as montadoras americanas General Motors (GM) e Chrysler apresentarem seus planos de restruturação antes de receberem ajuda do governo.
A GM terá 60 dias e a Chrysler apenas 30 dias para apresentarem seus planos.
Obama disse que a situação da Chrysler é mais complicada do que da GM e que o governo daria 30 dias para a empresa completar sua fusão com a italiana Fiat.
Se bem-sucedida, a administração americana consideraria um empréstimo de US$ 6 bilhões, se não, o presidente disse que não poderia justificar o investimento de dinheiro do contribuinte.
Símbolo
"Hoje anuncio que meu governo vai oferecer à GM e Chryler um período adicional limitado para que elas trabalhem com os credores, sindicatos e outros acionistas para se restruturarem de uma forma que justificaria um investimento de mais dólares dos contribuintes", afirmou Obama.
"Neste período, eles devem criar planos para dar ao povo americano a confiança em suas perspectivas de sucesso no longo prazo", acrescentou.
Na entrevista coletiva na Casa Branca, em Washington, Obama afirmou que o governo americano não deixará que as montadoras americanas entrem em falência.
"Não podemos, não devemos e não vamos deixar nossa indústria simplesmente desaparecer. Esta indústria é como nenhuma outra. É um símbolo do espírito americano, um símbolo, no passado e no futuro, do sucesso americano", afirmou.
Mais fortes
Obama afirmou que a indústria automobilística americana "não está indo na direção certa com a rapidez necessária para ser bem sucedida".
O presidente americano acrescentou que as montadoras americanas estão com problemas devido "ao fracasso da liderança - de Washington a Detroit".
Obama também sugeriu que tentar a proteção contra falência pode ser a melhor forma de avançar em meio à crise para as duas companhias.
Os planos de restruturação podem "significar usar nosso código de concordata como um mecanismo para ajudar (as montadoras) a se restruturar mais rapidamente e emergirem mais fortes", afirmou o presidente.
Segundo o presidente isto poderia facilitar para que as companhias "se livrassem rapidamente das velhas dívidas, para que possam se restabelecer e voltar para o caminho do sucesso".
Obama também afirmou que vai trabalhar com o Congresso para a criação de um programa para encorajar os consumidores a substituírem os carros velhos e que gastam mais combustível por novos veículos, mais limpos.
As duas montadoras já apresentaram um plano de restruturação que pede mais US$ 20 bilhões de ajuda do governo.
Demissões e renúncia
No domingo, Obama ordenou a renúncia do presidente da GM, Rick Wagoner, que deverá ser substituído por Kent Kresa, como presidente interino da montadora.
A GM já anunciou corte de 47 mil vagas, e a Chrysler deverá demitir 3 mil funcionários até o fim do ano. Essas demissões representam o maior corte de empregos anunciado por uma empresa americana na atual crise econômica.
Em dezembro, a GM também anunciou que reduziria o número de fábricas de 47 para 38 até 2012. Agora, porém, a empresa planeja fechar outras cinco fábricas, reduzindo o número total para 33.
Para Obama a indústria automobilística é um símbolo americano
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deu prazo restrito para as montadoras americanas General Motors (GM) e Chrysler apresentarem seus planos de restruturação antes de receberem ajuda do governo.
A GM terá 60 dias e a Chrysler apenas 30 dias para apresentarem seus planos.
Obama disse que a situação da Chrysler é mais complicada do que da GM e que o governo daria 30 dias para a empresa completar sua fusão com a italiana Fiat.
Se bem-sucedida, a administração americana consideraria um empréstimo de US$ 6 bilhões, se não, o presidente disse que não poderia justificar o investimento de dinheiro do contribuinte.
Símbolo
"Hoje anuncio que meu governo vai oferecer à GM e Chryler um período adicional limitado para que elas trabalhem com os credores, sindicatos e outros acionistas para se restruturarem de uma forma que justificaria um investimento de mais dólares dos contribuintes", afirmou Obama.
"Neste período, eles devem criar planos para dar ao povo americano a confiança em suas perspectivas de sucesso no longo prazo", acrescentou.
Na entrevista coletiva na Casa Branca, em Washington, Obama afirmou que o governo americano não deixará que as montadoras americanas entrem em falência.
"Não podemos, não devemos e não vamos deixar nossa indústria simplesmente desaparecer. Esta indústria é como nenhuma outra. É um símbolo do espírito americano, um símbolo, no passado e no futuro, do sucesso americano", afirmou.
Mais fortes
Obama afirmou que a indústria automobilística americana "não está indo na direção certa com a rapidez necessária para ser bem sucedida".
O presidente americano acrescentou que as montadoras americanas estão com problemas devido "ao fracasso da liderança - de Washington a Detroit".
Obama também sugeriu que tentar a proteção contra falência pode ser a melhor forma de avançar em meio à crise para as duas companhias.
Os planos de restruturação podem "significar usar nosso código de concordata como um mecanismo para ajudar (as montadoras) a se restruturar mais rapidamente e emergirem mais fortes", afirmou o presidente.
Segundo o presidente isto poderia facilitar para que as companhias "se livrassem rapidamente das velhas dívidas, para que possam se restabelecer e voltar para o caminho do sucesso".
Obama também afirmou que vai trabalhar com o Congresso para a criação de um programa para encorajar os consumidores a substituírem os carros velhos e que gastam mais combustível por novos veículos, mais limpos.
As duas montadoras já apresentaram um plano de restruturação que pede mais US$ 20 bilhões de ajuda do governo.
Demissões e renúncia
No domingo, Obama ordenou a renúncia do presidente da GM, Rick Wagoner, que deverá ser substituído por Kent Kresa, como presidente interino da montadora.
A GM já anunciou corte de 47 mil vagas, e a Chrysler deverá demitir 3 mil funcionários até o fim do ano. Essas demissões representam o maior corte de empregos anunciado por uma empresa americana na atual crise econômica.
Em dezembro, a GM também anunciou que reduziria o número de fábricas de 47 para 38 até 2012. Agora, porém, a empresa planeja fechar outras cinco fábricas, reduzindo o número total para 33.
Informativo FIRJAN
O Sistema FIRJAN, junto ao Consulado dos EUA-RJ, à Câmara de Comércio Americana (Amcham) e à PUC-Rio, promove no próximo dia 31 de março, a partir das 9 horas, o seminário "Ética Empresarial: dos desafios de competitividade à prática da responsabilidade social corporativa".
O evento vai ser realizado no Teatro do Sesi, no Centro do Rio, com transmissão para todas as regiões do Estado por meio da TV FIRJAN. O objetivo do seminário é discutir a importância da ética nas práticas empresariais. Na ocasião, empresários e acadêmicos de cursos de negócios e empreendedorismo terão a oportunidade de assistir à palestra da norte-americana Laura Nash, sócia-fundadora do Piper Cove Asset Management, LP e ex- professora da Harvard Business School. Laura é especialista nas áreas de influência de valores e da ética na liderança empresarial e cultura corporativa. Os inscritos participarão também de debate e de mesa-redonda com profissionais da área. O seminário será transmitido no Teatro FIRJAN/SESI Itaperuna, e as inscrições devem ser feitas pelo do site do Sistema FIRJAN http://www.firjan.org.br/form/Etica_empresarial/.Os inscritos que participarem do evento terão direito a certificado. O Teatro FIRJAN/SESI fica localizado na Av. Deputado José de Cerqueira Garcia, 883, Bairro Presidente Costa e Silva – Itaperuna.
Nilciane Gripa - Representação Regional Noroeste - FIRJAN
Tel.: 55(22)3824-6500
Sistema FIRJAN - www.firjan.org.br
Fala sério...
Por: Diogo Mainardi
Nossa maior glória, de acordo com a reportagem da revista The Economist, foi ter permanecido lá atrás. No estatismo. No assistencialismo. No empreguismo. Na agiotagem. Nas negociatas"O elogio do atraso. Quanto mais atrasado, melhor. Há algumas semanas, a revista The Economist analisou o atual estado da economia brasileira. Nossa maior glória, de acordo com a reportagem, foi ter permanecido lá atrás. No estatismo. No assistencialismo. No empreguismo. Na agiotagem. Nas negociatas patrimonialistas do BNDES. Agora tudo isso poderá nos proteger do rombo da economia mundial, causado por aquela "gente branca, loira e de olhos azuis", segundo Lula. A reportagem da The Economist é ilustrada com a imagem de um homem de bermuda, tirando uma soneca num muro de pedra, diante de uma igreja. Os historiadores sempre associaram nosso atraso ao catolicismo ibérico. Como nosso trunfo é o atraso, a gente tem de ir mais à igreja. A gente tem de resgatar o Tribunal do Santo Ofício. A gente tem de dormir mais. Nosso lugar, como o de Macunaíma, é numa aldeia à margem do Uraricoera. The Economist recuperou o mito modernista do herói indolente e sem caráter, celebrando Mário de Andrade com oitenta anos de atraso. Quanto mais atrasado, melhor. Especialmente no caso de Mário de Andrade.Coreia, Coreia, Coreia. Nos últimos anos, aconselharam-nos sem parar a imitar a Coreia. Que pegou um monte de dinheiro e o despejou todinho na escola. O único caminho para o progresso, repetia-se tediosamente, era o estudo. Os coreanos fizeram isso mesmo: estudaram. Deu certo por algum tempo. Até a economia mundial desabar. Quando desabou, a da Coreia desabou mais ainda. E o modelo brasileiro, baseado no torpor físico e moral, passou a ser comemorado nas páginas da The Economist. Quem mandou estudar tanto? A Coreia, hoje, tem uma indústria de ponta que compete com a dos países mais ricos, com produtos que ninguém se interessa em comprar. A gente, muito mais folgadamente, recolhe farelo de soja e minério de ferro e sai arrecadando uns trocados por aí.
Conselho: estude menos e durma mais.
Leis desiguais...
Brasil acima de tudo" pergunta: e quando a justiça vai punir a família da Silva pelos crimes cometidos, que não são poucos e muito menos "leves"?
Editorial, FSP
Contra o que determinam a lei e os tribunais superiores, autoridades abusam do recurso às prisões preventivas
SETORES da Polícia Federal, do Ministério Público e do Judiciário acomodam-se, perigosamente, a um método de atuação sensacionalista e truculento. Disseminam escutas e monitoramentos sem o devido controle, criam uma narrativa a partir de meras inferências e deslancham a "operação", uma rede de arrasto de prisões e apreensões do que estiver no caminho. Investigados por meses sem o saber, detidos e seus advogados não têm acesso ao teor das acusações que embasaram a prisão.
Mas eis que, no dia do espalhafato policial, um senador, acusado de ter recebido R$ 300 mil irregularmente de uma construtora, exibe um recibo: teria sido oficial a doação. A PF não apresentou provas que confirmassem a suspeita lançada a público.
Na falta de apuração e controle competentes, vários policiais, procuradores e até juízes têm apostado na manipulação da opinião pública. Tomam um fato -a impunidade nas camadas mais altas da renda e do poder, motivo de justa indignação popular- como mote de uma cruzada para intimidar pessoas e empresas identificadas com tais "elites".
As prisões que decretam passam a impressão, equivocada, de que o investigado está sendo punido. Detenções provisórias e preventivas não têm nenhuma relação com sentença ou condenação. Num processo ou num inquérito ainda indefinidos, são mecanismos incidentais cujo uso vem sendo banalizado nas esferas inferiores do Judiciário.
A prisão, na fase intermediária do juízo, é reservada pela lei a pessoas que, mediante "prova da existência do crime e indício suficiente de autoria", ameacem a integridade física de outros, a "ordem econômica" e a coleta de provas ou demonstrem propensão à fuga. Fora desses casos excepcionais, a regra constitucional, reafirmada há pouco no Supremo Tribunal Federal, é que o réu responda em liberdade até serem esgotados os recursos.
Você sabia...
Curiosidades da Fórmula 1
Alguns dados curiosos que fazem parte do mundo mágico — e caro — da Fórmula 1.605kg é o peso mínimo do carro com tanque vazio e o piloto dentro.2kg é o que um piloto perde, em média, por GP.352 toneladas de equipamentos são transportados para os GPs fora da Europa, por aviões de carga.95kg é o peso de um motor V8 de F-1, um dos mais leves do mundo.O câmbio tem 7 marchas, mais a ré, raramente é usada.2,6 segundos é o tempo que um F-1 leva para fazer de 0 a 100 km/h.362 km/h é a maior velocidade atingida num GP atualmente.2000 trocas de marcha são feitas durante um GP de Mônaco, o mais exigente para o câmbio.19 000 rotações por minuto é o giro máximo de um motor numa corrida.2 segundos é o tempo que um F-1 a 200 km/h leva até parar completamente numa freada.20 000 km são percorridos por um F-1 por ano, somando testes, treinos e corridas.25 botões estão no volante do carro, cada um para um comando específico.55ºC é a temperatura média dentro do cockpit.1000ºC é a temperatura do freio de F-1 quando exigido em seu limite.US$ 5000 é o preço de um único jogo de quatro pneus.60 000 pneus são utilizados numa temporada.80 funcionários por equipe comparecem em cada GP.40 Tvs de plasma ficam nos motorhomes das maiores equipes.40 quilômetros de cabos elétricos/eletrônicos fazem funcionar toda a parafernália de equipamento das escuderias.100 quilos de macarrão são servidos nos boxes da Ferrari.1800 pãezinhos são devorados no camarote da BMW, em cada GP.
Fonte: www.curiosando.com.br
Cláudio Humberto
Assunto:
- Governo Federal corta R$ 1,2 bilhão do Ministério da Justiça.
- Senado Federal ainda não exonerou nenhum diretor da Casa.
- Plano Habitacional exclui 60,4 milhões de pessoas que vivem em cidades com menos de 100 mil habitantes.
- Prefeito de João Alfredo (PE), Severino Cavalcanti nomeia nora e filhos para cargos em seu governo.
Para ler estas notícias na íntegra acesse:
http://www.claudiohumberto.com.br
- Governo Federal corta R$ 1,2 bilhão do Ministério da Justiça.
- Senado Federal ainda não exonerou nenhum diretor da Casa.
- Plano Habitacional exclui 60,4 milhões de pessoas que vivem em cidades com menos de 100 mil habitantes.
- Prefeito de João Alfredo (PE), Severino Cavalcanti nomeia nora e filhos para cargos em seu governo.
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Pensamentos diferentes
José Alencar afirma que política monetária do governo Lula é um "desastre"
Do UOL NotíciasEm São Paulo
Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (30), o vice-presidente da República, José Alencar, defendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao comentar queda da popularidade do governo em pesquisa CNT/Sensus, mas criticou a política monetária do governo. "A política monetária é um desastre. Erro do governo", disse Alencar.
A avaliação positiva do governo Lula caiu de 72,5% para 62,4% desde janeiro deste ano, de acordo com pesquisa divulgada hoje (30) pela CNT/Sensus. "As oscilações nas pesquisas a essa altura retratam o momento. Pode ser algo ligado à crise, mas o presidente tem desenvolvido um bom trabalho diante dela, principalmente da pior mazela que ela traz que é o desemprego. Nunca houve nenhum outro presidente com esse grau de popularidade, isso é raríssimo. Quem dera que todos pudessem usufruir dessa popularidade do presidente Lula", disse Alencar.
Sobre a frase de Lula, que disse que a crise seria apenas uma "marolinha", o vice-presidente afirmou: "O presidente usa muito de metáforas para se comunicar e ele deve se comunicar muito bem, caso contrário não seria o presidente da República. Algumas das metáforas dele são interpretadas de maneira pejorativa. Com referência ao que acontece lá fora, a crise é muito, muito menor".
Para Alencar, "a crise é um ajuste". "Um ajuste inevitável, porque houve abuso no mundo inteiro, especialmente nos Estados Unidos, também na área bancária, o que nos levou a essa situação. Eu penso que o Brasil tem todas as condições para sair desse ajuste, que prefiro chamar assim do que crise", completou.
Já sobre a política monetária, que classificou de "desastre", Alencar a considera um "erro do governo". O vice-presidente disse ainda, sobre a autonomia do Banco Central: "Eu considero isso uma balela. Não existe autonomia. A decisão da taxa de juros é uma decisão técnica. Eu acho que o Banco Central contraria os interesses nacionais com essa taxa".
Sobre as eleições para a Presidência, em 2010, José Alencar afirmou que a população aprovaria a permanência de Lula. "As candidaturas ainda não estão postas. Nem mesmo a do governador José Serra. Se perguntarem para o povo brasileiro o que ele deseja, ele vai responder que o presidente Lula permaneça", disse José Alencar, que ainda ressalvou não estar fazendo comparações com nenhuma ditadura de países da América Latina. "Eu não estou fazendo comparação nem com Fidel Castro, Chávez, nem com ninguém."
Sobre uma provável candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), Alencar disse que a ministra "possui todos os títulos para ser uma boa presidente da República". "Mas ela não é candidata, ainda é cedo."
Do UOL NotíciasEm São Paulo
Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (30), o vice-presidente da República, José Alencar, defendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao comentar queda da popularidade do governo em pesquisa CNT/Sensus, mas criticou a política monetária do governo. "A política monetária é um desastre. Erro do governo", disse Alencar.
A avaliação positiva do governo Lula caiu de 72,5% para 62,4% desde janeiro deste ano, de acordo com pesquisa divulgada hoje (30) pela CNT/Sensus. "As oscilações nas pesquisas a essa altura retratam o momento. Pode ser algo ligado à crise, mas o presidente tem desenvolvido um bom trabalho diante dela, principalmente da pior mazela que ela traz que é o desemprego. Nunca houve nenhum outro presidente com esse grau de popularidade, isso é raríssimo. Quem dera que todos pudessem usufruir dessa popularidade do presidente Lula", disse Alencar.
Sobre a frase de Lula, que disse que a crise seria apenas uma "marolinha", o vice-presidente afirmou: "O presidente usa muito de metáforas para se comunicar e ele deve se comunicar muito bem, caso contrário não seria o presidente da República. Algumas das metáforas dele são interpretadas de maneira pejorativa. Com referência ao que acontece lá fora, a crise é muito, muito menor".
Para Alencar, "a crise é um ajuste". "Um ajuste inevitável, porque houve abuso no mundo inteiro, especialmente nos Estados Unidos, também na área bancária, o que nos levou a essa situação. Eu penso que o Brasil tem todas as condições para sair desse ajuste, que prefiro chamar assim do que crise", completou.
Já sobre a política monetária, que classificou de "desastre", Alencar a considera um "erro do governo". O vice-presidente disse ainda, sobre a autonomia do Banco Central: "Eu considero isso uma balela. Não existe autonomia. A decisão da taxa de juros é uma decisão técnica. Eu acho que o Banco Central contraria os interesses nacionais com essa taxa".
Sobre as eleições para a Presidência, em 2010, José Alencar afirmou que a população aprovaria a permanência de Lula. "As candidaturas ainda não estão postas. Nem mesmo a do governador José Serra. Se perguntarem para o povo brasileiro o que ele deseja, ele vai responder que o presidente Lula permaneça", disse José Alencar, que ainda ressalvou não estar fazendo comparações com nenhuma ditadura de países da América Latina. "Eu não estou fazendo comparação nem com Fidel Castro, Chávez, nem com ninguém."
Sobre uma provável candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), Alencar disse que a ministra "possui todos os títulos para ser uma boa presidente da República". "Mas ela não é candidata, ainda é cedo."
segunda-feira, 30 de março de 2009
Últimas Notícias
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Vale a pena Ler de novo
Dia dos namorados
Marçal Aquino
O rapaz e a moça entraram na pousada e, de um jeito tímido, ele perguntou o preço da diária. O velho Lilico informou e o rapaz e a moça trocaram um olhar em que faiscaram jóias de diversos tamanhos. A maior delas era a cumplicidade.Enquanto o rapaz preenchia a ficha de entrada, a moça se afastou um pouco para examinar melhor o quadro na parede — e pude vê-la por inteiro.Era muito bonita. Tinha os cabelos e a pele claros. Alta, magra, ossos salientes nos ombros. Estava no mundo há pouco mais de uma década e meia e, com certeza, alguém que recusara já havia escrito poemas desesperados pensando nela. Ou cortado os pulsos — o que é quase a mesma coisa.Embora não merecesse, o quadro recebeu toda sua atenção por alguns instantes. Era uma pintura ordinária. Eu já tivera a oportunidade de analisá-la durante as longas tardes em que a chuva me impedia de sair para caminhar pela cidade. Uma cidade habitada, fora da temporada turística, por velhos, aposentados e hippies extemporâneos. Gente que tentava, de um jeito ou de outro, ser esquecida.O quadro: penso que o artista havia experimentado um momento de genuína felicidade ao contemplar, em algum canto do país, aquelas montanhas, aquele prado, aqueles cavalos. E, generoso, decidira compartilhar esse momento com o resto da humanidade. Mas a verdade é que fracassara. A arte não é feita de boas intenções.O olhar com que a moça se despediu — para sempre — daquela obra continha um pouco de piedade. E, com isso, ela me conquistou em definitivo.O velho Lilico entregou a chave ao rapaz, que se voltou e sorriu para a moça. Seu ar era de alguém vitorioso. Mas sou capaz de apostar que a mão que ele juntou à dela, antes de subirem a escada de madeira, tinha a palma molhada de suor. Havia um princípio de rubor no rosto dela. Eram muito jovens e estavam vivendo um grande momento, mas não sabiam disso ainda. Essas coisas a gente só compreende depois.Lilico deixou o balcão da recepção e foi até a copa, onde falou alguma coisa para Jair, um de seus empregados. Em seguida veio até a mesa que eu ocupava."Gosto de gente que chega para hospedar-se sem nenhuma bagagem", ele comentou."E a felicidade que eles carregam, não conta?", eu perguntei.Ele examinou o tabuleiro, como se estivesse tentando rememorar a jogada que pretendia fazer antes de ser interrompido pela chegada do casal."Mandei o Jair levar uma garrafa de champanhe para eles. Cortesia da casa”."Fez bem", eu disse."Gozado, sabe quem essa moça me lembrou?"Eu disse: "Sei"."Acho que foram os olhos dela", ele falou. "Muito parecidos."Retomamos o jogo e não falamos mais do casal. Eu, porém, continuei pensando neles. Num dia como aquele, anos antes, uma mulher, que entrava comigo num hotel bem diferente daquela pousada, me dissera: "Hoje eu vou te dar um presente muito especial".Um pouco depois da meia-noite interrompemos o jogo e o velho Lilico recolheu as peças e guardou o tabuleiro. E eu já estava no meio da escada, a caminho do meu quarto, quando ele perguntou: "Você ainda pensa nela?""De vez em quando eu penso.""E por que você não vai atrás dela? Vocês dois ainda têm alguns anos pela frente.""A mágica não acontece duas vezes", eu disse.O velho Lilico balançou a cabeça."Você sabe que só em filme francês antigo o herói termina seus dias em hotéis vagabundos, escrevendo livros que nunca irá publicar”.Eu me limitei a sorrir. Então ele me desejou "boa noite" e voltou para a recepção.Eu subi a escada e, ao chegar ao corredor, parei diante da porta do quarto que o casal ocupava e tentei ouvir alguma coisa. Mas tudo estava silencioso. Entrei nó meu quarto e, enquanto me despia, pensei no velho Lilico. Ele tinha razão: ainda me restavam alguns anos pela frente. E essa era a pior parte da história.
Marçal Aquino
O rapaz e a moça entraram na pousada e, de um jeito tímido, ele perguntou o preço da diária. O velho Lilico informou e o rapaz e a moça trocaram um olhar em que faiscaram jóias de diversos tamanhos. A maior delas era a cumplicidade.Enquanto o rapaz preenchia a ficha de entrada, a moça se afastou um pouco para examinar melhor o quadro na parede — e pude vê-la por inteiro.Era muito bonita. Tinha os cabelos e a pele claros. Alta, magra, ossos salientes nos ombros. Estava no mundo há pouco mais de uma década e meia e, com certeza, alguém que recusara já havia escrito poemas desesperados pensando nela. Ou cortado os pulsos — o que é quase a mesma coisa.Embora não merecesse, o quadro recebeu toda sua atenção por alguns instantes. Era uma pintura ordinária. Eu já tivera a oportunidade de analisá-la durante as longas tardes em que a chuva me impedia de sair para caminhar pela cidade. Uma cidade habitada, fora da temporada turística, por velhos, aposentados e hippies extemporâneos. Gente que tentava, de um jeito ou de outro, ser esquecida.O quadro: penso que o artista havia experimentado um momento de genuína felicidade ao contemplar, em algum canto do país, aquelas montanhas, aquele prado, aqueles cavalos. E, generoso, decidira compartilhar esse momento com o resto da humanidade. Mas a verdade é que fracassara. A arte não é feita de boas intenções.O olhar com que a moça se despediu — para sempre — daquela obra continha um pouco de piedade. E, com isso, ela me conquistou em definitivo.O velho Lilico entregou a chave ao rapaz, que se voltou e sorriu para a moça. Seu ar era de alguém vitorioso. Mas sou capaz de apostar que a mão que ele juntou à dela, antes de subirem a escada de madeira, tinha a palma molhada de suor. Havia um princípio de rubor no rosto dela. Eram muito jovens e estavam vivendo um grande momento, mas não sabiam disso ainda. Essas coisas a gente só compreende depois.Lilico deixou o balcão da recepção e foi até a copa, onde falou alguma coisa para Jair, um de seus empregados. Em seguida veio até a mesa que eu ocupava."Gosto de gente que chega para hospedar-se sem nenhuma bagagem", ele comentou."E a felicidade que eles carregam, não conta?", eu perguntei.Ele examinou o tabuleiro, como se estivesse tentando rememorar a jogada que pretendia fazer antes de ser interrompido pela chegada do casal."Mandei o Jair levar uma garrafa de champanhe para eles. Cortesia da casa”."Fez bem", eu disse."Gozado, sabe quem essa moça me lembrou?"Eu disse: "Sei"."Acho que foram os olhos dela", ele falou. "Muito parecidos."Retomamos o jogo e não falamos mais do casal. Eu, porém, continuei pensando neles. Num dia como aquele, anos antes, uma mulher, que entrava comigo num hotel bem diferente daquela pousada, me dissera: "Hoje eu vou te dar um presente muito especial".Um pouco depois da meia-noite interrompemos o jogo e o velho Lilico recolheu as peças e guardou o tabuleiro. E eu já estava no meio da escada, a caminho do meu quarto, quando ele perguntou: "Você ainda pensa nela?""De vez em quando eu penso.""E por que você não vai atrás dela? Vocês dois ainda têm alguns anos pela frente.""A mágica não acontece duas vezes", eu disse.O velho Lilico balançou a cabeça."Você sabe que só em filme francês antigo o herói termina seus dias em hotéis vagabundos, escrevendo livros que nunca irá publicar”.Eu me limitei a sorrir. Então ele me desejou "boa noite" e voltou para a recepção.Eu subi a escada e, ao chegar ao corredor, parei diante da porta do quarto que o casal ocupava e tentei ouvir alguma coisa. Mas tudo estava silencioso. Entrei nó meu quarto e, enquanto me despia, pensei no velho Lilico. Ele tinha razão: ainda me restavam alguns anos pela frente. E essa era a pior parte da história.
Biografia - Kim Il Sung - Gente que mudou a História
Kim Il Sung(Chefe de Estado e do Partido Comunista da Coréia do Norte)15-4-1912, Mangyondae (próximo de Pionguiangue) 8-7-1994, Pionguiangue
Seu verdadeiro nome era Kim Song Chu. Segundo a versão oficial, Kim participou da luta de resistência contra a ocupação japonesa na Manchúria e, após a entrada do Exército soviético na Coréia do Norte (1945), voltou ao país com o nome de Kim Il Sung. Liderou, desde 1946, o Partido Comunista dos Trabalhadores e foi primeiro-ministro entre 1948 e 1972, quando chegou à presidência da República. Durante 40 anos, foi a instância máxima do poder na Coréia do Norte. O ataque à Coréia do Sul desencadeou a Guerra da Coréia (1950-1953). No confronto entre as potências comunistas – a União Soviética e a China –, manteve-se neutro e insistiu na independência da Coréia do Norte. Em 1989, reafirmou o rumo stalinista e dogmático de sua política, que isolava o país do contexto internacional. A tentativa de desenvolver uma tecnologia nuclear própria e a denúncia do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (1993) conduziram a um agravamento das tensões políticas, que terminaram com a assinatura de um tratado com os Estados Unidos, em 1994, permitindo a abertura da Coréia do Norte ao Ocidente em troca da interrupção do programa atômico. Morreu em 1994 e foi sucedido por seu filho Kim Jong Il, que só começou a desempenhar formalmente cargos de direção no partido em 1997.
Seu verdadeiro nome era Kim Song Chu. Segundo a versão oficial, Kim participou da luta de resistência contra a ocupação japonesa na Manchúria e, após a entrada do Exército soviético na Coréia do Norte (1945), voltou ao país com o nome de Kim Il Sung. Liderou, desde 1946, o Partido Comunista dos Trabalhadores e foi primeiro-ministro entre 1948 e 1972, quando chegou à presidência da República. Durante 40 anos, foi a instância máxima do poder na Coréia do Norte. O ataque à Coréia do Sul desencadeou a Guerra da Coréia (1950-1953). No confronto entre as potências comunistas – a União Soviética e a China –, manteve-se neutro e insistiu na independência da Coréia do Norte. Em 1989, reafirmou o rumo stalinista e dogmático de sua política, que isolava o país do contexto internacional. A tentativa de desenvolver uma tecnologia nuclear própria e a denúncia do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (1993) conduziram a um agravamento das tensões políticas, que terminaram com a assinatura de um tratado com os Estados Unidos, em 1994, permitindo a abertura da Coréia do Norte ao Ocidente em troca da interrupção do programa atômico. Morreu em 1994 e foi sucedido por seu filho Kim Jong Il, que só começou a desempenhar formalmente cargos de direção no partido em 1997.
"ENTRE ASPAS"
A crise e a sucessão
Por Ulysses Guariba
Como vamos sair da crise? Quem se preocupa com o futuro fica mais apreensivo quando observa o espetáculo circense em que Lula transformou a política nacional. Com as eleições de 2010, vamos encerrar um ciclo da vida política nacional. Este ciclo foi herdeiro e tributário das lutas políticas pela redemocratização do País que levaram à convocação da Assembleia Constituinte e à Constituição Cidadã. Este ciclo consolidou a vida democrática. Mas quem está satisfeito com a vida política nacional? Lula pactua com o mais sórdido da política. Tem incrível faro para se juntar a pilantras. Vícios herdados da malandragem sindical. Alia-se a inescrupulosos notáveis. Depois de Sarney, até Collor! Os mensaleiros, que puseram a mão na massa, saíram de cena. Farejam despojos à espera de melhores dias. Todo o desmando da administração petista torna-se transparente. O “aliado” PMDB vai sangrar o governo a frio neste final de mandato... Os desmandos da política colocam em debate nacional a reinvenção das bases da nossa vida democrática. Tarefa para os novos eleitos. Fecham-se as cortinas do governo Lula... Neste ciclo de nossa história, as reformas econômicas implementadas por FHC tiveram destaque especial. O programa macroeconômico implantado afirmou-se como hegemônico e suprapartidário, apesar das incompreensões da oposição na época. O PT votou contra o Plano Real. Quando a oposição virou governo, nada mudou das linhas básicas do programa em operação.O Plano Real, conforme Gustavo Franco, foi “um processo que compreendia uma extensa agenda de ações, contemplando os chamados fundamentos econômicos da estabilização do desenvolvimento. Essa agenda era o cerne do programa. O Plano Real adotou paradigmas já bem assentados no tocante à disciplina monetária, à responsabilidade fiscal e a sustentabilidade financeira do Estado”. Esta agenda compromissou Lula. As metas de inflação, o câmbio flutuante e o superávit primário tornaram-se a expressão operacional deste compromisso adotada à risca desde o Acordo de 99 com o FMI. Tanto FHC quanto Lula compreenderam que nenhuma política seria efetiva com o imposto sobre o pobre na forma de inflação. Estas reformas e a continuidade do compromisso garantiram a atual situação de conforto da economia brasileira para enfrentar a crise.Não há dúvida de que a crise vai afetar em profundidade a vida nacional. “A crise externa vai nos impor custos ainda mais altos do que até agora percebidos. De um lado, as exportações de manufaturados sofrerão muito com a recessão e com o protecionismo de países próximos. Por outro lado, a paralisia financeira externa vai continuar a congestionar o mercado de crédito em reais. Finalmente, os planos de investimentos continuarão a ser adiados em grande proporção.” Com elegância, José Roberto Mendonça de Barros, descreve a conjuntura que se agrava e que enfrentaremos em 2009.Longe da tagarelice e desencontros de Lula, gente séria define propostas para nosso futuro. Pedro Malan é uma das cabeças pensantes. Na área macroeconômica, no dizer de Malan, o Brasil tem hoje dez anos de regime cambial de taxas flutuantes, um regime monetário de metas de inflação e nove anos de vigência da Lei de Responsabilidade Fiscal. “Adicionalmente, há mais de dez anos o País criou as bases para um sistema financeiro sólido, fato hoje reconhecido internacionalmente.” Herança preciosa do governo Fernando Henrique. Caminho a seguir: consolidar estes três regimes e assegurar o funcionamento do sistema de intermediação financeira. Os três regimes podem ser flexibilizados e aperfeiçoados, “mas o que importa é a consistência entre as políticas fiscal, monetária e a evolução do câmbio em 2009 e adiante”. Estabilidade macroeconômica e financeira são fundamentais, segundo Malan, mas não asseguram o crescimento sustentado da atividade econômica, do investimento e do emprego. Será preciso destravar a agenda regulatória, concorrencial e de redução de incertezas jurídicas, estimulando o investimento doméstico e internacional. Avançar na área social com a prioridade à educação e à saúde, procurando eficiência, qualidade do gasto, combate sem tréguas ao desperdício, à fraude, à corrupção e à demagogia no trato destas questões sociais. Empreender as reformas previdenciária, trabalhista e tributária de forma gradual. Tudo isso e ficar de olho arregalado nos desmandos de Lula para evitar trágicos retrocessos. Caminho consistente para a sucessão. Senda pavimentada para José Serra...
Ulysses Guariba é professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP
Rejeição em bloco
Síria pede a países árabes que rejeitem mandado contra Bashir
DOHA (Reuters) - O presidente da Síria, Bashar al-Assad, conclamou os líderes árabes presentes em um encontro em Doha, na segunda-feira, a rejeitar um mandado internacional de prisão contra o presidente da Síria, Omar Hassan al-Bashir, relacionada ao conflito em Darfur.
Falando na abertura da Cúpula Árabe, Assad disse também que a paz entre árabes e israelenses não poderia ser alcançada sem a boa vontade do Estado judeu.
"Israel matou a iniciativa, não a cúpula de Doha", disse ele, referindo-se a uma iniciativa árabe de 2002 de oferecer laços normais a Israel em troca de sua retirada das terras árabes tomadas em 1967.
Alguns líderes árabes em um encontro em Doha em janeiro defenderam a retirada da proposta por causa da ofensiva de Israel em Gaza.
© Thomson Reuters 2009 All rights reserved.
DOHA (Reuters) - O presidente da Síria, Bashar al-Assad, conclamou os líderes árabes presentes em um encontro em Doha, na segunda-feira, a rejeitar um mandado internacional de prisão contra o presidente da Síria, Omar Hassan al-Bashir, relacionada ao conflito em Darfur.
Falando na abertura da Cúpula Árabe, Assad disse também que a paz entre árabes e israelenses não poderia ser alcançada sem a boa vontade do Estado judeu.
"Israel matou a iniciativa, não a cúpula de Doha", disse ele, referindo-se a uma iniciativa árabe de 2002 de oferecer laços normais a Israel em troca de sua retirada das terras árabes tomadas em 1967.
Alguns líderes árabes em um encontro em Doha em janeiro defenderam a retirada da proposta por causa da ofensiva de Israel em Gaza.
© Thomson Reuters 2009 All rights reserved.
Até a primeira cheirada...
Argentinos recuperam esperança com Maradona na seleção
BUENOS AIRES (Reuters) - A goleada de 4 x 0 sobre a Venezuela foi a estreia competitiva ideal de Diego Maradona como técnico de uma seleção argentina que havia perdido o rumo e o carinho da torcida a caminho da Copa do Mundo de 2010 na África do Sul.
Maradona, que substituiu Alfio Basile em novembro de 2008 após uma derrota diante do Chile nas eliminatórias sul-americana, conseguiu instantaneamente o apoio do povo e se distanciou de outros técnicos que demoraram mais tempo para conquistar a torcida, e muitas vezes não o faziam.
Antes de sua renúncia, Basile havia dito que o estádio Monumental era uma geladeira, e Maradona respondeu na ocasião que o silêncio e a indiferença tinham a ver com o pouco que o time transmitia às pessoas.
"No Monumental é preciso ter o controle. Se você não lhes der um bom jogo pode ser um inferno", disse Maradona sobre o estádio onde a Argentina conseguiu em 1978 seu primeiro título mundial.
Por isso, o ex-capitão da Argentina levantou a mão agradecendo o canto de "Maradoooo, Maradoooo" que partiu do setor onde historicamente ficam os torcedores do River Plate, o clube arquirival de Boca Juniors, para o qual Maradona torce.
Mas o agradecimento teve mais a ver com o reconhecimento do técnico a Javier Mascherano, revelado no River, e a crítica a Juan Román Riquelme, do Boca, que se sentiu ofendido com um comentário de Maradona e abriu mão da camisa número 10 da seleção.
O herdeiro, por decisão de Maradona, foi Lionel Messi, que honrou seu antecessor com um gol "maradoniano" e uma jogada que não chegou a resultar em gol, mas que despertou o aplauso da torcida e o elogio do técnico.
"Se tivesse feito esse gol, teríamos que sair, pagar mais um ingresso, e voltar", disse Maradona sobre a jogada, no final da partida, em que Messi acabou interceptado na hora do chute depois de ter deixado vários adversários pelo caminho.
Maradona, que defende o jogo com bola no chão, disse estar feliz com a goleada, mas reconheceu que há "coisas a corrigir na equipe".
BUENOS AIRES (Reuters) - A goleada de 4 x 0 sobre a Venezuela foi a estreia competitiva ideal de Diego Maradona como técnico de uma seleção argentina que havia perdido o rumo e o carinho da torcida a caminho da Copa do Mundo de 2010 na África do Sul.
Maradona, que substituiu Alfio Basile em novembro de 2008 após uma derrota diante do Chile nas eliminatórias sul-americana, conseguiu instantaneamente o apoio do povo e se distanciou de outros técnicos que demoraram mais tempo para conquistar a torcida, e muitas vezes não o faziam.
Antes de sua renúncia, Basile havia dito que o estádio Monumental era uma geladeira, e Maradona respondeu na ocasião que o silêncio e a indiferença tinham a ver com o pouco que o time transmitia às pessoas.
"No Monumental é preciso ter o controle. Se você não lhes der um bom jogo pode ser um inferno", disse Maradona sobre o estádio onde a Argentina conseguiu em 1978 seu primeiro título mundial.
Por isso, o ex-capitão da Argentina levantou a mão agradecendo o canto de "Maradoooo, Maradoooo" que partiu do setor onde historicamente ficam os torcedores do River Plate, o clube arquirival de Boca Juniors, para o qual Maradona torce.
Mas o agradecimento teve mais a ver com o reconhecimento do técnico a Javier Mascherano, revelado no River, e a crítica a Juan Román Riquelme, do Boca, que se sentiu ofendido com um comentário de Maradona e abriu mão da camisa número 10 da seleção.
O herdeiro, por decisão de Maradona, foi Lionel Messi, que honrou seu antecessor com um gol "maradoniano" e uma jogada que não chegou a resultar em gol, mas que despertou o aplauso da torcida e o elogio do técnico.
"Se tivesse feito esse gol, teríamos que sair, pagar mais um ingresso, e voltar", disse Maradona sobre a jogada, no final da partida, em que Messi acabou interceptado na hora do chute depois de ter deixado vários adversários pelo caminho.
Maradona, que defende o jogo com bola no chão, disse estar feliz com a goleada, mas reconheceu que há "coisas a corrigir na equipe".
Ajuda dos vizinhos
PF quer ajuda de Peru e Uruguai em Castelo de Areia
SÃO PAULO (Reuters) - A Polícia Federal e o Ministério Público Federal estudam solicitar a colaboração de autoridades financeiras do Uruguai e do Peru para apurar os métodos utilizados por funcionários da empreiteira Camargo Corrêa para enviar ilegalmente recursos ao exterior, disse neste domingo uma fonte da PF.
De acordo com relatório de inteligência da operação Castelo de Areia, que prendeu quatro diretores e duas secretárias da construtora na semana passada, foi verificada uma remessa de 800 mil dólares a uma empresa de fachada que teria operações nos dois países.
Uma cópia do documento obtida pela Reuters afirma que "há sérios indícios no sentido da perpetração de operações referentes ao envio ilegal de remessas de valores ao exterior por Diney e Jadair para o Grupo Camargo Corrêa, bem ainda de eventual delito de 'lavagem' de valores, inclusive através da utilização de empresas de fachada".
Diney e Jadair seriam os doleiros Jadair Fernandes de Almeida e José Diney Matos, que foram presos na operação junto aos funcionários da Camargo Corrêa.
No total, 10 suspeitos de participarem do esquema de crimes financeiros, superfaturamento de obras, fraude a licitações públicas e doações ilegais a partidos políticos foram detidos na semana passada.
No sábado, a desembargadora Cecília Mello, do Tribunal Regional Federal da 3a Região, concedeu liminar em habeas corpus e determinou a soltura dos investigados.
Uma fonte da PF ligada à operação afirmou neste domingo que a cooperação internacional "é fundamental para revelar os mecanismos utilizados pela organização criminosa para a prática dos crimes financeiros".
Segundo o relatório da PF, as ações dos indivíduos buscariam inicialmente dar um caráter lícito às referidas transações financeiras no exterior, a pretexto de supostos pagamentos a fornecedores, para, em seguida, pulverizar tais valores fora do Brasil.
SÃO PAULO (Reuters) - A Polícia Federal e o Ministério Público Federal estudam solicitar a colaboração de autoridades financeiras do Uruguai e do Peru para apurar os métodos utilizados por funcionários da empreiteira Camargo Corrêa para enviar ilegalmente recursos ao exterior, disse neste domingo uma fonte da PF.
De acordo com relatório de inteligência da operação Castelo de Areia, que prendeu quatro diretores e duas secretárias da construtora na semana passada, foi verificada uma remessa de 800 mil dólares a uma empresa de fachada que teria operações nos dois países.
Uma cópia do documento obtida pela Reuters afirma que "há sérios indícios no sentido da perpetração de operações referentes ao envio ilegal de remessas de valores ao exterior por Diney e Jadair para o Grupo Camargo Corrêa, bem ainda de eventual delito de 'lavagem' de valores, inclusive através da utilização de empresas de fachada".
Diney e Jadair seriam os doleiros Jadair Fernandes de Almeida e José Diney Matos, que foram presos na operação junto aos funcionários da Camargo Corrêa.
No total, 10 suspeitos de participarem do esquema de crimes financeiros, superfaturamento de obras, fraude a licitações públicas e doações ilegais a partidos políticos foram detidos na semana passada.
No sábado, a desembargadora Cecília Mello, do Tribunal Regional Federal da 3a Região, concedeu liminar em habeas corpus e determinou a soltura dos investigados.
Uma fonte da PF ligada à operação afirmou neste domingo que a cooperação internacional "é fundamental para revelar os mecanismos utilizados pela organização criminosa para a prática dos crimes financeiros".
Segundo o relatório da PF, as ações dos indivíduos buscariam inicialmente dar um caráter lícito às referidas transações financeiras no exterior, a pretexto de supostos pagamentos a fornecedores, para, em seguida, pulverizar tais valores fora do Brasil.
A Cidadela
Governo do Rio de Janeiro constrói muros para conter favelas
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O governo do Rio de Janeiro está construindo muros de concreto para prevenir a expansão de favelas na cidade, disse uma autoridade neste sábado.
A construção começou em duas favelas na região sul do Rio de Janeiro, informou uma porta-voz do governo à Reuters. Uma delas é o Morro Dona Marta, que a polícia ocupou em novembro para controlar o crime e violência.
Autoridades disseram que o muro é para proteger a floresta nativa restante. No entanto, críticos temem que a medida possa ser considerada como discriminatória e se torne símbolo da divisão de classes no país.
"Não há discriminação. Pelo contrário, nós estamos construindo casas para eles em todos os lugares e melhorando suas vidas", disse Tania Lazzoli, porta-voz da secretaria de obras públicas do governo, à Reuters.
Até o final do ano, o governo do Rio de Janeiro quer construir quase 11 quilômetros de muro para conter 19 comunidades. O investimento será de 40 milhões de reais e cerca de 550 casas tiveram de ser realocadas, disse Lazzoli.
"O objetivo é conter a expansão das comunidades e proteger a floresta", disse ela. "Há muitas casas e áreas de risco elevado".
Durante a temporada de chuvas, muitas casas construídas em desfiladeiros ou ladeiras são arrasadas por enchentes ou deslizamentos.
(Reportagem de Raymond Colitt)
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O governo do Rio de Janeiro está construindo muros de concreto para prevenir a expansão de favelas na cidade, disse uma autoridade neste sábado.
A construção começou em duas favelas na região sul do Rio de Janeiro, informou uma porta-voz do governo à Reuters. Uma delas é o Morro Dona Marta, que a polícia ocupou em novembro para controlar o crime e violência.
Autoridades disseram que o muro é para proteger a floresta nativa restante. No entanto, críticos temem que a medida possa ser considerada como discriminatória e se torne símbolo da divisão de classes no país.
"Não há discriminação. Pelo contrário, nós estamos construindo casas para eles em todos os lugares e melhorando suas vidas", disse Tania Lazzoli, porta-voz da secretaria de obras públicas do governo, à Reuters.
Até o final do ano, o governo do Rio de Janeiro quer construir quase 11 quilômetros de muro para conter 19 comunidades. O investimento será de 40 milhões de reais e cerca de 550 casas tiveram de ser realocadas, disse Lazzoli.
"O objetivo é conter a expansão das comunidades e proteger a floresta", disse ela. "Há muitas casas e áreas de risco elevado".
Durante a temporada de chuvas, muitas casas construídas em desfiladeiros ou ladeiras são arrasadas por enchentes ou deslizamentos.
(Reportagem de Raymond Colitt)
O novo "Dulce"
Berlusconi unifica partidos italianos e promete reforma política
Por Paolo Biondi
ROMA (Reuters) - O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, finalizou um congresso de três dias neste domingo com a fusão dos principais partidos conservadores do país e prometeu realizar mudanças políticas, incluindo a adoção de medidas para dar mais poder ao premiê.
Outras alterações prometem aprimorar procedimentos parlamentares, transferir poderes à regiões e reduzir impostos.
Berlusconi disse a repórteres que o partido Povo da Liberdade -- uma fusão do movimento Forza Italia fundado por ele há 15 anos e o partido de direita Aliança Nacional (AN) -- já teria 44 por cento dos votos e deve crescer ainda mais.
"Nós queremos chegar a 51 por cento. Um grande partido como o nosso não pode ficar satisfeito nunca", disse o empresário, de 72 anos, em seu pronunciamento no encerramento do evento.
"Há ainda tantos italianos que podem se unir a nós para tornar a Itália realmente moderna, livre e europeia", disse Berlusconi, que está em seu quarto mandato.
A Aliança Nacional é um herdeiro distante do partido fascista de Benito Mussolini, que sob a liderança do ex-ministro das Relações Exteriores Gianfranco Fini vem se aproximando do centro nas últimas duas décadas.
A coligação dos dois partidos nas eleições de 2008 levou Berlusconi de volta ao poder e, ao lado do regional Liga do Norte, formam a coluna dorsal da coalizão de centro- direita italiana.
Em meio a promessas, Berlusconi afirmou que irá endurecer o critério de contratação de professores e tornar o idioma inglês obrigatório no ensino médio.
Por Paolo Biondi
ROMA (Reuters) - O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, finalizou um congresso de três dias neste domingo com a fusão dos principais partidos conservadores do país e prometeu realizar mudanças políticas, incluindo a adoção de medidas para dar mais poder ao premiê.
Outras alterações prometem aprimorar procedimentos parlamentares, transferir poderes à regiões e reduzir impostos.
Berlusconi disse a repórteres que o partido Povo da Liberdade -- uma fusão do movimento Forza Italia fundado por ele há 15 anos e o partido de direita Aliança Nacional (AN) -- já teria 44 por cento dos votos e deve crescer ainda mais.
"Nós queremos chegar a 51 por cento. Um grande partido como o nosso não pode ficar satisfeito nunca", disse o empresário, de 72 anos, em seu pronunciamento no encerramento do evento.
"Há ainda tantos italianos que podem se unir a nós para tornar a Itália realmente moderna, livre e europeia", disse Berlusconi, que está em seu quarto mandato.
A Aliança Nacional é um herdeiro distante do partido fascista de Benito Mussolini, que sob a liderança do ex-ministro das Relações Exteriores Gianfranco Fini vem se aproximando do centro nas últimas duas décadas.
A coligação dos dois partidos nas eleições de 2008 levou Berlusconi de volta ao poder e, ao lado do regional Liga do Norte, formam a coluna dorsal da coalizão de centro- direita italiana.
Em meio a promessas, Berlusconi afirmou que irá endurecer o critério de contratação de professores e tornar o idioma inglês obrigatório no ensino médio.
Jogo de interesses
Obama diz que EUA esperam uma contrapartida do Paquistão
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos vão dar ao Paquistão os instrumentos necessários para derrotar a Al Qaeda, mas esperam uma contrapartida, disse o presidente Barack Obama em uma entrevista divulgada neste domingo sobre a nova estratégia do governo para o Afeganistão.
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WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos vão dar ao Paquistão os instrumentos necessários para derrotar a Al Qaeda, mas esperam uma contrapartida, disse o presidente Barack Obama em uma entrevista divulgada neste domingo sobre a nova estratégia do governo para o Afeganistão.
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Será que desta vez acontece...
MELBOURNE (Reuters) - Jenson Button e Rubens Barrichello deram à Brawn GP uma surpreendente dobradinha no Grande Prêmio da Austrália deste domingo, a estreia mais bem-sucedida de uma equipe de F1 em 55 anos.
O britânico de 29 anos, desdenhado por alguns como piloto de fama e salário exagerados após duas temporadas medíocres na Honda, concretizou uma volta por cima espetacular que deixou o proprietário da equipe, Ross Brawn, sem palavras.
O brasileiro e companheiro de equipe Rubens Barrichello largou e terminou em segundo, mesmo após fazer uma péssima largada ao apertar um botão que impede o carro de morrer e cair para a sétima posição. Ele foi ajudado pela colisão entre a Red Bull de Sebastian Vettel e a BMW-Sauber de Robert Kubica, que saíram da pista enquanto disputavam a segunda colocação a três voltas do final.
O safety car entrou no circuito e ali permaneceu até a curva final da corrida.
O campeão mundial Lewis Hamilton, da McLaren, que largou em último por culpa de graves problemas no câmbio durante os treinos classificatórios, mostrou seu espírito combativo chegando à terceira colocação, enquanto as Ferraris de Felipe Massa e Kimi Raikkonen sequer concluíram a prova.
"Não foi minha melhor corrida, mas ainda assim venci", disse Button. "Esta vitória é para a equipe e para mim. É isso que me importa, não preciso chutar a canela de ninguém por causa de comentários passados."
Nenhum time de F1 havia vencido em sua estréia desde a Wolf em 1977, e a última escuderia a assegurar os dois primeiros lugares no pódio na primeira corrida foi a Mercedes, atual fornecedora dos motores da Brawn, em 1954.
Cinqüenta anos mais tarde, Button e Barrichello seguiram os passos do grande campeão argentino Juan Manuel Fangio -- ídolo de Ayrton Senna -- e do alemão Karl Kling.
Ganho com venda de ativos
CSN fecha 4o tri com lucro impulsionado por venda de Namisa SÃO PAULO (Reuters) - A Companhia Siderúrgica Nacional divulgou no fim da noite de domingo que encerrou o quarto trimestre de 2008 com forte alta no lucro líquido, apoiada por venda de parte de sua unidade de minério de ferro Namisa para um consórcio nipo-coreano. A operação ajudou a compensar impacto de resultado financeiro líquido negativo de 1,4 bilhão de reais.
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Vivendo da nostalgia
Fidel critica vice dos EUA por apoiar embargo econômico
HAVANA (Reuters) - O ex-líder cubano Fidel Castro criticou no domingo o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, por dizer que os Estados Unidos não levantarão seu embargo comercial de 47 anos contra Cuba.
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HAVANA (Reuters) - O ex-líder cubano Fidel Castro criticou no domingo o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, por dizer que os Estados Unidos não levantarão seu embargo comercial de 47 anos contra Cuba.
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Time mediocre
Julio César garante empate do Brasil contra Equador RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Brasil passou a maior parte do tempo sob pressão na defesa e teve no goleiro Julio César seu melhor jogador em campo no empate de 1 x 1 contra o Equador, que conseguiu, neste domingo, manter a invencibilidade contra a seleção brasileira jogando em casa nas eliminatórias da Copa do Mundo.
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Você sabia...
Reciclagem de Papel
Acerca da reciclagem do papel de jornal, encontramos as seguintes notícias:
Uma tonelada de papel reciclado poupa cerca de 22 árvores, economiza 75% de energia eléctrica e polui o ar 74% menos do que se fosse produzido de novo.
Para fabricar uma tonelada de papel novo é preciso 10 a 20 árvores, 10 mil litros de água e 5 Mw.hora de energia, enquanto que para produzir uma tonelada de papel reciclado apenas é preciso uma tonelada e meia de papel velho, dois mil litros de água e 2,5 Mw.hora de energia.
Acerca da reciclagem do papel de jornal, encontramos as seguintes notícias:
Uma tonelada de papel reciclado poupa cerca de 22 árvores, economiza 75% de energia eléctrica e polui o ar 74% menos do que se fosse produzido de novo.
Para fabricar uma tonelada de papel novo é preciso 10 a 20 árvores, 10 mil litros de água e 5 Mw.hora de energia, enquanto que para produzir uma tonelada de papel reciclado apenas é preciso uma tonelada e meia de papel velho, dois mil litros de água e 2,5 Mw.hora de energia.
Cláudio Humberto
Assunto:
- Palácio do Planalto tem 47 chefes em cargos de diretoria.
-Cia Docas do Estado da Bahia (Codeba) vai ao TCU para análise de acordo com a empresa Wilson & Sons, arrendatária do Terminal de Contêineres do Porto de Salvador (Tecon).
-Prefeitura de Natal destina verba de R$ 15 milhões para divulgar o turismo da região no exterior.
-Banco chinês monta um escritório em São Paulo para financiar a compra e produtos da China.
Para ler estas notícias na íntegra acesse:
http://www.claudiohumberto.com.br
- Palácio do Planalto tem 47 chefes em cargos de diretoria.
-Cia Docas do Estado da Bahia (Codeba) vai ao TCU para análise de acordo com a empresa Wilson & Sons, arrendatária do Terminal de Contêineres do Porto de Salvador (Tecon).
-Prefeitura de Natal destina verba de R$ 15 milhões para divulgar o turismo da região no exterior.
-Banco chinês monta um escritório em São Paulo para financiar a compra e produtos da China.
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domingo, 29 de março de 2009
Últimas Notícias
Governo deve anunciar a prorrogação da redução de IPI dos veículos
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Discovery aterrissa na Flórida após missão de 13 dias
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Salvador completa 460 anos com shows neste domingo
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Glock fica animado com o 4º lugar em Melbourne
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TCU diz que ANS não cobrou R$ 2,6 bilhões
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Prioridade às pessoas exigida em Londres
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Filho de Alexandre Nardoni acha que o pai trabalha no presídio
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Vale a pena Ler de novo
Assombração
Heloisa Seixas
"Clara deu uma risada nervosa quando ouviu a insistência de Clarice ao telefone:
Heloisa Seixas
"Clara deu uma risada nervosa quando ouviu a insistência de Clarice ao telefone:
— Eles fazem questão de que você vá. Querem que você conheça o sítio mal-assombrado.
— Mas... você tem certeza de que vai ter lugar para todo mundo?
— indagou. Sabia que Clarice iria com os dois filhos. Ela mesma teria de levar seu menino, pois o ex-marido estaria viajando no fim de semana. Contando com os donos do sítio e mais um casal convidado, que ia com o filho adolescente, seriam ao todo dez pessoas.
— Talvez fosse melhor nós irmos num fim de semana em que eles não tenham outros convidados — argumentou.
— Não seja boba, Clara. Tem lugar, sim. Senão eles não teriam insistido tanto. Não adianta vir com desculpas. O que há? Está com medo?
— Claro que não! Você sabe muito bem que eu não acredito nessas coisas
— retrucou.Não, não era medo. Sentia uma inquietação. Sim, estava inquieta, tinha de admitir. Como se pressentisse a aproximação de um perigo. Mas sabia que isso era uma bobagem. O que poderia haver, afinal? Seu filho, Pedro, de sete anos, estava louco para ir. E ela própria ficara curiosa com as histórias de fantasmas.Vinha ouvindo as tais histórias havia meses, desde que conhecera Clarice. Os olhos castanhos da amiga brilhavam de excitação quando ela as contava.Clarice. Era engraçado pensar que só a conhecia havia... quantos meses? Junho, julho, agosto, setembro. Quatro. Só quatro meses. Sentia como se fossem amigas de infância. As crianças também. Pedro e os dois meninos se entendiam e desentendiam como irmãos. E de certa forma o eram. Pelo menos Pedro e Paulo. Os dois, o filho de Clara e o filho mais novo de Clarice, haviam nascido na mesma época, com uma diferença de apenas dois dias. Nada demais, não fosse por um detalhe, descoberto por acaso: um dia em que Clarice aparecera com a certidão de nascimento de Paulo, as duas viram, com grande surpresa, que o nome da testemunha no documento era do ex-marido de Clara, pai de Pedrinho. Como é de praxe em cartórios, os pais que estão na fila do registro assinam como testemunhas uns dos outros. A coincidência engraçada era que os ex-maridos de Clara e Clarice tivessem ido ao mesmo cartório, no mesmo dia e na mesma hora para registrar os filhos, sete anos antes de elas duas se conhecerem.Clara sorri, lembrando-se do espanto de Clarice ao fazer a descoberta. Sempre tão engraçada, tão alegre, Clarice prendia a atenção de todos onde chegava. Era uma mulher bonita, de cabelos. muito negros, pele morena aveludada como a superfície de um pêssego, olhos de um castanho líquido que pareciam a todo momento umedecer seus longos cHios. Uma pessoa tão doce... Pena que se metesse em tantas loucuras. A própria Clarice lhe contava suas aventuras, suas noites de bebedeiras e drogas, a sucessão interminável de namorados, como se quisesse se vingar dos dez anos de casamento que tanto a haviam atormentado. Errava pelos bares à noite em companhia de pessoas que pareciam dispostas apenas a sugá-la, aproveitando-se de sua bondade, gravitando em torno dela como vampiros sedentos. Bebia demais e quanto mais se misturava àquela gente mais compulsiva se tornava. Drogava-se com freqüência, às vezes mesmo subindo morros com os companheiros de noitada, em busca de droga. Clara temia por ela, pelas crianças. Procurava dar-lhe conselhos, mas de nada adiantava. Havia nela, naquela mulher tão delicada, uma poderosa sede de autodestruição, que a subjugava. O tal casal dono do sítio mal-assombrado era talvez um dos poucos de seu círculo de amigos, além da própria Clara, que não vivia metido em loucuras.O sítio. O sítio mal-assombrado. Ia afinal conhecê-lo. Clarice falava tanto nele... Clara não podia negar que estava curiosa. Outro dia, num jantar em casa de amigos comuns, o sítio mal-assombrado fora o assunto da noite. Clara lembrava-se bem. Todos falavam com naturalidade dos fantasmas, parecendo mesmo divertir-se com a situação. Ninguém tinha medo. Clara tampouco. Na verdade ouvia aquilo com grande dose de incredulidade. Mas sentira uma sensação desagradável ao ouvir dos donos do sítio a explicação para tanta assombração: segundo eles, o antigo dono do lugar se suicidara lá, enforcando-se junto a uma bela cachoeira existente dentro da propriedade.Clara arrepiara-se ao ouvir aquilo. Tinha horror a enforcamentos. Desde muito pequena, quando ouvia na escola as histórias de Tiradentes, fixava na professora os olhinhos muito abertos, sentindo um nó na garganta, como se uma invisível corda ali lhe apertasse. Perguntara ao casal como eles tinham ficado sabendo daquilo. Por intermédio dos próprios herdeiros, de quem haviam comprado a propriedade, disseram. Clara engolira em seco.Eram muitas, as histórias. Todos ou quase todos os amigos do casal que já haviam passado dias no sítio tinham um caso para contar. Um rapaz, de nome Caio, relatara que certa vez vira uma mulher agachada chorando num canto da sala. Ia passando distraído quando dera com ela. Voltara-se para olhar uma segunda vez, a fim de se certificar do que estava vendo, e ela já havia desaparecido. Alguém perguntou se ele não tinha bebido muito naquela noite e ele teve de admitir que sim. Todos riram.Outra amiga relatara sua experiência, dizendo ter acordado no meio da noite com um infernal barulho de pratos e panelas na cozinha. Como muitas pessoas estavam hospedadas no sítio naquele fim de semana, levantara-se furiosa pensando em reclamar com a turma que fazia o barulhento lanche da madrugada — e ao chegar ao fim do corredor se deparara com a cozinha silenciosa e vazia.Havia também o caso do suspiro. Este se dera com Pablito, rapaz solteiro e mulherengo que era velho freqüentador dos fins de semana assombrados. Na ocasião, ainda se vangloriava de ser um dos poucos que jamais tinham visto uma alma penada na casa. Certa noite, já estava deitado sozinho no quarto, com as luzes apagadas, quando ouvira, a seu lado na cama de casal, um suspiro. Um suspiro profundo e sentido, um suspiro de mulher. Logo imaginara que alguma das moças hospedadas na casa fora refugiar-se a seu lado. Levantara-se, intrigado. Fora, às apalpadelas, até a parede junto à porta em busca do interruptor, já que o abajur estava sem lâmpada. Acendera a luz. A cama estava vazia. E no mesmo instante ele se lembrara, sentindo-se gelar da cabeça aos pés, de que havia trancado a porta por dentro antes de se deitar. Desde então nunca mais duvidara das histórias de assombração.Clara ouvira aquelas histórias com curiosidade mas, por um motivo ou por outro, fora adiando a ida ao sítio. Agora, ao que parecia, chegara a hora. Tempo de enfrentar os fantasmas, pensou, com um sorriso de incredulidade. Dali a três dias.Já lhe tinham dito que o sítio era um local belíssimo, encravado num vale em meio a montanhas, mas Clara se surpreendeu. Que lugar! Assim que os carros deixaram a Rio-Petrópolis, tomando à direita um caminhozinho de terra, todo esburacado, ela sentiu como se penetrassem um mundo intocado pelo homem. O caminho de terra, que só dava passagem para um carro de cada vez, cortava a mata fechada, com cipós pendurados. Nas margens, tapetes de marias-sem-vergonha e no ar um cheiro penetrante de folhas apodrecidas.Era úmido ali. A mata quase se fechava sobre a estradinha e, como ainda havia muita névoa, o caminho se tornava mais sombrio. Fazia frio, muito frio. Fecharam as janelas. Vidros embaçados, mal se enxergava o caminho à frente e os três carros seguiam devagar, pelo chão de barro escorregadio. Risadas nervosas cortavam o silêncio.De repente, Clara viu surgir o vale à sua frente, deslumbrante. Era um descampado cheio de sol, cercado de montanhas sombrias por todos os lados. A trilha úmida terminava de repente, desembocando em toda aquela luminosidade que quase cegou.Saltaram. A casa, daquelas antigas, com varandões em arco e janelas pintadas de azul colonial, ficava a um canto, junto a um imenso flamboyant. À frente, estendia-se o gramado, salpicado por troncos com bromélias e alguns arbustos. Era um vale descarnado em meio às montanhas cobertas por mata fechada, num lindo contraste.
— Não parece uma casa mal-assombrada — comentou Clara. Clarice sorriu, sem nada dizer. E a amiga do casal, mãe do adolescente, dando de ombros:
— De noite é que vamos saber.A primeira coisa que fizeram, depois de deixar a bagagem nos quartos, foi sair para conhecer a cachoeira, o lugar mais bonito do sítio, pelo que todos diziam.Do lado esquerdo da casa, havia uma pequena trilha na mata que levava até lá. Um caminho menos sombreado do que a estrada de carro. Ali, a luminosidade penetrava pelo trançado das folhas. Junto à trilha, grandes touceiras de colônias, lírios e xaxins formavam a vegetação.À medida que caminhavam, Clara sentia como se a mata os envolvesse, com seus cheiros de flores e terra úmida, seus murmúrios e zumbidos que se fundiam em uníssono, como uma respiração. Caminharam assim durante algum tempo, até que começaram a ouvir o som das águas. Chegavam ao fim da trilha. A pequena clareira, ornada pelas pedras do regato, foi o ponto onde todos pararam, hipnotizados pela beleza do lugar. A cachoeira era um santuário. Um fio d'água se despejando sobre um laguinho verde-escuro, pequeno e gelado, como um cenário de cinema. Era tudo tão perfeito, tão harmônico e bonito, que o primeiro pensamento de Clara foi que era difícil entender como alguém podia se matar num lugar assim. Arrepiou-se ao pensar nisso."...
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