Berlusconi diz que 'tentará de tudo' pela extradição de Battisti
Cesare Battisti havia sido preso no Rio de Janeiro em 2007
O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, prometeu fazer todo o possível para conseguir a extradição de Cesare Battisti, que foi condenado à prisão perpétua na Itália pelo envolvimento em quatro assassinatos e obteve asilo político no Brasil no início deste mês.
O premiê, no entanto, afirmou que o caso não deve danificar “as excelentes e amigáveis relações bilaterais entre Brasil e Itália em nenhum setor de interesse recíproco”.
No comunicado à imprensa, Berlusconi disse que “é necessário que a questão continue se desenvolvendo em seu leito natural, o jurídico, em que a Itália tentará de tudo para obter a extradição de Battisti ao nosso país”.
“É fato bem conhecido que nesses dias o governo tenta todos os passos possíveis e necessários para tal finalidade, como a apresentação de um recurso ao Supremo Tribunal Federal…Esperamos o resultado confiantes.”
O asilo a Battisti foi concedido pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, alegando que Battisti poderia correr risco de vida se voltasse ao seu país.
Na quinta-feira, o STF deu ao governo italiano cinco dias para entrar com recurso contra a decisão de asilo.
Acusações
Ex-integrante de um grupo de extrema-esquerda, Battisti foi capturado no Rio de Janeiro em março de 2007, em uma operação que contou com a participação da Interpol e das polícias da Itália, do Brasil e da França.
Ele permanece detido em um presido em Brasília, enquanto aguarda a decisão do caso.
Na terça-feira passada, a Itália convocou para consultas seu embaixador em Brasília, Michele Valensise, em protesto contra a decisão do governo brasileiro de conceder asilo político a Battisti.
Na segunda-feira, o Procurador-Geral da República, Antonio Fernando de Souza, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento do processo de extradição de Battisti, pedido pela Justiça italiana.
Condenação
A decisão brasileira de conceder asilo conseguiu até mesmo unir forças políticas antagônicas na Itália, como partidos de centro-esquerda e centro-direita.
A Associação Italiana das Vítimas do Terrorismo emitiu uma nota em que afirma esperar que os "órgãos institucionais competentes italianos exerçam uma forte pressão contra o Poder Executivo brasileiro e tomem toda iniciativa possível para obter o respeito ao estado de direito italiano e à plena observação do direito internacional".
Cesare Battisti, de 52 anos, ex-militante do grupo Proletários Armados para o Comunismo, foi condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos, sendo dois deles como executor.
Os crimes foram cometidos entre 1977 e 1979, no período conhecido como anos de chumbo na Itália, durante a guerra do Estado contra grupos militantes de esquerda.
Em 1981, ele fugiu para a França e, quando estava para ser extraditado, fugiu para o Brasil, em 2004. A prisão ocorreu três anos depois, em um apartamento em Copacabana.
domingo, 1 de fevereiro de 2009
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