Redecard fará nova oferta pública de ações
Será a primeira oferta de ações em mais de seis meses - e também um grande teste para o mercado brasileiro
Portal EXAME
A Redecard fará a terceira oferta pública de ações desde que abriu o capital, em 2007. A empresa informou nesta quarta-feira que solicitou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o registro para a realização de uma oferta pública de ações ordinárias (com direito a voto) ao mercado.
A oferta será apenas secundária - ou de ações já existentes. O acionista vendedor será o Citibank, que possui 17% dos papéis e faz parte do bloco de controle da empresa juntamente com o Itaú Unibanco.
Na sexta-feira, quando a Redecard pela primeira vez comunicou oficialmente ao mercado o interesse do Citi em realizar a oferta, as ações da empresa tiveram forte desvalorização de cerca de 7%.
19 bilhões de reais em julho de 2008
Apesar de considerar a Redecard uma das empresas mais resistentes à crise no Brasil, o mercado acredita que o aumento da oferta de papéis pode não ser acompanhado por uma maior demanda - causando a desvalorização das ações.
A oferta da Redecard pode ser encarada também como um teste para o próprio mercado de capitais brasileiro, bastante castigado pelo aumento mundial da aversão ao risco. Desde julho de 2008, quando a Vale fez uma oferta de 19 bilhões de reais, não houve mais nenhuma oferta pública de ações na Bovespa
No fato relevante divulgado, a Redecard não informou se todas as mais de 110 milhões de ações do Citi serão vendidas ao mercado ou se apenas parte dos papéis serão ofertados. Se o Citi vender tudo, a oferta pode alcançar cerca de 2,5 bilhões de reais - um valor bastante expressivo para o mercado brasileiro numa conjuntura como a atual.
Além da oferta de abertura de capital, o Citibank já fez no ano passado uma oferta de ações secundárias da Redecard. Assim como acontece agora, o banco, que enfrenta sérias dificuldades nos Estados Unidos, enxerga na Redecard uma forma de levantar capital de forma rápida.
O preço de venda das ações será fixado depois de verificada a demanda do mercado. “A conclusão da oferta está sujeita às condições dos mercados de capitais nacional e internacional”, afirmou a Redecard no fato relevante. Os papéis fecharam cotados a 25,66 reais nesta quarta-feira, com uma alta de 3,89%.
A operação terá como coordenadores os principais sócios da Redecard: Citigroup, Unibanco e Itaú BBA. As ações da empresa serão vendidas no Brasil e no exterior. Além das ações ordinárias que já circulam na Bovespa, investidores institucionais estrangeiros poderão adquirir GDSs (Global Depositary Shares, ou certificados de depósito de ações), que corresponderão, cada uma, a duas ações ordinárias.
Não será realizado nenhum registro da oferta na Securities and Exchange Commission (SEC, o órgão regulador do mercado de capitais dos EUA) nem no mercado de capitais de outros países.
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
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