Por Giuliana Napolitano
A ação do Banco do Brasil subia cerca de 3% hoje, por volta das 13h30 (uma das maiores altas entre os papéis do Índice Bovespa nesse horário), depois de o banco ter divulgado que teve um lucro recorde de 8,8 bilhões de reais em 2008. Tenho ouvido diversos analistas de corretoras e executivos de bancos e gestoras de recursos para saber quais são as perspectivas deles para a Bovespa em 2009 - e muitos falam bem das operações do BB. Dizem, por exemplo, que o banco tem um grande potencial de crescimento por ter uma enorme base de clientes ainda pouco explorada comercialmente.
Outro ponto positivo são as aquisições que o Banco do Brasil fez recentemente (da Nossa Caixa, do Votorantim, do Besc e do Banco do Piauí). Apesar de a compra da Nossa Caixa ser considerada cara por alguns analistas, as demais saíram num preço visto como razoável e podem aumentar as receitas e os lucros do BB no futuro. Francisco de Andrade, sócio da gestora de recursos Nest, de São Paulo, também destaca ainda a parte agrícola do BB: "A provável recuperação dos preços das commodities agrícolas neste ano deve beneficiar o banco."
Não há riscos então? Claro que há. O principal dele é o político. Muitos desses profissionais que entrevistei pensam duas vezes antes de comprar ou recomendar a compra das ações do BB pelo fato de a instituição ser controlada pelo governo. Eles acham que, em algum momento, o interesse do acionista pode ficar em segundo plano. Essa é uma das razões que fazem a ação do BB ser mais barata que a de seus principais concorrentes (Bradesco, Itaú e Unibanco).
Outro risco para o BB não tem nada a ver com o banco, nem com o Brasil, mas com a situação do setor financeiro mundial. Novas notícias de problemas com bancos no exterior podem fazer as ações dos bancos brasileiros caírem, como ocorreu nos últimos meses.
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