sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O silêncio da vergonha

Jarbas falou e todos se calaram

Mas há algo de novo e muito novo nos esquemas de corrupção do lulo-petismo.
A ministra Dilma Roussef não se quis pronunciar a respeito da entrevista do senador Jarbas Vasconcelos à revista Veja.

Leia o post Jarbas conta tudo

Num gesto nada elegante, revelador de profundo desagrado, Dilma deu as costas aos jornalistas e disparou: "Tem dó"!
Por sua vez, o inefável Marco Aurélio Garcia pretendeu dar o troco à acusação de Jarbas Vasconcelos de que o Bolsa Família se tornou "o maior programa oficial de compra de votos do mundo". E, bem ao estilo corrente nas hostes lulo-petistas, esquivou-se à discussão e disparou sua agressão pessoal, de laivo ideológico: o senador "se tornou um conservador, com um viés senhorial".
Caso que pode virar um incontrolável "mensalão"
Também no PMDB as afirmações da entrevista parecem ter caído no vazio. A Executiva Nacional do partido afirmou que não daria maior atenção às mesmas "pela generalidade das acusações".
Clóvis Rossi, em artigo para a Folha de S. Paulo, ressaltou bem que não houve sequer indignação fingida, nem alegações de "ilibada reputação", algo que parece estar em desuso.
No jornal Valor (18.fev.2009), Rosângela Bittar ressaltou que, em face da entrevista, o PMDB e o governo Lula exibem um perfil desprezível, "traçado por uma voz contundente, uma fala substantiva, um discurso político, como há muito se cobrava à oposição. Jarbas não observou conveniências e tudo no seu discurso fez sentido".
Segundo a chefe de redação do jornal Valor em Brasília, todos se fingem desentendidos pelo temor de reagir: "Talvez deduzam que, mesmo sendo um discurso político, pode haver provas e, se as há, qualquer movimento em falso faz o caso virar um incontrolável 'mensalão'."
O lulo-petismo desmoralizou as instituições
Como pude ressaltar no post Jarbas conta tudo, a corrupção na política não é coisa nova, nem sequer exclusividade nacional. Mas há algo de novo e muito novo nos esquemas de corrupção do lulo-petismo.
Estimulando os piores apetites em relação ao erário público, o lulo-petismo visa um projeto de poder, continuísta, autoritário e de cunho ideológico. O escândalo do "mensalão" foi apenas um indício dessas práticas.
O lulo-petismo estabeleceu espúrias alianças partidárias, enfraqueceu o dinamismo opositor, alimentou máquinas gigantescas de benesses sociais, aparelhou o Estado, cooptou boa fatia da imprensa com fundos de propaganda oficial e desmoralizou as instituições.
Tudo ao som "melodioso" de intrigantes pesquisas de opinião, que proclamam dogmaticamente uma estratosférica popularidade do Presidente-operário (desmentidas, entretanto, de modo contundente pela realidade; derrotas eleitorais, vaias, etc.) mas repetidas incansavelmente.
O único projeto de poder é o próprio Lula
Arnaldo Jabor (O Globo, 17.fev.2009) também se debruçou sobre a entrevista do senador Jarbas Vasconcelos, que considera mais um "manifesto", um retrato das alianças espúrias e da corrupção revolucionária:
" A entrevista de Jarbas Vasconcelos na revista "Veja" desta semana é uma rara ilha de verdade neste mar de mentiras em que naufragamos. (...)
De dentro de casa, Jarbas berrou: "O PMDB é corrupto!". E mostrou como esse partido nos manipula, sob o guarda-chuva do marketing populista de Lula. (...)
Era preciso que um homem de estatura política abrisse a boca finalmente, neste país com a oposição acovardada diante do ibope de Lula.
Estamos aceitando a paralisia mental que se instalou no país, sob a demagogia oportunista deste governo.
É mais que uma entrevista - é um manifesto do "eu-sozinho", um ato histórico (...) é um retrato de como alianças espúrias e a corrupção "revolucionária" deformaram a própria cara da política brasileira. Com suas alianças e negaças, o governo do PT desmoralizou o escândalo! (...)
Jarbas não tem medo de ser chamado de reacionário pelo povão ou pelos intelectuais que ainda vivem com o conceito de "esquerda" entranhado em seus cérebros, como um tumor inoperável. Essa palavra "esquerda" ainda é o ópio dos intelectuais e "santifica"qualquer discurso oportunista. Na mitologia brasileira, Lula continua o símbolo do "povo" que chegou ao poder. A origem quase "cristã" desse mito de "operário salvador", de um Getúlio do ABC, dá-lhe uma aura intocável. (...)
A última vez que vimos verdades nuas foi quando Roberto Jefferson, legitimado por sua carteirinha de espertalhão, botou os bolchevistas malucos para correr.
O lulismo esvazia nossa indignação, nossa vontade de crítica, de oposição. Para ser contra o que, se ele é "a favor" de tudo, dependendo de com quem está falando - banqueiros ou desvalidos? Ele põe qualquer chapéu - é ecumênico, todas as religiões podem adorá-lo.
Ele ostenta uma arrogância "simpática" e carismática que nos anestesia e que, na mídia, cria uma sensação de "normalidade" sinistra, mas que, para quem tem olhos, parece a calmaria de uma tempestade que virá para o próximo governante.
Herdeiro da sensata organização macroeconômica de FHC, que, graças a Deus, o Palocci manteve (apesar dos ataques bolchevistas dos Dirceus da vida), Lula surfou seis anos na bolha bendita da economia internacional, mas não aproveitou para fazer coisa alguma nova ou reformista.
Lula tem a espantosa destreza de nos dar a impressão de que "tudo vai bem", de que qualquer critica é contra ele ou o Brasil. (...)
O único projeto do governo é o próprio Lula. Em cima dos 84% de aprovação popular, nada o comove. Só se comove consigo mesmo. (...) Hoje, não temos nem governo nem oposição - apenas um teatro em que protagonistas e figurantes são o PMDB.
E no meio disso tudo: o Lula, um messias sem programa, messias de si mesmo. (...)
Nem o PT ele poupou para "conservar" a si mesmo. O PMDB é sua tropa de choque, seu "talibã" molenga e malandro.
Agora...tentem explicar este quadro que Jarbas sintetiza com a clara luz de sua entrevista para um pobre homem analfabeto que descola 150 reais por mês do Bolsa Família...
Vivemos um grande autoengano. "
Fonte: http://radardamidia.blogspot.com/

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