O homem acusado de planejar os ataques de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos, Khalid Sheikh Mohammed, pediu permissão para se confessar culpado durante audiência em um tribunal militar em Guantánamo.
Mohammed e os outros quatro réus, Ali Abd al-Aziz Ali, Ramzi Binalshibh, Mustafa Ahmad al-Hawsawi e Walid bin Attash, poderão ser condenados à morte se forem considerados culpados de envolvimento nos ataques que mataram 2.973 pessoas.
Os cinco entregaram uma carta ao juiz na base militar americana de Guantánamo no início da audiência. O texto foi lido em voz alta pelo juiz do tribunal militar, coronel Stephen Henley.
"Nós cinco chegamos a um acordo para pedir à comissão uma audiência imediata para anunciar nossas confissões", leu o coronel.
Na carta, os réus afirmam que a decisão representa seu "desejo mais sincero" e acrescentam que não sofreram "nenhum tipo de pressão, ameaça, intimidação ou promessa de nenhuma parte".
Quando perguntado pelo juiz se estava preparado para entregar a confissão de culpa por todas as acusações, Mohammed disse "sim". "Não queremos perder tempo", acrescentou o réu.
Henley afirmou que vai interrogar os cinco para garantir que isso é realmente o que eles querem e se nenhum deles foi pressionado.
Vítimas
Em uma audiência em junho, quando foi informado de que poderia ser condenado à morte, Mohammed afirmou que queria ser executado e se "transformar em mártir".
Ainda não foi estabelecida uma data para o julgamento militar dos cinco homens e a aparição deles no tribunal nesta segunda-feira ocorreu depois de uma série de audiências realizadas sob a supervisão de um juiz que renunciou ao cargo.
Durante a audiência desta segunda, nove familiares das vítimas dos ataques foram levados a Cuba pelos militares americanos para assistir pela primeira vez aos procedimentos do tribunal.
Mais de 100 famílias das vítimas dos ataques de 11 de setembro de 2001 participaram do sorteio que determinaria quem iria até Guantánamo.
Cinco pessoas foram sorteadas e elas levaram outros quatro parentes com elas. Eles ficaram separados dos réus por um vidro.
A nova audiência teve início em meio a um clima de incerteza a respeito do centro de detenção de Guantánamo, onde Mohammed e outros 250 suspeitos de terrorismo permanecem presos.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu fechar a prisão em meio à polêmica gerada pelo status legal dos prisioneiros e pelas técnicas de interrogatório usadas com eles.
Por conta da polêmica em torno da prisão, o julgamento pode nem mesmo ser realizado da forma como foi planejado.
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