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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, pediu nesta quarta-feira que o grupo militante palestino Hamas pare de lançar foguetes contra Israel como um primeiro passo para um cessar-fogo em Gaza.
"O presidente Bush considera que o Hamas precisa parar de lançar foguetes, este será o primeiro passo para um cessar-fogo", afirmou o porta-voz do governo americano Gordon Jonhdroe.
Ele acrescentou que Bush conversou por telefone nesta quarta-feira com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, que teria garantido que a ofensiva de seu país em Gaza está se concentrando em alvos do Hamas e que estão sendo tomadas as medidas necessárias para evitar a morte de civis.
Bush também teria dito a Olmert que qualquer trégua nos conflitos deve ser permanente.
Um comunicado divulgado pela União Européia também pediu uma interrupção "incondicional" nos lançamentos de foguetes pelo Hamas.
O chefe político do Hamas, Khalid Meshal, teria afirmado ao ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que o grupo pode interromper os ataques caso Israel suspenda o bloqueio a Gaza.
Conselho de Segurança
Uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança das Nações Unidas foi marcada para o final da noite desta quarta-feira para avaliar um pedido da Liga Árabe por uma resolução da ONU que garanta um cessar-fogo e o fim do bloqueio a Gaza.
Ainda como parte das negociações por uma trégua, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, deve viajar para o Oriente Médio na próxima segunda-feira para discutir a crise com as partes.
“O dever da França é procurar um caminho para a paz”, disse o governo francês.
Antes, nesta quinta-feira, Sarkozy deve se encontrar com a ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, em Paris.
Rejeição
Ainda nesta quarta-feira, Israel rejeitou uma proposta francesa para uma trégua de 48 horas na Faixa de Gaza, que tinha como objetivo permitir a entrada de ajuda humanitária na região do conflito.
Mark Regev, porta-voz do primeiro-ministro Ehud Olmert, disse que Israel não está buscando uma ajuda provisória "ou algo que expire daqui a um mês".
Segundo Regev, qualquer trégua deve ter caráter permanente e há um consenso internacional de que os ataques com foguetes realizados pelos palestinos contra território israelense precisam parar.
Em um discurso televisionado em Ramallah, na Cisjordânia, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, afirmou que "não hesitará em interromper" as negociações de paz com os israelenses "caso eles ajam contra os nossos interesses e ofereçam apoio à agressão".
Abbas também classificou a ofensiva israelense em Gaza como uma "agressão criminosa e bárbara".
Mahmoud Abbas é o líder do Fatah, grupo palestino laico que perdeu o controle da Faixa de Gaza para o Hamas em 2007.
Ataques
No quinto dia de ofensiva, mísseis israelenses atingiram túneis usados pelos palestinos na fronteira de Gaza com o Egito e prédios ligados ao Hamas.
Foguetes palestinos foram lançados próximo a cidade israelense de Beersheba, a 40 km da fronteria com Gaza, na terça e na quarta-feira.
Embora não tenham sido registrados maiores danos, estes foram os ataques com foguetes de maior alcance já registrados contra Israel, o que deve aumentar o apoio público para a continuidade da ofensiva.
Israel convocou mais 2,5 mil reservistas para seu Exército e os preparativos para uma possível invasão por terra continuam na fronteira com Gaza.
Por meio de um comunicado, o Hamas ameaçou o país e disse que, no caso de uma invasão, "as crianças de Gaza irão colecionar parte de corpos de soldados israelenses e pedaços de tanques".
Mortos
Fontes palestinas dão conta de que pelo menos 391 pessoas teriam morrido desde o início dos ataques israelenses à Faixa de Gaza, no último sábado.
Segundo a Organização das Nações Unidas, há pelo menos 62 civis entre os mortos. Fontes médicas palestinas informam que há cerca de 1,7 mil feridos, que congestionam os hospitais de Gaza.
Do lado israelense, há notícias de pelo menos quatro mortes, entre elas a de um militar.
A ONU afirmou nesta quarta que vai retomar a distribuição de alimentos e medicamentos em Gaza na quinta-feira.
Um porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse à BBC que a situação dos hospitais em Gaza está em "seu limite máximo" e que eles precisam urgentemente de ajuda.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
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