terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Incidente diplomático

Caso Battisti: Itália convoca embaixador no Brasil para consultas

Cesare Battisti havia sido preso no Rio de Janeiro em 2007.

A Itália decidiu nesta terça-feira chamar o seu embaixador em Brasília, Michele Valensise, para consultas em protesto contra a decisão do governo brasileiro de conceder asilo político ao ex-militante esquerdista Cesare Battisti.

Na segunda-feira, o Procurador-Geral da República, Antonio Fernando de Souza, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento do processo de extradição de Battisti, pedido pela Justiça italiana.

O arquivamento foi pedido após a concessão a Battisti do status de refugiado político, por ordem do ministro da Justiça, Tarso Genro.

Battisti, de 52 anos, havia sido condenado à prisão perpétua na Itália por crimes cometidos entre 1977 e 1979, quando era membro do grupo armado Proletários Armados pelo Comunismo.
Ele é acusado de matar um guarda penitenciário e um açougueiro e também de participar no planejamento de outros dois assassinatos durante os chamados Anos de Chumbo, quando o Estado promovia uma guerra contra os militantes de esquerda.

Fuga
Battisti viveu na França até 2004, quando, sob ameaça de extradição, fugiu ao Brasil. Ele foi preso em 2007, em um apartamento no Rio de Janeiro, em uma operação com a participação da Interpol e das polícias da Itália, do Brasil e da França.

Há duas semanas, o embaixador brasileiro em Roma, Adhemar Gabriel Bahadian, havia sido convocado pelo Ministério das Relações Exteriores da Itália para dar explicações sobre o caso.
Bahadian havia recebido das mãos do vice-ministro das Relações Exteriores da Itália, Gianpiero Massolo, uma nota oficial na qual a Itália expressava “perplexidade sobre as bases da motivação da decisão brasileira e a indignação das forças parlamentares, da opinião pública e das vítimas do terrorismo”.

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