Lavando o cérebro dos pequeninos
O discurso dos livros Como é a história, a política, a economia, a globalização, a refoma agrária, segundo alguns dos livros didáticos e apostilas usados por alunos das escolas brasileiras.
Em alguns livros, os autores apresentam a tomada do poder pelos socialistas, liderados por Mao Tsé-tung, e suas reformas. Mas omitem a repressão e o sistema ditatorial que dura até hoje.Os autores contam os resultados da revolução comunista em Cuba, mas não mencionam a censura, a opressão e a ditadura que permanecem até hoje. Predomina a versão de que o sistema capitalista aumenta a pobreza e a desigualdade – mesmo tendo os países capitalistas gerado maior prosperidade para suas populações. A globalização é apresentada como a nova forma de imperialismo. As nações ricas exploram as pobres. Falta dizer que a abertura de mercados também dá oportunidades aos países pobres.
A reforma agrária é apresentada como solução para a concentração de terras no Brasil. Não se fala que o setor terciário urbano é que tende a absorver essa mão de obra. A revolução armada é apresentada como solução justificável para acabar com a opressão. Os autores omitem que esses golpes costumam levar a ditaduras. Alguns livros didáticos do Estado do Paraná reduzem o mundo a um conflito entre as elites dominantes e os povos dominados. Os Estados Unidos são apresentados como um império de influências negativas. Não se fala da história de independência, democracia e direitos humanos do país.
“Eles ensinam para crianças e jovens fatos que não são verdadeiros, distorcendo a finalidade da educação”, Bolívar Lamounier,cientista político
O dano que livros didáticos ruins podem causar ao país vai além da questão política. “Eles ensinam para crianças e jovens fatos que não são verdadeiros, distorcendo a finalidade da educação”, diz o cientista político Bolívar Lamounier. É nessa fase do ensino fundamental e do ensino médio que os jovens se interessam por questões políticas. “Se receberem uma informação distorcida, criarão uma visão de mundo também distorcida.” Há quem diga que a ideologia nos livros didáticos não é um problema. “O viés esquerdista dos livros importa pouco”, afirma o sociólogo Alberto Carlos Almeida, diretor de planejamento da empresa de pesquisa Ipsos e autor do livro A Cabeça do Brasileiro. “Porque, à medida que a pessoa estuda, sua cabeça muda. Em geral, quem estuda mais tem uma visão menos estatizante.” Outro argumento de pensadores que minimizam o problema é que as fontes de informação no mundo atual são múltiplas e, por isso, contrabalançam qualquer viés na escola.
Atenção: Aqui a lista de doze títulos didáticos que apresentam distorções ideológicas.
1) (História – Origens, Estruturas e Processos/Ensino Médio. Luiz Koshiba. São Paulo: Atual, 2000)
2) (História 8, Projeto Araribá, Editora Moderna)
3) (Nova História Crítica. Mario Furley Schmidt. São Paulo: Nova Geração, 2002)
4) (apostila do programa Livro Público do Governo do Paraná, capítulo “Dinheiro Traz Felicidade”, Gisele Zambone)
5) (História Global – Brasil e Geral/Volume Único. Gilberto Cotrim. São Paulo: Saraiva, 2002)
6) (História do Brasil no Contexto da História Ocidental/Ensino Médio. Luiz Koshiba e Denise Pereira. São Paulo: Atual, 2003)
7) (exercício proposto por História Temática: Terra e Propriedade, 7a série. Andrea Montellato, Conceição Cabrini, Roberto Catelli Junior. São Paulo: Scipione, 2005 – Coleção História Temática)
8) (apostila com módulo de História do Sistema UNO de Ensino, de Nicolina Luiza de Petta)
9) (apostila História 3 – coleção Anglo. Cláudio Vicentino e José Carlos Pires de Moura)
10) (Brasil: uma História em Construção/Volume 2. José Rivair de Macedo e Mariley Oliveira.Editora do Brasil)
11) (apostila do programa Livro Público do Governo do Paraná, Ideologia, Katya Picanço)
12) (apostila do programa Livro Público do Governo do Paraná, O Estado Imperialista e Sua Crise, Altair Bonini e Marli Francisco)
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
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