Boca fechada

Lula desiste de anunciar medidas anticrise nesta semana

Presidente considerou que mudanças exigem mais estudos.
Governo avalia que capitalização do BNDES surtiu positivamente.

Jeferson Ribeiro Do G1, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desistiu de anunciar novas medidas anticrise nesta semana, como estava programado. A decisão foi tomada na semana passada e anunciada aos principais ministros do governo nesta segunda-feira (26) durante a tradicional reunião de coordenação econômica. Na semana passada, depois de uma longa reunião com a equipe econômica, o presidente pediu que o ministério da Fazenda estudasse mais a fundo as medidas que seriam anunciadas. A previsão inicial era que elas fossem divulgadas à sociedade na próxima quarta-feira (28). As medidas têm foco na área de habitação. Durante a reunião de coordenação política, Lula e os principais ministros avaliaram ainda que a capitalização de R$ 100 bilhões no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o anúncio do plano de investimentos da Petrobras criaram um clima mais otimista para a economia em 2009, segundo interlocutores da presidência da República. Na quinta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que o Tesouro Nacional capitalizaria do BNDES com R$ 100 bilhões e, com isso, o banco teria mais de R$ 166 bilhões para financiar projetos industriais e de infraestrutura neste ano. Na sexta-feira, a Petrobras divulgou seu plano de investimentos que prevê US$ 174 bilhões para ampliação da produção e exploração de petróleo e gás até 2013. Segundo o presidente da estatal, Sérgio Gabrielli, o objetivo é investir US$ 28,6 bilhões, levando em conta um preço médio de US$ 37 para o barril de petróleo do tipo Brent ao longo do ano. Para conseguir alcançar esse total, a empresa precisaria captar US$ 18,1 bilhões. Desse total, a empresa já teria garantido US$ 16,9 bilhões, advindos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de um conjunto de bancos nacionais e internacionais. Participaram da reunião de coordenação os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, de Relações Institucionais, José Múcio, do Planejamento, Paulo Bernardo, da Fazenda, Guido Mantega, da Justiça, Tarso Genro, e da Secretaria Geral, Luiz Dulci.