Por Alberto Alerigi Jr.
SÃO PAULO (Reuters) - As vendas e a produção de veículos novos no Brasil devem recuar este ano em meio à crise global, mesmo levando em conta o efeito positivo da redução do IPI para o setor durante todo o primeiro semestre.
A associação de montadoras Anfavea previu nesta segunda-feira queda de 3,9 por cento nas vendas deste ano, para 2,710 milhões de unidades, no primeiro recuo desde 2003. O prognóstico para a produção é de declínio de 11,2 por cento, a 2,860 milhões de veículos --neste caso, será a primeira queda desde 2002.
O impacto da crise financeira internacional é ainda mais significativo se for considerado que o desempenho previsto para 2009 ocorre após um ano em que tanto as vendas como a produção bateram recordes no Brasil.
Para 2010, no entanto, o presidente da Anfavea, Jackson Schneider, prevê um cenário em que o mercado interno estará mais fortalecido pelos investimentos previstos pelo governo em projetos de infraestrutura, como a construção de 1 milhão de casas populares e o desenvolvimento das reservas de petróleo do pré-sal.
Com isso, em 2010 "o mercado interno tem mais chances de superar (o recorde de vendas do ano passado)", segundo ele.
"Os investimentos em infraestrutura se refletem diretamente no mercado de veículos. Se a indústria assegura trabalho, assegura o mercado interno", acrescentou Schneider.
O problema mais grave para o setor continua sendo o segmento de exportação, que despencou 50,8 por cento no primeiro trimestre, para 3,24 bilhões de dólares, e tem previsão de queda de 39 por cento em 2009, a 8,5 bilhões de dólares.
Em 2008, as vendas externas avançaram 3,4 por cento, para 13,925 bilhões de dólares.




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