Mandela aparece 'de surpresa' em comício do CNA
O ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela apareceu inesperadamente neste domingo no último comício do CNA (Congresso Nacional Africano, partido de Mandela) antes das eleições.
Vestindo a camisa do partido, Mandela, de 90 anos, foi aplaudido pelos eleitores antes do discurso de Jacob Zuma, líder do CNA.
A expectativa é de que Zuma seja eleito o novo presidente da África do Sul nas eleições da próxima quarta-feira, as mais concorridas desde o fim do Apartheid no país, em 1994.
O partido Cope (Congresso do Povo) - formado por uma dissidência do CNA há quatro meses - também realizou seu último comício antes das eleições, na província de Limpopo.
Segundo as últimas pesquisas de opinião, o partido pode conquistar 15% dos votos.
Dura disputa
A rara aparição pública de Mandela - que entrou no estádio Ellis Park, em Joanesburgo, ao lado de Zuma em um carrinho de golfe - é vista como um claro endosso à candidatura do líder do CNA.
Mandela pediu ao CNA que se lembre que sua principal tarefa é erradicar a pobreza e construir uma sociedade unida e não racial.
"Enquanto lutamos para garantir uma vitória decisiva para nossa organização, temos que nos lembrar de nossa primeira tarefa. É erradicar a pobreza e garantir uma vida melhor para todos", disse Mandela em uma breve mensagem pré-gravada, tocada enquanto ele estava no palanque.
"O CNA tem a responsabilidade histórica de liderar nosso país e ajudar a construir uma sociedade unida e não racial", acrescentou ele.
O CNA espera repetir o resultado de cinco anos atrás, quando se elegeu com a maioria de dois terços do parlamento, mas desta vez a disputa deverá ser mais dura.
No sábado, milhares de pessoas compareceram a uma reunião do partido oficial da oposição - a Aliança Democrática - na Cidade do Cabo.
"Todo voto conta nesta eleição", disse a líder Helen Zille aos eleitores. "Cada voto, porque o seu voto pode ser aquele que vai manter o CNA abaixo da maioria de dois terços e o seu voto, o seu voto pode muito bem ser aquele que vence o Oeste da Cidade do Cabo para a AD."
A Aliança Democrática teme que se o CNA obtiver a maioria de dois terços novamente, poderá usá-la para mudar a constituição e influenciar a independência do sistema judicial do país.
Zille também fez referências frequentes às acusações de corrupção e chantagem apresentadas contra Zuma - que ele nega e das quais foi inocentado no início do mês.
A Comissão Eleitoral Independente informou que mais de 23 milhões de pessoas, entre elas 16 mil sul-africanos vivendo fora do país, se registraram para votar nessas eleições, que estão sendo vistas como as mais importantes desde o fim do Apartheid.
domingo, 19 de abril de 2009
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