Líder de oposição a Chávez vai pedir asilo político, diz partido
O dirigente opositor e ex-candidato presidencial da Venezuela, Manuel Rosales, pedirá asilo político a um país vizinho, alegando que seu julgamento, previsto para esta segunda-feira, é um "instrumento de perseguição política", de acordo com o presidente de seu partido.
"Convencemos Manuel Rosales de que ele não pode se apresentar em um tribunal convertido em instrumento político", afirmou Omar Barboza, presidente do partido de Rosales, Um Novo Tempo, em entrevista coletiva em Caracas, nesta segunda-feira.
Barboza disse que seu partido está organizando o trâmite do pedido de asilo político em "um país amigo".
Rosales não aparece em público desde o final de março, quando anunciou estar "refugiado" no interior do Estado de Zulia (oeste do país).
Desde então, abandonou suas funções como prefeito da cidade de Maracaibo, a segunda maior do país, delegando o cargo a um ex-deputado.
Acusação
Na sexta-feira, a Justiça ordenou o embargo dos bens do político.
Os membros da oposição ao presidente venezuelano Hugo Chávez alegam que Rosales não cometeu nenhuma irregularidade e que o julgamento é parte de uma "onda de perseguição política" do governo a seus adversários.
O governo, por sua vez, defende a aplicação da lei e o julgamento ao delito de corrupção.
Rosales foi acusado pelo Ministério Público (MP) de Zulia de enriquecimento ilícito durante sua gestão à frente do governo estadual.
O MP alega que Rosales não pode comprovar a procedência de US$ 68 mil em sua declaração de patrimônio relativa os anos de 2002 a 2004.
Caso seja condenado, o dirigente opositor pode pegar pena de três a dez anos de prisão, conforme prevê a Lei Anticorrupção.
A ausência de Rosales perante o Tribunal reforça a hipótese defendida por governistas de que ele deixou o país.
Ainda não se sabe se o Tribunal dará continuidade ao julgamento previsto para esta segunda-feira, do qual pode ser solicitado um mandato de prisão do dirigente político.
Batalhas legais
As acusações contra Manuel Rosales vieram à tona durante a campanha para eleições municipais e estaduais, em 2008.
Na época, em um comício em Zulia, Chávez chamou Rosales de "corrupto", "golpista" e "mafioso" e disse que o ex-governador deveria ser preso.
Rosales não é o único membro de destaque da oposição venezuelana a enfrentar a Justiça no país.
No início do mês, foi preso o ex-ministro de Defesa Raúl Isaías Baduel, que em 2007 passou do campo aliado à oposição. Ele é acusado pelo desvio de US$ 15 milhões em verbas pública.
A Justiça também mira o campo chavista. Um tribunal estadual ordenou, no início do mês, a prisão do ex-governador do Estado de Yaracuy (noroeste do país), Carlos Gímenez, quem também é acusado de corrupção. Giménez, porém, continua em liberdade.
terça-feira, 21 de abril de 2009
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