sexta-feira, 24 de abril de 2009

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Novo Presidente

Eike Batista passará a presidir a OGX

Ex-presidente da companhia, Rodolfo Landim, recebeu convite para desenvolver novos negócios no Grupo EBX

Portal EXAME -

A OGX, empresa do setor de petróleo e gás natural controlada pelo Grupo EBX, anunciou, nesta quarta-feira (22/4), que o empresário Eike Batista será o novo presidente da companhia no lugar de Rodolfo Landim. De acordo com o comunicado, Landim foi convidado por Eike para ser assistente no desenvolvimento de novos negócios do Grupo EBX, cujo foco são projetos de infraestrutura em geral.
A alteração na composição da diretoria foi aprovada pelo conselho de administração da OGX, instância da qual Landim continuará fazendo parte. O executivo ingressou na EBX em 2006 quando presidiu a MMX, braço no segmento de mineração do grupo. “Rodolfo Landim foi fundamental na organização e êxito que obtivemos até hoje na execução do nosso plano de negócios e na contratação de bens e serviços", comentou Eike.
Outra mudança no quadro executivo da companhia foi a nova função de diretor geral da OGX, que Paulo Mendonça, atual diretor de Exploração e Produção, assumiu. Mendonça será responsável, a partir de agora, também pela coordenação das atividades da diretoria executiva.
O executivo integra a OGX desde sua constituição, em julho de 2007, após ter trabalhado por mais de 34 anos na Petrobras, onde atuou como gerente geral e, posteriormente, gerente executivo de Exploração. A habilidade de liderança já demonstrada pelo Paulo Mendonça continuará a ser um grande trunfo para a OGX, extremamente útil na execução da nossa campanha exploratória, que é a atividade essencial em nosso futuro próximo, afirmou Eike.

Trocando de mãos

Cemig compra Terna por 2,5 bilhões de reais
A Cemig está assinando agora a compra da Terna, uma das gigantes do setor de transmissão de energia elétrica do país. É um dos maiores negócios do ano: a estatal de energia elétrica de Minas Gerais vai desembolsar 2,5 bilhões de reais.
A Terna, que pertencia ao governo italiano, opera em onze estados, além dos Distrito Federal: São Paulo, Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Bahia, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Nesses estados, a Terna detém concessões válidas até 2034.
No final, o negócio chegará a um total perto dos 5 bilhões de reais: esse restante será desembolsado pela Cemig para comprar a participação dos minoritários.
A aquisição será comunicada amanhã de manhã à CVM.

No topo

Toyota segue líder, apesar de queda nas vendas

As vendas mundiais da montadora japonesa Toyota diminuíram 27% no primeiro trimestre deste ano, para um total de 1,8 milhão de veículos comercializados. Apesar da queda, o volume mantém, ao menos por enquanto, a posição da Toyota de maior montadora do mundo em vendas. A montadora norte-americana General Motors (GM), que ocupava o primeiro lugar do ranking, ainda não divulgou suas vendas trimestrais e, ontem, a alemã Volkswagen informou queda de 11% nas vendas globais no período para 1,4 milhão de veículos. A diferença entre as vendas de Toyota e Volkswagen diminuiu para 400 mil veículos no período acumulado de janeiro a março deste ano, de uma diferença de 800 mil no mesmo período do ano passado. A montadora japonesa teve um recuo de vendas maior por conta de suas operações no competitivo mercado dos Estados Unidos. As informações são da Dow Jones.

Cláudio Humberto

Destaques do dia:

- Projeto do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) obriga os políticos a matricular os filhos em escolas públicas.

- Deputado com o maior número de "viagens aéreas", bancadas pela Câmara, é autor do projeto que limita o salário do brasileiro a R$ 8,5 mil.

- 17 ministros deixarão os cargos em 2010 para disputarem mandatos parlamentares ou governos estaduais.

- Estudos para alterar a remuneração da poupança recomendam criar quatro faixas de depósitos.

Para ler estas notícias na íntegra acesse:
http://www.claudiohumberto.com.br

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Acabar com a farra das passagens


OAB-RJ quer devolução de dinheiro gasto por deputados


JB Online


BRASÍLIA - O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro, Wadih Damous, informou ontem que pedirá apoio ao presidente do Conselho Federal da OAB, Cezar Britto, para provocar a atuação do Ministério Público Federal (MPF) na responsabilização de parlamentares que forneceram passagens aéreas de suas cotas para amigos.
– Queremos que haja uma ampla investigação e que o dinheiro indevidamente gasto seja devolvido aos cofres públicos – disse Damous. – Essas passagens são de domínio público e não podem ser distribuídas a rodo para socialites, modelos e outras pessoas como se fosse uma quitanda.
Nas últimas semanas multiplicaram-se denúncias na imprensa de mau uso das passagens por parlamentares. Deputados usaram suas cotas para pagar bilhetes de viagens, inclusive ao exterior, para parentes e terceiros sem vínculo com as atividades próprias de mandato. Os fatos relatados, segundo o dirigente da OAB-RJ, demonstram que “o patrimonialismo continua entranhado na vida política brasileira”.
– É mais um episódio que degrada a imagem do parlamento e põe em risco a própria democracia, desta vez com envolvimento de parlamentares que se diziam éticos. A população descrente da autoridade do parlamento é um elemento que pode dar vazão a ações autoritárias – critica Damous. (ABr)

Liberação por troca de agentes cubanos

Fidel: libertação de presos só acontecerá em troca por agentes cubanos

Agência AFP


HAVANA - O líder cubano Fidel Castro explicou que uma libertação de opositores detidos só acontecerá no caso de liberação de cinco agentes de Cuba condenados nos Estados Unidos por espionagem, e destacou que o presidente Barack Obama interpretou de modo errado as declarações do irmão Raúl.
Em um artigo publicado no site oficial Cubadebate, Fidel afirma que quando o presidente Raúl Castro afirmou na semana passada "que está disposto a discutir qualquer tema com o presidente dos Estados Unidos, expressa que não teme abordar qualquer tipo de assunto".
- É uma mostra de valentia e confiança nos princípios da Revolução - completa. - Ninguém deve se espantar de que Raúl fale de indultar opositores condenados em março de 2003 (75) e de enviá-los aos Estados Unidos, caso sejam liberados os cinco agentes, que Cuba considera lutadores contra o terrorismo - enfatiza Fidel.
O líder comunista afirma ainda que o presidente Obama "interpretou mal" a declaração de quinta-feira passada de Raúl Castro, que disse estar disposto a discutir com Washington "tudo", inclusive presos políticos e direitos humanos.

Liturgia erótica

Terceira mulher afirma ter filho com presidente do Paraguai

Agência AFP


ASSUNÇÃO - Uma terceira mulher que afirma ter um filho do presidente Fernando Lugo apareceu nesta quarta-feira no Paraguai, em meio a um ambiente conturbado que obrigou o ex-bispo católico a suspender uma viagem a Washington. - Meu filho Juan Pablo (em homenagem ao papa João Paulo II) é fruto de uma relação com Fernando Lugo, mas uma relação impulsionada por um grande amor, de uma entrega total - afirmou Damiana Hortensia Morán Amarilla, 39 anos, ao jornal ABC.
A mulher, que informou ter sido coordenadora da Pastoral Social da Diocese de San Lorenzo, revelou que nunca pensou em denunciar Lugo nem pedir nada porque o filho, de um ano e quatro meses, "é fruto de um amor incondicional".
O presidente reconheceu como filho dele na semana passada o menino Guillermo Armindo, de dois anos, fruto de um relacionamento com Viviana Carrillo Cañete.
A admissão pública da paternidade estimulou uma segunda mulher, Benigna Leguizamón, ex-funcionária da diocese de San Pedro (400 km ao norte de Assunção), a exigir que Lugo reconheça o filho Lucas Fernando, de seis anos.
A terceira mulher que afirma ter um filho do presidente paraguaio trabalha atualmente como diretora de uma creche em Capiatá, uma área pobre nas proximidades da capital do país.
Ela diz ser divorciada há cinco anos, depois de um casamento de 17 anos no qual teve dois filhos, hoje com 21 e 20 anos.
Damiana declarou que decidiu revelar sua relação com o presidente "somente para que se saiba a verdade". Ela reiterou que não solicitará nada do ex-bispo católico, nem o sobrenome, porque segundo ela "há grandes interesses de grupos mafiosos que querem tergiversar e desviar".

Vitória anunciada

Pesquisa confirma amplo favoritismo de Correa no Equador

Por Alonso Soto

QUITO (Reuters) - O presidente do Equador, Rafael Correa, está próximo de uma vitória tranquila em primeiro turno nas eleições gerais de domingo, disse na terça-feira um dos principais institutos de pesquisa do país, com base em amostras de sua última pesquisa.
O presidente do Cedatos-Gallup, Polibio Córdova, disse que o presidente esquerdista conserva ampla vantagem sobre seus principais rivais, o ex-presidente Lucio Gutiérrez e o magnata da banana Álvaro Noboa.
"Na pesquisa se ratifica a alta probabilidade de que o presidente ganhe no primeiro turno, porque a diferença com o segundo e terceiro lugar será muito além dos 10 pontos mínimos", disse Córdova, cujas pesquisas em eleições anteriores se mostraram precisas.
Córdova não quis entrar em detalhes sobre os números antes da sua publicação oficial.
O socialista Correa, ex-ministro da Economia, é muito popular entre a maioria pobre do país, graças a seus programas sociais e à sua retórica contra as "elites corruptas" do Equador.
(Por Alonso Soto, editado por Javier Leira)

Morales quer diálogo com os EUA

Bolívia espera melhorar relação com os EUA

LA PAZ (Reuters) - O presidente da Bolívia, Evo Morales, elogiou nesta terça-feira os sinais amistosos enviados pelo presidente norte-americano, Barack Obama, mas enfatizou a necessidade de fatos concretos para recuperar as relações entre ambos os países.
Em resposta a uma condenação de Obama a qualquer tentativa de golpe na Bolívia, Morales disse que havia instruído seu gabinete a dar prioridade para a recuperação das relações com os Estados Unidos, em crise desde a expulsão mútua de embaixadores no ano passado.
"Penso que uma verdadeira mudança reflete em fatos, e os sinais são um começo muito importante", disse o líder esquerdista boliviano a correspondentes internacionais.
No domingo, durante o encerramento da Cúpula das Américas em Trinidad e Tobago, Obama disse que era "absolutamente contra qualquer tentativa de violência para derrotar os governos eleitos democraticamente".
Morales comentou o gesto de Obama.
"O que vimos em Trinidad Tobago foi um importante sinal do presidente Obama, que depois de décadas de intervencionismo político, declara que é absolutamente contrário e condena qualquer ação violenta contra o governo boliviano", destacou Morales.
(Reportagem de Carlos A. Quiroga)

Recuperação lenta

Bolsas dos EUA se recuperam e fecham em alta por Geithner NOVA YORK (Reuters) - As bolsas de valores dos Estados Unidos fecharam em alta nesta terça-feira após o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, indicar que a maioria dos bancos tem reservas suficientes contra possíveis perdas, estimulando uma recuperação das ações do setor bancário.

Mercado do Petróleo reage

Petróleo fecha em alta por recuperação do mercado acionário NOVA YORK (Reuters) - Os futuros do petróleo nos Estados Unidos fecharam em alta nesta terça-feira, estimulados pela recuperação dos mercados acionários à medida que o contrato maio da commodity venceu nesta sessão.

Mau digerido

Governo brasileiro critica declarações do Irã sobre Israel

BRASÍLIA (Reuters) - O governo brasileiro, por meio de sua diplomacia, criticou nesta terça-feira as polêmicas declarações do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, contra Israel.
Durante conferência racial da Organização das Nações Unidas na última segunda-feira, o líder iraniano chamou Israel de "regime racista cruel e repressor", provocando reação imediata de diversas nações.
"O governo brasileiro tomou conhecimento, com particular preocupação, do discurso do Presidente iraniano que, entre outros aspectos, diminui a importância de acontecimentos trágicos e historicamente comprovados, como o Holocausto", pontuou o Ministério das Relações Exteriores por meio de nota.
O Itamaraty promete manifestar seu descontentamento durante a visita de Ahmadinejad ao Brasil, prevista para 6 de maio.
As declarações resultaram em uma debandada de países que participavam do encontro da ONU e uma declaração antencipada contra o racismo.
Durante a conferência, ele havia dito que, "depois da Segunda Guerra Mundial, (os judeus) recorreram a agressões para deixar sem lar uma nação inteira, sob o pretexto do sofrimento judeu."
Para o Brasil, manifestações dessa natureza prejudicam o clima de diálogo e o tratamento internacional da questão da discriminação.
Washington qualificou o discurso de "vil e odioso", e o Vaticano o considerou "extremista e inaceitável".
(Reportagem de Natuza Nery; Edição de Roberto Samora)

Diminuir o abismo

Obama pressiona Israel por Estado palestino

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos EUA, Barack Obama, pressionou na terça-feira o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a aceitar como meta a criação de um Estado palestino, e disse que ambas as partes deveriam "recuar do abismo".
Intensificando seus esforços diretos pela retomada do processo de paz, Obama reuniu-se com o rei Abdullah, da Jordânia, e convidou Netanyahu, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, e o presidente egípcio, Hosni Mubarak, para conversas em separado no começo de junho.
Ele aproveitou para reafirmar a Abdullah seu compromisso com uma solução com dois Estados no conflito israelo-palestino, apesar da relutância do novo governo direitista de Netanyahu em apoiar o eventual Estado palestino.
"O que temos de fazer é recuar do abismo", disse Obama a jornalistas após o encontro com Abdullah na Casa Branca.
O presidente demonstra um envolvimento maior com a questão do Oriente Médio do que seu antecessor George W. Bush, mas sua estratégia é complicada pela ascensão do governo de Netanyahu, que desde sua posse, no mês passado, evita reconhecer formalmente o direito palestino a um Estado independente, como fazia seu antecessor, Ehud Olmert.
Obama teve o cuidado de não confrontar Netanyahu diretamente, mas deixou claro que seu governo espera convencê-lo a aceitar o princípio de uma solução com dois Estados, que há anos é a base da política norte-americana na região.
"Eles terão de formular e eu acho que solidificar sua posição", disse Obama, alertando para a "urgência" em retomar o processo de paz.
"Concordo que não podemos conversar para sempre, que em algum ponto será preciso dar passos para que as pessoas vejam progressos no terreno. E isso será algo que esperamos que ocorra nos próximos meses", afirmou Obama.

Pente fino nos empréstimos bilionários

EUA apuram fraudes em programa bilionário de socorro a bancos

WASHINGTON (Reuters) - O plano do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos para retirar os ativos tóxicos dos balanços dos bancos é vulnerável a fraudes e abusos e precisa de regras duras contra o conflito de interesse, disse na terça-feira o inspetor do pacote de socorro financeiro do governo.
Neil Barofsky -- o inspetor-geral especial para o Programa de Alívio de Ativos Problemáticos (Tarp, na sigla em inglês), de 700 bilhões de dólares -- disse em um relatório que os subsídios às parcerias público-privadas (PPP) para a compra de ativos poderiam expor os contribuintes a perdas maiores sem um aumento correspondente no lucro potencial.
"Aspectos da PPP a tornam inerentemente vulnerável a fraudes, desperdício e abuso, e incluem questões significativas relacionadas a conflitos de interesse enfrentados por gerentes de fundo, conluio entre participantes e vulnerabilidades à lavagem de dinheiro", disse o segundo relatório trimestral de Barofsky, que assumiu o cargo em dezembro.
Ele pediu que o Tesouro imponha regras severas para analisar investidores dos fundos e para a divulgação da participação acionária e de todas as transações feitas. Os gerentes responsáveis por eles deveriam acatar as exigências de "conhecer seu cliente" a bancos e corretores sob leis contra a lavagem de dinheiro.
O Tesouro está aceitando, até sexta-feira, inscrições de gerentes de ativos para administrar fundos de investimento público-privados para comprar títulos ilíquidos lastreados por hipotecas problemáticas dos bancos. Isso é parte de seu plano para vender até 1 trilhão de dólares em ativos tóxicos que estão restringindo os empréstimos bancários.
O Departamento de Tesouro deve nomear os primeiros gerentes de fundo no dia 15 de maio, e as compras de ativos devem começar nas próximas semanas ou meses.
RISCOS DOS CONTRIBUINTES
O relatório de Barofsky chamou o plano, e sua expansão prevista com um programa de empréstimo de títulos do Federal Reserve para até 1 trilhão de dólares, de uma "tremenda expansão na amplitude, na escala e na complexidade do Tarp".
Ele advertiu sobre os riscos maiores associados ao investimento em títulos tóxicos, e disse que os contribuintes poderiam sofrer perdas maiores se os fundos de investimento público-privados tivessem autorização para financiar compras de títulos tomando empréstimos do Programa a Termo de Empréstimos Respaldado por Ativos, do Fed.

Passando a limpo

Obama não descarta julgamentos por interrogatórios violentos

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deixou aberta, nesta terça-feira, a possibilidade de se processar oficiais que autorizaram o uso de técnicas de interrogatório consideradas abusivas contra supostos extremistas.
Obama, no entanto, afirmou que a decisão de se processar ou não estas autoridades cabe ao procurador-geral dos EUA, Eric Holder.
O presidente também reiterou que a legislação antitortura dos EUA não será usada contra agentes da CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA) que usaram as controversas técnicas depois que elas foram autorizadas pelo governo Bush.
"Sobre aqueles que participaram destas operações de acordo com as opiniões legais e diretrizes que partiram da Casa Branca, acho que não é apropriado que eles sejam processados".
"Já a respeito daqueles que formularam estas decisões legais, eu diria que será mais uma decisão (de processá-los ou não) do procurador-geral, dentro dos parâmetros de várias leis. Eu não quero prejulgar", afirmou Obama.
As declarações foram feitas em meio a uma grande polêmica causada pela divulgação de memorandos que detalham os métodos de interrogatório usados pela CIA contra supostos extremistas durante o governo de George W. Bush.
Mudança de tom
Segundo o correspondente da BBC em Washington, James Coomarasamy, os comentários do presidente nesta terça-feira marcam uma mudança de tom do governo, em meio a uma crescente pressão por parte de membros do Partido Democrata para que ele não descarte potenciais ações penais.
Obama também afirmou que poderia apoiar uma investigação do Congresso sobre o tema, desde que ela fosse conduzida pelos partidos Republicano e Democrata.
"Se existir a necessidade de mais considerações a respeito do que aconteceu durante este período, acho que o Congresso pode examinar os meios de como isto pode ser feito, de modo bipartidário. (...) Não estou sugerindo que isto deve ser feito, mas existe a escolha".
"Muito complicado"
Durante a entrevista, Obama ainda afirmou que a questão dos interrogatórios violentos envolve "temas muito complicados".
Segundo ele, uma investigação só poderia ser aceita "fora do processo típico de audiências" e conduzida "por participantes independentes".
"De maneira geral, eu acho que deveríamos olhar para frente, e não para trás. Eu realmente me preocupo com a possibilidade de isto se tornar tão politizado que não poderá funcionar de maneira efetiva, atrasando nossa capacidade de cumprir operações de segurança nacional importantes".
Técnicas de interrogatório
Os memorandos, divulgados na semana passada, revelam que a técnica conhecida como "waterboarding" - que consiste na simulação de afogamentos - foi usada 266 vezes contra dois suspeitos de pertencerem à rede extremista Al-Qaeda.
Entre os outros métodos de interrogatórios mencionados nos documentos estão a privação de sono, a nudez forçada e o uso de posições dolorosas.
Em uma entrevista à rede de TV Fox News na segunda-feira, o ex-vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, afirmou que estes métodos produziram resultados.
Ele pediu ainda que sejam divulgados memorandos que mostrem o que estas técnicas de interrogatório puderam revelar.


Falar sobre Paz

EUA convidam israelenses e árabes para discutir paz

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira que os líderes de Israel, Autoridade Palestina e do Egito foram convidados para reuniões separadas com o presidente americano, Barack Obama, em Washington, com o objetivo de reviver o processo de paz no Oriente Médio.
Ainda não se sabe com certeza quando ocorreriam as visitas do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, do presidente egípcio, Hosni Mubarak e do líder palestino, Mahmoud Abbas.
Entretanto, acredita-se que elas ocorram nas próximas semanas, possivelmente antes da viagem de Obama à França em 6 de junho, disse o porta-voz do presidente americano, Robert Gibbs.
Não há indicação de que Netanyahu vai conversar diretamente com Abbas ou Mubarak.
"Com cada um deles o presidente vai discutir maneiras de os Estados Unidos fortalecerem e aprofundarem nossas parcerias, assim como passos que todos os participantes devem dar para alcançar a paz entre Israel e os palestinos e Israel e os demais países árabes", disse Gibbs.
Boa-fé
Obama repetiu nesta terça-feira, após se encontrar em Washington com o rei Abdullah, da Jordânia, que considera a resolução do conflito do Oriente Médio um das prioridades de sua administração.
O governo de George W. Bush foi criticado por não se esforçar o suficiente para promover a paz entre israelenses e palestinos.
Mas analistas acreditam que o governo predominantemente de direita de Netanyahu pode dificultar o processo de paz.
"Infelizmente neste momento, o que temos visto não apenas em Israel, mas também nos territórios palestinos, entre os países árabes e pelo mundo, é um profundo ceticismo a respeito da possibilidade de se fazer algum progresso", disse Obama.
"O que devemos fazer é dar um passo para trás do precipício e dizer, por mais duro que pareça, que a possibilidade de paz ainda existe, mas vai exigir escolhas difíceis e decisão por parte dos envolvidos."
O presidente americano acrescentou que espera que "todos os lados" façam "gestos de boa-fé" nos próximos meses, embora não tenha detalhado quais ele espera que sejam esses gestos.
Abdullah disse que o presidente americano reafirmou seu apoio para a solução de dois Estados. O governo anterior de Israel havia se comprometido com esta ideia mas a atual administração, considerada mais linha-dura, ainda não se posicionou claramente sobre o assunto.
Durante sua campanha eleitoral, Netanyahu disse que, ao invés de falar em um Estado palestino, gostaria de oferecer aos palestinos o que chamou de "paz econômica", sem explicar em detalhes o que o conceito significaria.

Favorito o candidadto de Nelson Mandela

Candidato de Mandela é favorito nas eleições sul-africanas

Mais de 20 milhões de sul-africanos vão às urnas nesta quarta-feira para decidir quem governará o país pelos próximos cinco anos. Jacob Zuma, candidato do Congresso Nacional Africano - partido que mantém a hegemonia na política sul-africana há 15 anos -, lidera as pesquisas para suceder o atual presidente Kgalema Motlanthe.
No último comício de Zuma antes das eleições, realizado no domingo, o CNA lançou mão de seu maior trunfo. Aos 90 anos, Nelson Mandela apareceu ao lado de Zuma, surpreendendo as mais de 60 mil pessoas que foram ao estádio Ellis Park, em Johanesburgo.
Mesmo com saúde frágil, o maior símbolo da luta contra o Apartheid (regime de segregação racial que perdurou por mais de 40 anos na África do Sul) foi manifestar seu apoio a Zuma em um momento em que o candidato enfrenta muitas críticas por suspeitas de corrupção - ele foi acusado de ter recebido dinheiro em uma negociação de venda de armas quando era vice-presidente do país, em 2005.
Há duas semanas, a Promotoria Geral retirou todas as acusações, alegando manipulação no processo para prejudicar Zuma. A decisão causou a indignação da oposição.
"Enquanto Zuma não for julgado haverá sempre uma nuvem de suspeitas sobre ele" afirma Helen Zille, líder da opositora Aliança Democrática, que espalhou cartazes pelo país com os dizeres "Pare Zuma".
Intenção de votos
No poder desde 1994, quando elegeu Nelson Mandela, o CNA deve conquistar cerca de 65% das cadeiras do Parlamento, segundo pesquisa do instituto Ipsos Markinor, publicada na última semana, e terá o direito de indicar Jacob Zuma à Presidência.
A Aliança Democrática, com 11% nas projeções, e o Congresso do Povo, com 9%, lutam para evitar que o CNA leve dois terços dos votos e assim tenha poder até para mudar a Constituição.
O Congresso do Povo (COPE), partido criado no fim do ano passado por dissidentes do CNA, também tenta ganhar votos do CNA questionando a honestidade de Zuma.
"Os líderes do partido governista ganham tratamento especial, só os pobres têm que enfrentar a justiça. Estamos cansados de eleger políticos que ganham bons salários, mas continuam roubando o nosso dinheiro", acusou Mosiuoa Lekota, presidente do COPE, no último comício do partido.
Mesmo com grande favoritismo para vencer as eleições, o CNA enfrenta seu momento mais delicado desde que assumiu o poder, em 1994, com Nelson Mandela.
Depois de dois mandatos consecutivos de Thabo Mbeki, a aprovação do governo despencou de 75%, em 2004, para apenas 52%, em novembro passado. Além disso, Mbeki e Zuma, antigos aliados, brigaram, causando o racha que originou o COPE.
Com isso, dificilmente o CNA repetirá o desempenho das eleições passadas, quando conquistou 70% das vagas no Parlamento.
O CNA é criticado pela minoria branca (quase 10% da população) por causa de suas políticas afirmativas que beneficiam apenas os negros (cerca de 80% do povo), e Zuma ainda teve sua imagem arranhada em 2005, quando foi acusado de estupro.
Ele foi inocentado, mas provocou revolta em parte da população ao admitir ter tido relações sexuais sem proteção com uma mulher que ele sabia ser HIV positivo - a África do Sul é líder no número de casos de AIDS no mundo, com cerca de 5,7 milhões de infectados.
"Esta é a eleição mais interessante na África do Sul desde a de 94 porque o CNA enfrenta muitos problemas de corrupção e tem uma oposição mais forte. Além do mais, com o passar dos anos, o discurso do partido de que ele lutou pelo fim do Apartheid perde um pouco da força, as pessoas começam a se interessar mais por empregos e serviços" disse à BBC Brasil a cientista política Yolanda Sadie.
Mas Zuma discorda das previsões, que considera "pessimistas", e garante que o CNA "nunca foi tão popular". De fato, o partido ainda tem grande influência sobre a população negra do país - segundo a pesquisa do Ipsos Markinor, 79% dos eleitores negros vão votar no CNA.
Figura carismática, Zuma alegrou seus fiéis eleitores no comício do último domingo ao arriscar vários passos de dança. Depois, durante o discurso, prometeu que trabalhará para diminuir as desigualdades sociais, o desemprego (por volta de 23%) e que respeitará a Constituição.
"Nós governamos com responsabilidade e sempre defenderemos e protegeremos nossa Constituição. Quero reafirmar nosso compromisso de respeito à independência do poder judiciário e às leis" afirmou Zuma.

Lider da oposição a Chávez,pede asilo político ao Peru

Líder da oposição na Venezuela pede asilo político ao Peru

O líder de oposição venezuelano Manuel Rosales, ex-candidato à Presidência, oficializou pedido de asilo político ao governo peruano nesta terça-feira, alegando que é vítima de perseguição política em seu país.
O advogado de Rosales em Lima, Javier Valle-Riestra, disse que o pedido foi feito ao Ministério das Relações Exteriores do Peru por meio da entrega de documentos que, segundo ele, confirmariam que o governo do presidente Hugo Chávez realiza uma "perseguição permanente a Rosales e a sua família".
O pedido de asilo foi feito logo depois das declarações do ministro do Interior da Venezuela, Tareck El Aissami, de que pedirá à Interpol a captura internacional de Rosales se o oposicionista não se apresentar ao tribunal venezuelano onde enfrenta julgamento sob acusação de corrupção.
De acordo com Javier Valle-Riestra, a captura não será viável porque Rosales já pediu asilo político.
Além de advogado especialista em assuntos internacionais, Valle-Riestra é congressista e um importante líder do partido do presidente do Peru, Alan García.
Acusações
O líder da oposição deveria ter comparecido nesta segunda-feira ao tribunal.
Rosales foi acusado pelo Ministério Público (MP) do Estado de Zulia de enriquecimento ilícito durante sua gestão como governador.
O MP afirma que Rosales não pode comprovar a procedência de US$ 68 mil em sua declaração de patrimônio relativa aos anos de 2002 a 2004.
Os membros da oposição venezuelana dizem que Rosales não cometeu nenhuma irregularidade e que o julgamento é parte de uma "onda de perseguição política" do governo a seus adversários.
O governo, por sua vez, defende a aplicação da lei e o julgamento por corrupção.
Relações diplomáticas
Rosales não era visto em público desde março, quando anunciou estar "refugiado" no interior do Estado de Zulia (oeste do país).
A imprensa peruana, citando fontes diplomáticas, afirma que Rosales entrou no país no domingo, acompanhado da família.
Desde então, abandonou suas funções como prefeito da cidade de Maracaibo, a segunda maior da Venezuela, delegando o cargo a um ex-deputado.
Rosales foi o dirigente que uniu a fragmentada oposição venezuelana nas eleições presidenciais de 2006 e enfrentou o presidente Hugo Chávez nas urnas como candidato de mais de 40 partidos. No entanto, foi derrotado por Chávez, que recebeu 63% dos votos.
O analista internacional peruano Alejandro Deustua teme que esta situação possa afetar as relações diplomáticas entre Peru e Venezuela, frágeis há algum tempo pela série de discussões entre Chávez e Alan García.

Cláudio Humberto

Assunto:

- O próximo na fila de cassação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode ser o governador de Tocantins, Marcelo Miranda.

- Ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) é criticada pela 'falta de simpatia'.

- Deputada Emília Fernandes (PT-RS) luta para a inclusão das mulheres nas mesas diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

- Ex-presidente da Telefônica Fernando Xavier batalha pela presidência da Sercomtel, empresa de telefonia de Londrina (PR).

Para ler estas notícias na íntegra acesse:
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terça-feira, 21 de abril de 2009

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Ferreira Leite «profundamente preocupada» com défice
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Escândalo das passagens atinge Temer e Gabeira
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A donzela Arabela(O amanuense Belmiro)
Cyro dos Anjos

"Aconteceu-me ontem uma coisa realmente extraordinária. Não tendo conseguido conter-me em casa, desci para a Avenida, segundo habito antigo. Já ela estava repleta de carnavalescos, que aproveitavam, como podiam, sua terceira noite.Pus-me a examinar colombinas fáceis, do lado da Praça Sete, quando inesperadamente me vi envolvido no fluxo de um cordão. Procurei desvencilhar-me, como pude, mas a onda humana vinha imensa, crescendo em torno de mim, por trás, pela frente e pelos flancos. Entreguei-me, então, aquela humanidade que me pareceu mais cansada que alegre. Os sambas eram tristes e homens pingavam suor. Um máscara-de-macaco deu-me o braço e mandou-me cantar. Respondi-lhe que, em rapaz, consumi a garganta em serenatas e que esta, já agora, não ajudava. Imagino a figura que fiz, de colarinho alto e pince-nez, no meio daquela roda alegre, pois os foliões e engraçaram comigo, e fui, por momentos, o atrativo do cordão. Tanto fizeram que, sem perceber o disparate, me pus a entoar velha canção de Vila Caraíbas.Uma gargalhada espantosa explodiu em torno de mim. Deram-me uma corrida e, depois de me terem atirado confete à boca, abandonaram-me ao meio da rua embriagado de éter. Novo cordão levou-me, porém, para outro lado, e, nesse vaivém, fui arrastado pelos acontecimentos. Um jato de perfume me atingia às vezes. Procurava, com os olhos gratos, a origem dessa caricia, mas percebia, desanimado, que aquele jato resvalara de outro rosto a que o destinara uma boneca holandesa. Contudo, aquelas migalhas me consolaram e comoviam. Dêem-me um jato de éter perdido no espaço e construirei um reino. Mas a boneca holandesa foi arrastada por um príncipe russo, que a livrou dos braços de um marinheiro.Bebendo aqui, bebendo ali, acabei presa de grande excitação, correndo atrás de choros, de blocos e cordões. Não sei como, envolvido em que grupo, entrei no salão de um clube, acompanhando a massa na sua liturgia pagã.Lembra-me que homens e mulheres, a um de fundo, mãos postas nos quadris do que ia à frente, dançavam, encadeados, e entoavam os coros que descem do Morro.Toadas tristes, que vêm da carne.A certo momento, alguém enlaçou o braço, cantando: “Segura, meu bem, segura na mão, não deixes partir o cordão...” O braço que se lembrou do meu braço tinha uma branca e fina mão. Jamais esquecerei: uma branca e fina mão. Olhei ao lado: a dona da mão era uma branca e doce donzela. Foi uma visão extraordinária. Pareceu-me que descera até a mim a branca Arabela, a donzela do castelo que tem uma torre escura onde as andorinhas vão pousar. Pobre mito infantil! Nas noites longas da fazenda, contava-se história da casta Arabela, que morreu de amor e que na torre do castelo entoava doridas melodias.Efeito da excitação de espírito me que me achava, ou de qualquer outra perturbação, senti-me fora do tempo e do espaço, e meus olhos só percebiam a doce visão. Era ela, Arabela. Como estava bela! A música lasciva se tornou distante, e as vozes dos homens chegavam a mim, lentas e desconexas. Em meio dos corpos exaustos, a incorpórea e casta Arabela. Parecia que eu me comunicava com Deus e que um anjo descera sobre mim. Meu corpo se desfazia em harmonias, e alegre música de pássaros se produzira no ar. Não me lembra quanto tempo durou o encantamento e só vagamente me recordo de que, em um momento impossível de localizar, no tempo e no espaço, a mão me fugiu. Também tenho uma vaga idéia de que alguém me apanhou do chão, pisado e machucado, e me pôs num canapé onde, já sol alto, fui dar acordo de mim.O mito donzela Arabela tem enchido minha vida. Esse absurdo romantismo de Vila Caraíbas tem uma força que supera as zombarias do Belmiro sofisticado e faz crescer, desmesuradamente, em mim, um Belmiro patético e obscuro. Mas viviam os mitos, que são o pão dos homens.Nesta noite de quarta-feira de cinzas, chuvosa e reflexiva, bem noto que vou entrando numa fase da vida em que o espírito abre mão de suas conquistas, e o homem procura a infância, numa comovente pesquisa das remotas origens do ser.Há muito que ando em estado de entrega. Entregar-se a gente as puras e melhores emoções, renunciar aos rumos da inteligência e viver simplesmente pela sensibilidade — descendo de novo cautelosamente, a margem do caminho, o véu que cobre a face real das coisas e que foi, aqui e ali, descerrado por mão imprudente — parece-me a única estrada possível. Onde houver claridade, converta-se em fraca luz de crepúsculo, para que as coisas se tornem indefinidas e possamos gerar nossos fantasmas. Seria uma fórmula para nos conciliarmos com o mundo. "



Cyro Versiani dos Anjos, jornalista, professor, cronista, romancista, ensaísta e memorialista nasceu em Montes Claros (MG), em 5 de outubro de 1906. 13º dos quatorze filhos do casal Antônio dos Anjos e Carlota Versiani dos Anjos, iniciou seus estudos naquela cidade e, depois, em Belo Horizonte (MG), a partir de 1923, onde estudou humanidades e fez o curso de Direito, tendo se formado em 1932 pela Universidade Federal de Minas Gerais. Trabalhou nessa época como funcionário público e jornalista (Diário da Tarde - 1927; Diário do Comércio - 1928; Diário da Manhã - 1920; Diário de Minas - 1929 - 1931); A Tribuna – 1933, e no Estado de Minas (1934 - 1935).


Biografia - Tiradentes - Gente que mudou a História

Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes)(Líder da Inconfidência Mineira )1746, Minas Gerais 21/04/1792, Rio de Janeiro

Líder da Inconfidência Mineira e primeiro mártir da independência, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, nasceu em Minas Gerais em 1746, filho do proprietário rural português Domingos da Silva Santos. Antes mesmo de freqüentar a escola, já havia aprendido a ler e escrever com a mãe. Órfão de mãe aos nove anos e de pai aos 15, ficou sob a tutela de um tio até a maioridade, quando resolveu conhecer o Brasil. Já adulto, foi tropeiro, mascate e dentista (daí o apelido). Trabalhou em mineração e tentou a carreira militar, chegando ao posto de alferes no Regimento de Cavalaria Regular. Foi na tropa que Tiradentes entrou em contato com as idéias iluministas, que o entusiasmaram e inspirariam a Inconfidência Mineira, a primeira revolta no Brasil Colônia a manifestar claramente sua intenção de romper laços com Portugal, marcando o início do processo de emancipação política do Brasil. A revolta foi motivada ainda pela decisão da coroa de cobrar a derrama, uma dívida em atraso. A conspiração foi delatada por Joaquim Silvério dos Reis e todos os seus participantes foram presos. Sobre Tiradentes, recaiu a responsabilidade total pelo movimento, sendo o único conspirador condenado à morte. Enforcado em 21 de abril de 1792, teve seu corpo esquartejado. Seus membros foram espalhados pelo caminho que ligava o Rio de Janeiro a Minas Gerais. Sua cabeça foi exposta em Vila Rica. Com a morte de Tiradentes, o Estado português queria demonstrar uma punição exemplar para desencorajar qualquer revolta contra o regime colonial. Tiradentes tornou-se mártir da Independência e da República.

Pensamentos



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"ENTRE ASPAS"

Introdução
A Inconfidência Mineira foi um dos mais importantes movimentos sociais da História do Brasil. Significou a luta do povo brasileiro pela liberdade, contra a opressão do governo português no período colonial.

Ocorreu em Minas Gerais no ano de 1789, em pleno ciclo do ouro.
No final do século XVIII, o Brasil ainda era colônia de Portugal e sofria com os abusos políticos e com a cobrança de altas taxas e impostos. Além disso, a metrópole havia decretado uma série de leis que prejudicavam o desenvolvimento industrial e comercial do Brasil. No ano de 1785, por exemplo, Portugal decretou uma lei que proibia o funcionamento de industrias fabris em território brasileiro.Causas
Vale lembrar também que, neste período, era grande a extração de ouro, principalmente na região de Minas Gerais. Os brasileiros que encontravam ouro deviam pagar o quinto, ou seja, vinte por cento de todo ouro encontrado acabava nos cofres portugueses. Aqueles que eram pegos com ouro “ilegal” (sem ter pagado o imposto”) sofria duras penas, podendo até ser degredado (enviado a força para o território africano).Com a grande exploração, o ouro começou a diminuir nas minas. Mesmo assim as autoridades portuguesas não diminuíam as cobranças. Nesta época, Portugal criou a Derrama. Esta funcionava da seguinte forma: cada região de exploração de ouro deveria pagar 100 arrobas de ouro (1500 quilos) por ano para a metrópole. Quando a região não conseguia cumprir estas exigências, soldados da coroa entravam nas casas das famílias para retirarem os pertences até completar o valor devido.Todas estas atitudes foram provocando uma insatisfação muito grande no povo e, principalmente, nos fazendeiros rurais e donos de minas que queriam pagar menos impostos e ter mais participação na vida política do país. Alguns membros da elite brasileira (intelectuais, fazendeiros, militares e donos de minas), influenciados pela idéias de liberdade que vinham do iluminismo europeu, começaram a se reunir para buscar uma solução definitiva para o problema: a conquista da independência do Brasil. Os Inconfidentes
O grupo, liderado pelo alferes Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes (saiba mais sobre ele) era formado pelos poetas Tomas Antonio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa, o dono de mina Inácio de Alvarenga, o padre Rolim, entre outros representantes da elite mineira. A ideia do grupo era conquistar a liberdade definitiva e implantar o sistema de governo republicano em nosso país. Sobre a questão da escravidão, o grupo não possuía uma posição definida. Estes inconfidentes chegaram a definir até mesmo uma nova bandeira para o Brasil. Ela seria composta por um triangulo vermelho num fundo branco, com a inscrição em latim : Libertas Quae Sera Tamen (Liberdade ainda que Tardia).
Tiradentes: líder da Inconfidência Mineira
Os inconfidentes haviam marcado o dia do movimento para uma data em a derrama seria executada. Desta forma, poderiam contar com o apoio de parte da população que estaria revoltada. Porém, um dos inconfidentes, Joaquim Silvério dos Reis, delatou o movimento para as autoridades portuguesas, em troca do perdão de suas dívidas com a coroa. Todos os inconfidentes foram presos, enviados para a capital (Rio de Janeiro) e acusados pelo crime de infidelidade ao rei. Alguns inconfidentes ganharam como punição o degredo para a África e outros uma pena de prisão. Porém, Tiradentes, após assumir a liderança do movimento, foi condenado a forca em praça pública.Embora fracassada, podemos considerar a Inconfidência Mineira como um exemplo valoroso da luta dos brasileiros pela independência, pela liberdade e contra um governo que tratava sua colônia com violência, autoritarismo, ganância e falta de respeito.

Diferenças superadas

Obama e chefe da CIA superam diferenças sobre memorando WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o diretor da CIA, Leon Panetta, superaram na segunda-feira as diferenças surgidas por causa da divulgação de documentos sigilosos sobre a prática da simulação de afogamento, embora o ex-vice-presidente Dick Cheney tenha insistido em manter a polêmica acesa.

Desta vez sem calote...

Brasil e Peru fecharão acordo energético durante encontro dia 28

LIMA (Reuters) - O Brasil e o Peru fecharão na semana que vem um convênio de integração energética que permitirá investimentos de pelo menos 4 bilhões de dólares na construção de seis centrais hidrelétricas, disse nesta segunda-feira o chanceler peruano, José Antonio García Belaunde.
O convênio será assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente peruano, Alan García, em uma reunião no dia 28 de abril, no Acre, de acordo com o chanceler.
"Este convênio tem como objetivo o desenvolvimento hidrelétrico. O governo brasileiro é quem tem financiado o projeto, mas será o setor privado que finalmente investirá mais de 4 bilhões de dólares na construção de seis centrais", disse García Belaunde.
Será o primeiro encontro entre Lula e García após reunião, em setembro de 2008 em São Paulo.
"Os mandatários também inaugurarão a primeira linha de ônibus para passageiros que unirá as regiões de Madre de Dios (no Perú) e o Acre", acrescentou.
O diplomata disse que ambos os presidentes fecharão também um acordo para desenvolver hidrovias na selva, o que mostra que as relações entre o Perú e o Brasil passam por um "momento muito bom", disse.
Em março, o governo do Peru anunciou que a brasileira OAS tem planos de construir com a Eletrobrás uma grande central hidrelétrica no Peru, com um investimento de 4 bilhões de dólares, um sinal de grande interesse de empresas brasileiras no país andino.
Já operam no Peru a Petrobras, as construtoras Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez, a companhia aérea Gol e a mineradora Votorantim Metais.
(Reportagem de Marco Aquino)

E a festa continua...

Governo quer poupança na rolagem da dívida pública COMANDATUBA, Bahia (Reuters) - O governo federal estuda redirecionar recursos da poupança para financiar a rolagem da dívida pública, afirmou nesta segunda-feira o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), durante congresso de empresários e políticos em Comandatuba (BA).

Lobão indica que Eletrobrás ficará fora do superávit do governo COMANDATUBA, Bahia (Reuters) - A Eletrobrás deve ser a próxima estatal a ficar isenta dos esforços do governo de economizar recursos para pagar os juros de sua dívida, indicou nesta segunda-feira o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

Pai nega ter tentado vender filha

Pai de atriz de vencedor do Oscar nega ter tentado vender a filha

O pai de uma menina que atuou no filme Quem Quer Ser Um Milionário, vencedor do Oscar deste ano, negou ter tentado vender a filha e disse ter sido alvo de uma operação "suja" armada por um jornal britânico.
O tabloide News of the World disse que Rafiq Qureshi, pai da menina Rubina Ali, de nove anos, tinha pedido US$ 296 mil a repórteres que se fizeram passar por emissários de um rico xeque árabe que queria adotar a menina e levá-la para morar em Dubai.
O News of the World, que publicou fotos de Rubina e de seu pai durante um encontro com repórteres, disse ainda que Qureshi estava infeliz com o cachê recebido da produção do filme e queria uma forma de sair da favela onde vive.
No filme, Rubina interpreta a personagem principal, Latika, na infância.
Nesta segunda-feira, em uma longa entrevista à BBC, Qureshi disse que não tinha aceito o acordo para vender a filha a pais adotivos e que a imprensa tinha "se divertido às custas da nossa pobreza".
"Eles jogaram sujo conosco, mas não aceitamos nenhum dinheiro deles. Minha filha não está à venda", afirmou Qureshi, que é carpinteiro em Mumbai.
Encontros
Conforme informações recebidas pela BBC, chamadas telefônicas teriam sido feitas para solicitar um encontro com Rubina e seu pai. Teria havido três encontros entre a última quinta-feira e sábado.
"Naquelas ligações, eles disseram que um rico casal árabe tinha ficado comovido ao ver Rubina na TV Al-Jazeera. O xeque e sua esposa estavam muito tristes ao ver a situação dela e haviam decidido ajudar. Então concordamos em encontrá-los", disse Qureshi.
Houve três encontros, dois em hotéis em Mumbai e um durante uma visita do repórter ao barraco da família na favela Bandra.
Qureshi disse que na última reunião, no sábado, pediram-lhe que falasse com alguém pelo telefone, e a pessoa o agradeceu por ele ter permitido que Rubina fosse adotada."Foi então que me ocorreu que eles estavam fazendo um acordo por minha filha. Eu desliguei o telefone e disse que estávamos saindo do hotel", disse.
Mas a família acabou ficando para tomar chá. Qureshi disse que ainda recebeu uma oferta de 500 mil rúpias como adiantamento. "Nós recusamos, mas eles ficavam repetindo que se aceitássemos a oferta o dinheiro seria providenciado em cinco minutos", afirmou.
Qureshi disse que só no domingo, ao ver as reportagens sobre o caso na televisão, ficou sabendo que as pessoas com quem havia se encontrado eram na verdade repórteres.
Vizinhos
Os vizinhos de Qureshi ficaram surpresos com as notícias. "Sabemos o quanto ele ama sua filha. Podemos ser pobres, mas temos amor próprio. Não vendemos nossas crianças não importa quão grande seja a tentação", disse um dos vizinhos, Mohammed Shakeel.
Priti Patkar, diretor da organização não-governamental Prema, que faz campanha pelo bem estar de crianças, disse que falar com Rubina foi "anti-ético" da parte da imprensa.
"A polícia local e comitês pelo bem estar das crianças deveriam analisar imediatemente o assunto e tomar as providências necessárias contra quem quer que seja o culpado", disse.
Shireen Miller, representante da entidade britânica Save the Children radicada em Nova Déli, disse que abusos e exploração de crianças são "um problema sério" no país e que são necessárias leis rígidas para proteger essas famílias de agentes e intermediários".

Fuga em massa

Cerca de 35 mil civis fogem de área rebelde no Sri Lanka

Cerca de 35 mil pessoas fugiram nesta segunda-feira da última região controlada pelo grupo rebelde Tigres Tâmeis no Sri Lanka, informou o Exército do pais.
Segundo os militares, a população escapou após os soldados terem aberto passagem em uma barreira que impedia a entrada dos militares no último território ainda sob domínio dos rebeldes no país.
O governo diz que os guerrilheiros devem se render agora ou enfrentar uma ofensiva final.
Não houve resposta imediata dos rebeldes, que rejeitaram ordens anteriores para que se rendam.
Sofrimento
A ONU calcula que cerca de cem mil civis ainda permanecem na área, onde há meses vêm acontecendo violentos combates.
A Cruz Vermelha disse que médicos do governo trabalhando no local estão "desgastados" e não têm suprimentos suficientes.
Imagens aéreas mostram milhares de pessoas deixando a zona de combates.
Segundo o site pró-rebeldes TamilNet, há temores de que várias centenas de civis tenham sido mortos ou feridos após a entrada das tropas do governo na área.
Cada facção acusa a outra de matar civis no conflito, que se arrasta há mais de três décadas.
Jornalistas estrangeiros não têm permissão de entrar na zona de combates, o que torna impossível verificar a veracidade das acusações.
Fuga
O porta-voz dos militares, o brigadeiro Udaya Nanayakkara, disse que o Exército tinha conseguido demolir parte da fortificação que vinha bloqueando o avanço das tropas dentro da pequena faixa costeira ocupada pelos rebeldes."As tropas capturaram a faixa de terra e desde então cinco mil pessoas foram resgatadas", ele disse.
Nanayakkara disse que a operação ainda está em andamento.
Relatos não confirmados dizem que o número de pessoas que escaparam da região na segunda-feira teria sido ainda mais alto do que os 35 mil calculados.
O porta-voz dos militares disse que os que acabam de escapar irão, assim como os anteriores, para campos especiais nos arredores da cidade de Vavuniya, cem quilômetros distante da zona de combates.
Pesadelo
Segundo nosso correspondente, a vida para quase cem mil civis na minúscula faixa de terra - com tamanho inferior a 20 km2 - é um pesadelo.
O território vem sendo bombardeado há meses e, segundo a ONU, os Tigres Tâmeis estão impedindo a população de deixar a área. Os rebeldes negam as acusações.
O governo não deu permissão à Cruz Vermelha para operar no trecho do território acessível por terra, o que significa que as pessoas só podem ser evacuadas por mar.
Dois ou três navios, cada um levando 400 ou 500 dos que estão mais doentes, velhos e feridos, deixam o região a cada semana.
"A situação lá é muito difícil", disse Paul Castella, representante da Cruz Vermelha no país, à BBC. "As instalações médicas provisórias que ainda existem não estão imunes aos efeitos dos combates".
"A equipe médica do Ministério da Saúde ainda trabalhando lá está realmente desgastada - essas pessoas estão trabalhando há meses sem descanso, trabalham dia e noite. E suprimentos médicos estão em falta".
Segundo Castella, a população está comprimida no pequeno território, dependendo totalmente de ajuda externa e sem instalações sanitárias.
Desde fevereiro, a Cruz Vermelha evacuou mais de dez mil civis da região, mas Castell disse que a entidade não tem como confirmar o número de mortos ou de civis que conseguiram escapar por terra.
O conflito
Os Tigres iniciaram sua luta por um Estado independente para a população tâmil no norte e no leste do Sri Lanka no início da década de 1970.
Eles argumentam que vêm sendo historicamente discriminados por consecutivos governos de maioria cingalesa.
A população do Sri Lanka é estimada em cerca de 21 milhões e composta, em sua maioria, por cingaleses (74%) e tâmeis (16%).
A organização Tigres Tâmeis é considerada ilegal em vários países.

Asilo político

Líder de oposição a Chávez vai pedir asilo político, diz partido

O dirigente opositor e ex-candidato presidencial da Venezuela, Manuel Rosales, pedirá asilo político a um país vizinho, alegando que seu julgamento, previsto para esta segunda-feira, é um "instrumento de perseguição política", de acordo com o presidente de seu partido.
"Convencemos Manuel Rosales de que ele não pode se apresentar em um tribunal convertido em instrumento político", afirmou Omar Barboza, presidente do partido de Rosales, Um Novo Tempo, em entrevista coletiva em Caracas, nesta segunda-feira.
Barboza disse que seu partido está organizando o trâmite do pedido de asilo político em "um país amigo".
Rosales não aparece em público desde o final de março, quando anunciou estar "refugiado" no interior do Estado de Zulia (oeste do país).
Desde então, abandonou suas funções como prefeito da cidade de Maracaibo, a segunda maior do país, delegando o cargo a um ex-deputado.
Acusação
Na sexta-feira, a Justiça ordenou o embargo dos bens do político.
Os membros da oposição ao presidente venezuelano Hugo Chávez alegam que Rosales não cometeu nenhuma irregularidade e que o julgamento é parte de uma "onda de perseguição política" do governo a seus adversários.
O governo, por sua vez, defende a aplicação da lei e o julgamento ao delito de corrupção.
Rosales foi acusado pelo Ministério Público (MP) de Zulia de enriquecimento ilícito durante sua gestão à frente do governo estadual.
O MP alega que Rosales não pode comprovar a procedência de US$ 68 mil em sua declaração de patrimônio relativa os anos de 2002 a 2004.
Caso seja condenado, o dirigente opositor pode pegar pena de três a dez anos de prisão, conforme prevê a Lei Anticorrupção.
A ausência de Rosales perante o Tribunal reforça a hipótese defendida por governistas de que ele deixou o país.
Ainda não se sabe se o Tribunal dará continuidade ao julgamento previsto para esta segunda-feira, do qual pode ser solicitado um mandato de prisão do dirigente político.
Batalhas legais
As acusações contra Manuel Rosales vieram à tona durante a campanha para eleições municipais e estaduais, em 2008.
Na época, em um comício em Zulia, Chávez chamou Rosales de "corrupto", "golpista" e "mafioso" e disse que o ex-governador deveria ser preso.
Rosales não é o único membro de destaque da oposição venezuelana a enfrentar a Justiça no país.
No início do mês, foi preso o ex-ministro de Defesa Raúl Isaías Baduel, que em 2007 passou do campo aliado à oposição. Ele é acusado pelo desvio de US$ 15 milhões em verbas pública.
A Justiça também mira o campo chavista. Um tribunal estadual ordenou, no início do mês, a prisão do ex-governador do Estado de Yaracuy (noroeste do país), Carlos Gímenez, quem também é acusado de corrupção. Giménez, porém, continua em liberdade.

Mudança de gestos

A ofensiva da simpatia

Bruno Garcez

Barack Obama ainda não ofereceu nenhuma ação de peso em relação à América Latina.
Mas adotou pequenos gestos que poderão influir decisivamente na percepção que os latino-americanos têm do país comandado por ele.
Trata-se, principalmente, de uma mudança de tom.
Em vez de fingir que Hugo Chávez não exisitia, como fazia a Casa Branca no período de George W. Bush, quando funcionários do governo nem mesmo mencionavam o nome do líder venezuelano, Obama trocou apertos de mão e até ganhou um presente do outroro algoz americano, durante a mais recente Cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago.
O brinde oferecido por Chávez foi o clássico As Veias Abertas da América Latina, de Eduardo Galeano, que, por sinal, já virou best-seller.
Passados os apertos de mão e sorrisos de ambas as partes, Chávez já anunciou que a Venezuela voltará a ter um embaixador em Washington.
Ainda assim, houve gente nos Estados Unidos que criticou com veemência o gesto do presidente.
Para Newt Ginrich, ex-líder da maioria republicana na Câmara dos Representantes, Obama ''deu impulso aos inimigos americanos''.
Outros senadores da oposição, Judd Gregg, de New Hampshire, e John Ensign, de Nevada, consideraram a ação de Obama ''irresponsável''.
Na cúpula, o líder americano também se reuniu com outros líderes com os quais os Estados Unidos vêm tendo problemas, como o boliviano Evo Morales e o equiatoriano Rafael Correa.
E o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recomendou que os americanos visitem asim que possível os países da região com os quais os americanos vêm tendo relações conturbadas.
Obama foi ao encontro com a mensagem de que estava lá para ouvir. Ele não fez nenhum anúncio bombástico em relação à região, seja para o bem ou para o mal.
Mas pequenos gestos feitos antes e durante o encontro já fizeram alguma diferença.
Poucos dias antes da reunião, ele anunciou o fim de restrição de viagens a Cuba por parte de cubano-americanos e do envio de remessas.
Em contrapartida, o presidente cubano, Raúl Castro, disse estar disposto a discutir de tudo com os americanos, desde direitos humanos e presos políticos até liberdade de imprensa.
Analistas já enfatizaram por diversas vezes que a América Latina não é e nem deverá ser uma prioridade na política internacional americana.
Mas a ofensiva de simpatia de Barack Obama talvez sirva, ao menos, para tornar a relação entre americanos e seus vizinhos mais harmoniosa, independentemente do que dizem os críticos americanos.

Boicote durante a fala do líder do Irã

Diplomatas deixam reunião da ONU durante discurso do líder do Irã
Diplomatas de países europeus abandonaram uma reunião antirracismo da ONU em Genebra durante discurso do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, depois que ele descreveu o governo de Israel como um "governo racista".
O protesto dos diplomatas ocidentais começou minutos depois do início do discurso de Ahmadinejad.
O presidente iraniano afirmou em seu pronunciamento que imigrantes judeus da Europa e dos Estados Unidos foram enviados ao Oriente Médio para estabelecer um "governo racista".
"Depois da Segunda Guerra Mundial, eles lançaram mão da agressão militar para deixar uma nação inteira sem um lar, sob o pretexto do sofrimento judeu, e eles então enviaram imigrantes da Europa, Estados Unidos e de outras partes do mundo para estabelecer um governo totalmente racista na Palestina ocupada", afirmou Ahmadinejad.
A partir destes comentários, os diplomatas se retiraram da sala de conferência.
Antes deste incidente, dois manifestantes com perucas coloridas e gritando as palavras "racista, racista" já tinham interrompido o início do discurso do presidente iraniano e foram retirados pelos seguranças. Um deles conseguiu atirar um objeto contra Ahmadinejad.
Segundo a correspondente da BBC em Genebra Imogen Foulkes, o protesto dos diplomatas é um desastre de relações públicas para a ONU, que esperava que a conferência antirracismo fosse um bom exemplo do que a organização faz, ou seja, unir países para combater a injustiça no mundo.
Delegação brasileira
A delegação brasileira na conferência está sendo chefiada pelo ministro-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos.
Segunda a secretaria, o ministro e o restante da delegação brasileira permaneceram no recinto durante o discurso de Ahmadinejad, sem, no entanto, "fazer nenhuma menção negativa ou positiva" em relação às palavras do presidente iraniano.
De acordo com a secretaria, o governo brasileiro não tem uma posição oficial a respeito do discurso do presidente do Irã.
Boicote
Países como Estados Unidos, Israel, Canadá, Austrália, Alemanha, Itália, Holanda, Polônia e Nova Zelândia estão boicotando a conferência de Genebra, em protesto pela participação de Ahmadinejad.
França e Grã-Bretanha participam, mas a Grã-Bretanha não enviou nenhum representante de alto escalão. O embaixador britânico Peter Gooderham estava entre os diplomatas que retiraram da sala de conferência no momento do discurso de Ahmadinejad.
A França, cujo embaixador também se retirou, descreveu o pronunciamento como "um discurso de ódio".
O ministro do Exterior da França, Bernard Kouchner, afirmou, antes mesmo da conferência, que os representantes de seu país iriam abandonar o fórum se este fosse usado como uma plataforma para ataques contra Israel.
Falando depois do protesto dos diplomatas, Kouchner afirmou que "nenhum compromisso é possível depois de atitudes" como a do presidente Ahmadinejad.
"A defesa dos direitos humanos e a luta contra todos os tipos de racismo são importantes demais para que a ONU não se junte contra todas as formas de discurso de ódio, contra toda a distorção desta mensagem", afirmou.
O correspondente da BBC em Teerã Jon Leyne afirmou que este discurso de Ahmadinejad pode pôr fim à esperança de algum tipo de melhora nas relações entre a nação islâmica e o novo governo americano de Barack Obama.
Em vez disso, as palavras do presidente iraniano devem renovar os temores em Israel e países ocidentais de que o país consiga desenvolver armas nucleares.

Pulitzer sai para reportagem da prostituta brasileira

Caso de governador envolvendo prostituta brasileira rende prêmio ao 'NYT'

A reportagem que revelou o escândalo do envolvimento do então governador de Nova York, Eliot Spitzer, com uma rede de prostituição, em março do ano passado, rendeu ao jornal americano The New York Times um de seus cinco prêmios Pulitzer, anunciados na noite da segunda-feira.
O Pulitzer é o mais prestigioso prêmio de imprensa nos Estados Unidos. O caso do governador rendeu o prêmio na categoria ‘furo de reportagem' (jargão jornalístico que indica a publicação de informação inédita e exclusiva).
O escândalo que levou à renúncia de Spitzer teve uma brasileira como testemunha-chave. Andréia Schwartz teria trabalhado para a empresa de acompanhantes cujos serviços foram contratados pelo então governador.
Andréia chegou a ser detida nos Estados Unidos durante as investigações sobre o caso, antes de ser deportada ao Brasil.
Obama
Com seus cinco prêmios Pulitzer, o New York Times foi a publicação mais premiada na edição deste ano.
Entre os trabalhos premiados, também se destaca a cobertura fotográfica da campanha do presidente Barack Obama à Casa Branca, no ano passado, do fotógrafo Damon Winter, do New York Times.
O Las Vegas Sun recebeu o cobiçado prêmio de melhor ‘serviço público' por uma reportagem sobre o alto índice de mortalidade entre trabalhadores da construção civil na região dos cassinos de Las Vegas.
Este tem sido um ano difícil para os jornais americanos, com fechamentos, dispensas de pessoal e a crescente competição com meios de internet.
Apesar de o prêmio ter aceito pela primeira vez neste ano inscrições de meios de comunicação online, não houve ganhadores entre eles, apenas um finalista, o site Politico.com.

Já é um começo...

Autoridades das Coreias do Norte e do Sul se reúnem pela primeira vez em mais de um ano

Autoridades da Coreia do Sul e da Coreia do Norte se reúnem nesta terça-feira para a primeira rodada de negociações entre os dois países em mais de um ano.
Nenhum dos países comentou o que pretende discutir no encontro, que foi solicitado pelo governo da Coreia do Norte.
Na semana passada, o governo de Pyongyang - que tem endurecido sua retórica após o lançamento de um foguete, no início do mês - afirmou que tinha uma "mensagem importante" para o governo da Coreia do Sul, sem, no entanto, fornecer mais detalhes.
As negociações acontecem na zona industrial binacional de Kaesong, um complexo de empresas localizado em território norte-coreano, mas construído com capital de Seul.
Segundo o correspondente da BBC em Seul, John Sudworth, o complexo de Kaesong é o único dos projetos conjuntos que restam dos acordos de cooperação entre Pyongyang e os dois últimos governos sul-coreanos.
Sudworth afirma que a produção industrial do complexo diminuiu sensivelmente após o governo conservador do presidente Lee Myung-bak tomar posse na Coreia do Sul, em fevereiro do ano passado.
"Ato de guerra"
Ainda de acordo com Sudworth, o governo de Pyongyang está irritado com os planos da Coreia do Sul de se juntar a um projeto liderado pelos Estados Unidos para rastrear e tentar parar navios suspeitos de carregarem armas de destruição em massa.
O governo norte-coreano deve usar a reunião para protestar contra a iniciativa, que considera "um ato de guerra", segundo Sudworth,
Observadores apontam que o destino de um trabalhador sul-coreano que está sob custódia de Pyongyang também deve ser discutido.
O homem foi detido no complexo de Kaesong há três semanas, acusado de fazer críticas ao regime do país comunista.

Um olho na missa, outro na mulher

Lugo se diz à disposição da Justiça para esclarecer acusação de paternidade
O presidente do Paraguai, o ex-bispo católico Fernando Lugo, de 57 anos, afirmou nesta segunda-feira que está "à disposição da Justiça" para esclarecer a acusação de que teria sido pai de um menino que agora tem seis anos de idade.
"Que fique absolutamente claro que estamos dispostos a atuar sempre com o argumento da verdade e nos colocamos à disposição para todos os requerimentos da Justiça", disse Lugo em um discurso transmitido pela TV paraguaia.O presidente paraguaio afirmou ainda que manterá o assunto "no âmbito estritamente privado".Lugo pediu a seus advogados que entrem em contato com Benigna Leguizamón, de 27 anos, que o acusou de ser pai de um de seus quatro filhos.
Segundo ela, os dois se conheceram em 2001, quando ele era bispo da localidade de São Pedro. Leguizamón disse que a criança nasceu em setembro de 2002 e que Lugo a ajudou financeiramente no início, mas depois deixou de atender aos seus telefonemas.Ela deu prazo de 24 horas para que o presidente reconheça a paternidade da criança ou recorreria à Justiça.Na semana passada, Lugo reconheceu a paternidade de outra criança, um menino de dois anos.
DNA
De acordo com o site do jornal Ultima Hora, de Assunção, Lugo teria pedido a seus advogados que entrassem em contato com a mulher para que sejam tomadas as providências para que ele faça o exame de DNA - pedido por ela.O novo escândalo surgiu uma semana depois de Lugo ter reconhecido - sem exames de DNA - a paternidade de um menino de dois anos, filho da paraguaia Viviana Carrillo, de 26 anos e que teria 16 anos quando iniciou relacionamento com Lugo, então bispo de São Pedro.
A informação de que Lugo se submeterá ao exame de DNA foi dada pelo advogado da Presidência, Marcos Fariña, à imprensa local.Benigna Leguizamón tem recebido assessoria jurídica da Secretaria da Criança e do Adolescente do governo Lugo.
Críticas
O episódio gerou novas críticas ao presidente - desta vez, não só da oposição, mas também de alguns de seus assessores.
"Como ministras do Poder Executivo, esperamos que o presidente assuma, como fez na primeira vez, uma postura clara e que facilite o esclarecimento do caso, com firmeza e transparência. Que mostre que as mudanças (prometidas na campanha eleitoral) começam pelo presidente", disseram, em um comunicado, as ministras da Criança e do Adolescente, Liz Torres, e da Mulher, Gloria Rubín.
Ao mesmo tempo, a presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Ana María Mendoza de Acha, disse que o presidente "já não tem autoridade moral" e que "muitos não teriam votado nele", se estes casos tivessem sido divulgados durante a campanha eleitoral.
Comício
Na noite desta segunda-feira, Lugo participou de comício que marcou o primeiro ano da sua vitória nas urnas.
De acordo com o jornal ABCColor, em sua edição online, e com a rádio Ñanduti, Lugo fez um balanço de sua gestão, destacando seus projetos de reforma agrária e combate à corrupção, entre outros.
Lugo, segundo a imprensa local, teria dito ainda que manterá as discussões pelos direitos do país na hidrelétrica binacional de Itaipu - uma de suas bandeiras de campanha.Também nesta segunda-feira, ele anunciou, como já era esperado, mudanças no seu ministério, substituindo os ministros da Justiça, Agricultura, Educação e Cultura e Indústria e Comércio.

Tortura...

CIA usou técnica de afogamento 183 vezes em acusado pelo 11/9

A CIA (agência de inteligência americana) usou uma controversa técnica de interrogatório em que há simulação de afogamento 183 vezes durante um mês em Khalid Sheikh Mohammed, acusado de ser um dos responsáveis pelos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, de acordo com o jornal americano The New York Times.
A publicação analisou um memorando do Departamento de Justiça americano que comprova que o método, conhecido em inglês como waterboarding, foi usado todas essas vezes. A técnica foi empregada em interrogatórios durante a administração do presidente George W. Bush, mas foi banida pelo atual mandatário americano, Barack Obama.Os interrogatórios de Mohammed, um dos líderes da rede extremista Al-Qaeda, aconteceram em março de 2003.
A técnica também foi usada pelo menos 83 vezes em agosto de 2002 em outro suspeito, Abu Zubaydah, disse o jornal.
Apoio
A revelação foi feita no mesmo dia em que o presidente americano, Barack Obama, reiterou durante uma visita à sede da CIA que nenhum oficial da agência terá sua identidade exposta ou responderá judicialmente por causa dos métodos usados na administração anterior.
Obama disse que os agentes da CIA continuam tendo seu "apoio total" e realizam um trabalho "indispensável para a segurança americana".
Mas o presidente americano disse que proibiu técnicas controversas de interrogatório, que muitos consideram tortura, por acreditar que "estamos mais seguros quando usamos nossos valores e a força da lei".
No domingo, o chefe da CIA no período em que as técnicas controversas foram usadas, Michael Hayden, disse que o fato de documentos da agência terem sido divulgados vai dificultar a tarefa de extrair informações úteis de suspeitos.
"Creio que ensinar aos nossos inimigos nossos limites, ao descartar certas técnicas, torna mais complicado para a CIA defender a nação", disse ele.

Sem censura...

Cheney defende 'sucesso' obtido por interrogatórios da CIA

O ex-vice-presidente americano Dick Cheney pediu à CIA - agência central de inteligência dos Estados Unidos - que divulgue memorandos mostrando os resultados obtidos com as polêmicas técnicas de interrogação de suspeitos de terrorismo usadas por seus agentes.
O pedido de Cheney vem poucos dias depois da divulgação, ordenada pelo presidente Barck Obama, de memorandos que relatam o uso de técnicas de tortura - como a simulação de afogamento conhecida como "waterboarding" - por agentes da CIA durante a gestão de Bush.
Para Cheney, a publicação destes documentos foi um erro. Ele também disse que a medida pode levar a conclusões falsas, porque não inclui os memorandos que, segundo ele, provam que informações obtidas através das polêmicas técnicas - duramente criticadas por grupos de defesa de direitos humanos - foram um "sucesso".
"Uma das coisas que acho meio preocupante sobre esta recente revelação é que eles mostram os memorandos legais... mas não mostram os memorandos que mostram os resultados dos esforços", disse o ex-vice-presidente ao canal de TV Fox News.
Os americanos deveriam ter a chance de poder avaliar os resultados, disse Cheney.
Moral baixa
Na segunda-feira, o presidente Barack Obama visitou o quartel general da CIA, nos arredores de Washington, em um movimento visto como tentativa de levantar a moral dos funcionários.
O presidente reconheceu que os funcionários passaram por alguns dias "difíceis", mas expressou seu total apoio à CIA, afirmando que eles seus agentes ocupam um papel-chave no combate a ameaças de grupos como a Al- Qaeda.
Obama afirmou que não teve outra escolha senão publicar os memorandos com as justificativas legais usadas pelo governo Bush para as técnicas de interrogação - que ele proibiu e considera como tortura.
"Não fiquem desencorajados porque tivemos que reconhecer que, potencialmente, nós cometemos alguns erros."
"É assim que aprendemos. Mas é precisamente pelo fato de que estamos dispostos a reconhecê-los e caminhar para a frente que tenho orgulho de ser o presidente dos Estados Unidos e vocês devem ter orgulho de ser membros da CIA", disse ele.
Os documentos, que detalham uma série de técnicas de interrogação autorizadas para uso da CIA durante o governo Bush, foram publicados no dia 16 de abril.
Citando um dos memorandos, o jornal New York Times disse que a técnica de simulação de afogamento ("waterboarding") foi usada 266 vezes em dois suspeitos da Al -Qaeda.
Outros métodos mencionados nos documentos incluíam privação de sono por vários dias, nudez forçada e o uso de determinadas posições para causar fadiga muscular.
Na quinta-feira, Obama disse que não irá processar agentes da CIA por violações a leis anti-tortura, desde que tenham agido de boa fé.
O presidente, no entanto, foi criticado por organizações de defesa dos direitos humanos e representantes da ONU, que afirmam que o julgamento dos envolvidos é necessário para evitar futuros abusos.