Sacramentada a fusão

Com uma assinatura o presidente Lula validou, na última quinta-feira, uma das mais complexas, intrincadas e corrosivas operações do mundo dos negócios no Brasil, diz a Revista Veja, falando da transação que permitiu a criação da Oi-BrT, um negócio nebuloso, mal afamado e de mal cheiroso, que só poderia acontecer com o aval presidencial e aconteceu.Reconhecida como a maior e mais inescrupulosa operação realizada nesse governo. Olha que não foi fácil superar algumas negociatas anteriores. Quando se imaginava que nada mais poderia surpreender, surpreende-nos o previsível, não pelo inesperado, mas pela desavergonhada coragem de continuar a maracutaia, proclamada e detalhda com antecedência e executado cronometricamente pelo estado brasileiro, tal qual havia sido denunciado pela imprensa e pela oposição. "A assinatura presidencial altera as regras que vigoravam desde 1998, ano da privatização do sistema Telebrás, e proibiam que uma operadora de telefonia fixa oferecesse serviços em mais de uma região do país. A mudança viabilizou a compra da Brasil Telecom, a terceira maior empresa de telefonia fixa do país, pela Oi, a vice-líder do setor em vendas. Juntas, as duas vão faturar por ano 29 bilhões de reais, formando a terceira maior geradora de caixa do setor privado nacional – atrás apenas da Vale e da Gerdau. Será criada também a 30ª maior operadora de telefonia do mundo. A mudança, feita pelo presidente por decreto, não precisa passar pelo crivo do Congresso."Apenas a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vão ainda analisar o negócio, mas só estarão cumprindo tabela.Para tornar viável o negócio, onde há sérias dúvidas, ou quase certeza de que não beneficiará o usuário de telefonia, ajustou-se a Agência Nacional de Telecomunicação, adaptou-se o Ministério das Comunicações e na data certa, como todos haviam proclamado.Portanto, foi com grande satisfação o Presidente da República privilegiando de cara o seu amigo Sérgio Andrade Gutierrez o maior doador da reeleição do presidente, 6,4 milhões de reais, muito bem investidos.Não se pode esquecer que a Telemar (atual Oi) investiu 5,2 milhões de reais na Gamecorp, uma produtora de TV e de jogos para celular que tem entre seus sócios o filho do presidente, Fábio Luís, o Lulinha. Registre-se ainda que R$ 8 a 10 bilhões, por ordem do Presidente, dos cofres do BNDES e o Banco do Brasil vão ajudar a compra da Brasil Telecom pela Oi/Telemar.Desse jeito até “thepassiranews” cria uma supertele. Por sinal, ninguém resolveu investir até agora, nas ações do nosso Blog, talvez seja porque meu pai não é presidente.Para finalizar a assinatura do Presidente, por efeito colateral, vai favorecer o banqueiro Daniel Dantas, o homem que está jogando a ABIN contra a Polícia Federal, recordista em habeas Corpus, no Supremo Tribunal Federal, acusado de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção ativa, com uma bolada que beira os 2 bilhões de reais. Em qualquer lugar mais ou menos civilizado do mundo, um escândalo desse tamanho, teria munição para derrubar o governo umas três vezes. Por aqui, está se comentando, muito, a volta do Corinthians a primeira divisão.