terça-feira, 4 de novembro de 2008

Morales ataca Brasil em discurso anticapitalista

O presidente da Bolívia, Evo Morales, culpou, nesta quinta-feira, o capitalismo e "privatizações" pela crise global e falta de alimentos. O Brasil também foi criticado por dedicar "terras para combustíveis".

Na terça-feira, Chávez, aproveitando a crise global, disse que é preciso "enterrar o capitalismo", posição que ele voltou a manifestar hoje durante um discurso na TV venezuelana.
"Sinto que o capitalismo não é a solução, não se trata de salvá-lo", disse Morales, na XVIII Cúpula Ibero-americana, em San Salvador, propondo uma suposta "democratização" da economia mundial, sem explicar o que seria isto.
"Quando ganham, 'bem' , quando perdem, 'ajudem-me'. Agora é preciso salvá-los às custas dos pobres, explorando o homem e os recursos naturais", acrescentou o boliviano na primeira sessão plenária.
O capitalismo "nos traz crise alimentícia, as privatizações", disse Morales.
Quanto ao Brasil, o presidente boliviano bateu - ao atacar "que se dediquem terras para combustíveis, como promove o Brasil" - para depois afagar - dizendo que se trata de um país "pelo qual temos respeito e amizade".
"É necessário deixar de pensar em ganho, e sim em alimentos para o ser humano, produzir para a vida", destacou, ao propor uma "segurança alimentar com soberania".
"Estamos obrigados a trabalhar de maneira conjunta. Ao salvar o capitalismo nos equivocaríamos", insistiu.
O governo boliviano, lembrou, decidiu dar créditos isentos de juros aos camponeses e pequenas empresas para produzir alguns alimentos, com resultados "muito importantes", para fortalecer a economia.
"É necessário pensar primeiro em garantir alimentos para os povos, o que nos ajudaria a enfrentar uma crise que vem de fora e pode nos trazer muitos problemas", afirmou Evo Morales, admitindo já ter "problemas pelo preço dos minerais e do petróleo".
Morales cumprimentou os presidentes que "seguem com sua mesma linha política revolucionária de juventude", e destacou o trabalho dos jovens que "seguem essa batalha permanente no mundo todo".
Em referência ao tema principal desta cúpula ibero-americana, "Juventude e Desenvolvimento", Morales afirmou que "nunca mais pode haver analfabetos".
EFE

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